CAPITULO 36

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Nós nós sentamos à mesa, mas eu estava distante. Era como se a minha cabeça estivesse em outro lugar, eu pensava em milhões de hipóteses e na loucura que levaria qualquer uma das minhas escolhas. Mas eu posso escolher, eu tenho o poder de escolher. Eu devo deixar Luca sozinho lá? Eu devo continuar deixando Giovani machucar o Luca?

– Maya, estamos falando com você...– mamadi me desperta.

– Está tudo bem? – pergunta Antoni.

– Acho que não, ela tá fazendo aquela cara de controladora...– diz Deva, franzindo o cenho.

– Eu não posso permitir que vocês continuem ferindo o Luca! – digo, e caminho em direção ao telefone, ligando para o motorista.

– Onde você vai? – questiona baldi.

– Vou buscá-lo!

– Você não pode tirar ele de lá! – diz Alessandra.

– Mas eu posso sim, pode ter certeza que sim!

Busco a minha bolsa com os meus documentos e caminho em direção a saída para a garagem. Vejo Alessandra caminhar rapidamente atrás de mim.

– Se você vai, eu também vou! – ela diz.

O caminho até a clínica foi em total silêncio, Alessandra estava nervosa ao meu lado e eu ignorava o nervosismo dela. Eu tiraria o Luca, me responsabilizaria e cuidaria dele.

– Você tem certeza do que quer, Maya? – pergunta o médico.

– Sim! – digo – Eu não moro muito longe daqui, vocês podem fazer as consultas na minha casa, mas aqui ele não fica! Qualquer um pode entrar e testar sua paciência. Pode atrapalhar o seu tratamento. Onde está a ética desse lugar? Ordens de restrição são facilmente quebradas, principalmente quando estão lidando com pessoas poderosas.

Ele suspira.

– Precisamos conversar sobre algumas restrições, enquanto isso vou pedir que um enfermeiro o prepare para sair! – afirmo.

Alessandra segurou a minha mão e a apertou em um sinal de força.

Enquanto ele conversava sobre algumas coisas que haviam sido mudadas na rotina de Luca, coisas que evitassem o seu agitamento. Eu ouvia atentamente, eu estava pronta para isso.

— E por último, vou te passar um contato de emergência e em casos de surto você pode recorrer a esse telefone a qualquer momento do dia. Ele está controla. Tem pesadelos constantes com você, ele sonha todos os dias com aquela noite. Mas isso não o deixa agressivo. Ele só costuma ter noites de sono agitadas. Ele não pode deixar de tomar esses medicamentos, mas ele está ciente e nunca deixa de tomar a medicação, só não perca o horário, tudo bem? Uma vez por semana eu irei até a sua casa para ver se está tudo bem. A responsabilidade é sua. Use bem o tempo que tem com ele.

– Tudo bem! – afirmo, e repasso mentalmente.

Ele imprimi uma folha e me entrega com todas as regras e horário dos medicamentos e novos receituários.

– Luca está pronto, e já estão aguardando vocês! – ele nos direciona até a porta – Vou conversar com ele, e vou liberar.

O médico foi até Luca e começou a falar coisas que nós não entendíamos. Os olhos claros de Luca vieram em minha direção, e ele abriu um pequeno sorriso. Concordava com tudo que o médico dizia.

– Muito obrigada, Maya! – diz Alessandra.

– Me agradeça mantendo seu marido longe de nós. Ou melhor... Tente manter ele longe de nós. Eu já sei que ele virá até mim, e eu estarei esperando por ele.

PROMETIDA AO MAFIOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora