CAPITULO 40

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Alguns dias se passaram desde aquele dia trágico, nossas vidas se tornaram um verdadeiro pesadelo. Viviamos com medo de um retorno, de que Giovani voltasse, mas que voltasse para nos machucar. Era um verdadeiro terror. Cada barulho. O vento. A desconfiança era como um móvel na casa que sempre estava presente. Manu e Indra voltaram para a Índia com as esposas que se sentiam pressionadas com a situação, e nós apenas permanecíamos aqui.

O clima nunca mais foi o mesmo, subentendia-se que ele voltaria.

– Bassan, isso é realmente necessário? – disse mamadi.

– Precisamos colocar seguranças lá, Indira!

Apenas fecho os meus olhos e tento evitar ouvir sobre o que meus pais discutiam, mais uma vez. Eu tentava ignorar tudo. Lucca fazia o mesmo. Mas eu via a preocupação estampada.

– Será que tem uma bomba aqui prestes a explodir? – diz Deva, e eu reviro os olhos abraçando minhas pernas cobertas por um pijama peludo.

– Arebabaguandi, Deva! Não diga mais isso – digo, e a vejo sorrir.

– Acho que devo ir visita-lo! – diz Lucca, e eu suspiro.

– Acha que isso é uma boa ideia? – pergunto.

– É o que precisa ser feito para vivermos em paz, Maya! Isso não é vida, não se tem paz, tem dias que eu não te vejo dormir, o vento lá fora te faz acordar...– ele pausa – Certas coisas na vida precisam ser resolvidas e superadas, se pra isso eu tenho que ir visita-lo, é o que eu vou fazer.

– Só se eu for com você! 

– Não! – diz ríspido e controlador – Fique em casa, conversei com a minha mãe e nós iremos juntos.

– Tenho medo do que ele possa fazer, ele tem pessoas aqui e...– ele me interrompe. 

– Ele não recebe visitas além da família, e toda a mafia está nas mãos de Antoni.

– Isso não quer dizer nada! – digo firme.

– Já está decidido, Maya. Você não vai conseguir mudar a minha opinião sobre isso!

Antes que eu pudesse dizer algo ele sela nossos lábio, e deixa rapidamente a sala de estar carregando em suas mãos o sobretudo preto. Encaro Deva que estava sentada no sofá ao lado que suspira, e me encara.

– Por pior que seja, didi, ele está certo! 

Eu apenas afirmo e controlo a vontade de roer as unhas que me atingia, a ansiedade e o pânico. Mahara havia finalmente aparecido, após duas noites fora. Meus pais já haviam surtado mais que milhões de vezes, e eu estava a cada dia que se passava com a mente cansada. Mamadi havia começado a criticar Mahara quando eu apenas me levantei e segui para o meu quarto. Seria o tempo que eu tinha para ficar sozinha e descansar. A situação estava desgastante e eu espero que Lucca e Alessandra consiga resolver essa situação. 

Não dá para viver dessa forma. 

Após trancar a porta do quarto para que ninguém me incomodasse, incluindo Lucca, eu me afundei no meio do edredom e liguei a televisão em um filme qualquer que se passava no canal local e aos poucos, eu adormeci.

Quando a noite chegou, todos estavam se reunindo para jantar e eu decidi abandonar o quarto, meus passos pelo corredor até a escadaria eram lentos e calmos, e o mesmo pijama felpudo aquecia meu corpo. Na cozinha, todos estavam sentado a mesa, incluindo Lucca com seu habital ar de serenidade. Eu me sentei ao seu lado, assim em como todos os outros dias, e me servi com a típica comida indiana de mamadi. A comi em silêncio, até que Lucca decidiu se pronunciar. 

– Maya, meu pai não pode nos fazer mal! – ele diz, e eu o encaro – Ele está bem, está melhor e foi transferido para Nova Iorque hoje, para um sanatório de alta segurança. Eles o consideram perigoso. Tem policiais de forças especiais, eles estão em cima da nossa família. 

– Acha que viveremos em paz? – Lucca afirma. 

– Se um dia ele deixar aquele lugar, ele vai direto para a prisão, amor! Eu estive com ele, e ele me disse que não faria nada contra nós. 

– E você acreditou?

– Eu... Não sei em que acreditar. 

– Então pense bem, mas que bom que ele está indo para longe, quem sabe assim poderemos viver em paz, sem inseguranças.

– Maya...– baldi me repreende. 

– Me perdoe, baldi. Estou farta de ficar calada! 

– Nós esperamos que isso seja verdade, Lucca – diz mamadi – Os dias estavam sendo estressantes demais, nunca esperei viver pressões como essas.

– Me desculpem. 

O silêncio reinou, e eu apenas soltei o ar que estavam presos no meu pulmão. 

– Minha mãe vai para Nova Iorque com ele...– diz Lucca assim que adentramos nosso quarto – Ela não acha justo abandona-lo agora. 

– Todos vocês concordaram?

– Não há o que concordar, é a vontade dela! – diz, e eu o encaro, seu olhar estava cabisbaixo. 

– Vamos descansar, você precisa descansar! – digo rapidamente, e me deito ao seu lado na cama. 

Ele deita seu corpo sobre o meu, e começa a distribuir beijos por toda a minha face. 

– Haverá um dia em que todos nós poderemos estar juntos, sem problemas psicologicos ou diferenças, só terá amor! Eu prometo!

Ele começou a me beijar, e eu entreguei meu corpo a ele, assim como sempre fiz, me entrego de corpo e alma. E desta forma, fizemos amor a noite toda como forma de comemorar uma liberdade provisória. 


PROMETIDA AO MAFIOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora