CAPITULO 16

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Na manhã seguinte, meu pescoço estava menos marcado e por sorte foi fácil cobrir com uma boa maquiagem.

Esperei que todos tomassem café pra eu poder ir. Ontem eu evitei todos, não atendi ninguém e escolhi ficar sozinha.

Eu estava pronta para sair do quarto. Eu prendi mechas do meu enorme cabelo para trás e me olhei no espelho. Eu me sentia eu.

Usava meus trajes indianos, de uma forma mais moderna, e eu me sentia bem comigo mesma.

Ouvi batidas na porta enquanto eu terminava de espalhar a base pelo meu pescoço, eu caminhei em direção a mesma para abrir. E encontrei uma Gabriela, de olhos arregalados e curiosos me encarando.

Dei espaço pra ela entrar e voltei para o espelho, usei bastante pó para selar a base e manter ela no lugar por boa parte do dia.

– Maya, você está bem? – pergunta, e eu a encaro.

– Vou ficar...– murmuro, e volto para o espelho checando se estava bem coberto.

– Você conseguiu cobrir...– afirmo.

– Nada que um corretivo laranja e uma boa base não resolva...– digo – Vou caminhar no jardim, quer me acompanhar?

Ela afirma.

Gabriela estava completamente constrangida com a situação. Eu pude ver. Ela não estava a vontade.

Antes de sair do quarto, eu segurei as mãos dela e a fiz me encarar no fundo dos olhos.

– Você não tem culpa pelas atitudes do seu irmão! – digo, e ela abaixa o olhar.

– Eu não devia ter deixado prosseguir com aquela ideia louca! Vocês estavam tão bem, Luca ficou desnorteado quando você sumiu e...

– Eu não quero mais falar sobre isso! – digo – Só quero que saiba, que eu jamais culparia você por isso! E eu não faço mais parte da vida de Luca, ele não existe mais para mim, só cumprirei o meu papel por aqui.

– Mas você gosta dele...– nego.

– Mas isso não é importante, isso não muda a realidade.

– Não deixe Luca viver na escuridão – ela pede.

– Eu não posso escolher isso por ele...– digo rapidamente – Vamos?

Afirma, e eu deixo o quarto.

Sigo ao lado de Gabriela até a cozinha, ela me contava sobre algo que havia feito na noite de ontem. Eu estava realmente prestando atenção até ver Luca nos pés da escada.

Seu olhar sempre vago, e agora, mais vago do que nunca. Sua aparência demonstrava cansaço, ele parecia derrotado.

Seu olhar veio de encontro ao meu, me pegou o encarando, eu o odiei e ao mesmo tempo senti vontade de abraçá-lo.

– Maya...– me chama Gabi – Vamos!

– Thik...– murmuro.

Termino de descer as escadas acompanhada de Gabriela. O olhar de Luca estava fixo em mim. Eu encarava os degraus, a qualquer momento eu tinha a impressão de que cairia.

– Soube que seus pais virão para a Itália! – diz Alessandra, eu nem tinha a visto, seu olhar era de curiosidade e preocupação assim como Gabriela.

– Eu pedi que viessem! Algum problema? – murmuro de uma forma doce, e a encaro.

– Não, querida. Só queria saber se está tudo bem.

Eu sentia o olhar de Luca sobre mim, eu jurava ver arrependimento em seu olhar. Mas eu preciso parar de ver coisas que não existem, e parar de acreditar em pessoas como ele.

PROMETIDA AO MAFIOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora