CAPITULO 38

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Eu soltei o ar com força dos meus pulmões, Teodoro sorriu e se aproximou.

– Se precisar de algo, conte comigo! – ele diz, e eu reviro os olhos.

Baguan Kelie, depois de todo esse show! Vamos tomar um chai! Mamadi está enlouquecida querendo que você conheça a culinária indiana.

Caminhei ao lado de Teodoro até a cozinha onde todos nós aguardavam. Lucca não aparentava estar estressado, em suas mãos estavam os comprimidos matinais, e eu sorri ao ver a forma com que ele se comprometia com a sua saúde mental. Eu me aproximei, e me sentei na cadeira vaga e reservada para mim ao lado de Lucca. Ele aproximou seus lábios dos meus, e eu interrompi seu movimento virando o rosto.

– Maya...– pergunta aborrecido.

– Carinho é uma coisa a dois, você está frente a sua família. Deve respeito! – diz Mahara com um sorriso debochado nos lábios.

– Eu não posso te beijar na frente dos seus pais?

Nahin! Mas ainda não somos extremistas! – diz baldi.

– Bassan! – Mamadi o repreende antes que comece.

– Se seguíssemos a cultura indiana à risca, minhas noras não agiriam da forma que agem! – diz baldi.

Encaro Durga e Nadja, elas encaram baldi com olhar fulminantes. Indra e Manu não se manifestam, eles a conhecem melhor que todos!

– Teodoro, gostou do chai? – pergunta Deva rapidamente para mudar de assunto.

– Viver reservadamente em convivência! – diz mamadi e encara Lucca – Você se acostuma!


Os dias se passavam calmamente, Lucca demonstrava diariamente ser uma pessoa melhor e não cansava de me surpreender. Os dias estavam perfeitos, a calmaria e a leveza com que levávamos a vida e a companhia um do outro, era como se um recomeço perfeito existisse e eu não queria que isso acabasse nunca. Mas ao mesmo tempo que tudo estava bem, isso me preocupava, eu tinha medo do que Giovani nos reservava, se ele contava com a ajuda da sua amante louca. Era uma incógnita. Eu evitava pensar nisso. Evitava pensar no mal que nos aguarda. 

Eu tomava um banho quente, a manhã estava fria e o calor da água em contato com a minha pele gelada, fazia um arrepio constante ser irradiado por todo meu corpo. No café da manhã, a harmonia permanecia. Durga não abria a boca para exatamente nada, e Nadja conversava calmamente com a nossa família. 

Lucca estava no quarto sendo examinado pelo médico que o acompanhava rotineiramente. Quando se juntou a nós, o médico o acompanhou trazendo a noticia de que Lucca estava bem e que deveria consulta-lo de mês em mês, deixando o contato e o endereço de sua clínica. Todos ficamos gratos, e mamadi escolheu fazer um almoço para comemorar a nova saúde mental de Lucca. 

– Podemos chamar sua família, Lucca! – diz mamadi, sorrindo – Isso é uma ótima noticia para não dividir com eles. 

– Vou pensar em quem chamar – ele diz com um sorriso no rosto e toma um gole do seu chai. 

Sorrio ao ver que ele se acostumara rapidamente com os costumes da nossa família. Ele me encarou e abriu um sorriso enorme que fez o meu coração derretes. 

– Tudo isso é graças a você, princesa. Nunca deixou de me ajudar! – ele diz, e me arranca um sorriso. 

– Eu sempre estarei ao seu lado, pati – marido. Digo, e ele sorri – Sempre farei o que puder para te ver bem e viver em harmonia com você.

Vejo mamadi e baldi sorrirem, Durga revira os olhos e meus irmãos nos acompanhava com carinho no olhar. Lucca passou por momentos de crise, por momentos de insônia onde todos os unimos para tentar amenizar todo o sentimento que o fazia extravasar. Nós aprendemos a compartilhar medos e inseguranças. 

– Contando que chamem o Antoni, podem trazer quem você quiser que eu não me importo! – diz Mahara e nos arranca uma gargalhada. 

– Seu pedido é uma ordem, bhabi – cunhada. Diz Lucca – Mas eu quero que seja apenas minha mãe, Gabi, nona, Antoni e Amélia. 

– Seus pais não vivem juntos? – questiona mamadi. 

– Não estou pronto para compartilhar essas coisas da minha vida com o meu pai, vou deixar claro que eu não quero que ele venha! 

– Mas conhecendo seu pai, sabe que tem a possibilidade dele vir sem ser convidado – opino.

– Colocaremos ele pra correr, simples! – diz Mahara, sempre prática. 

– E ai mostraremos a ele, como nossa família é educada e tem classe! – diz mamadi – Não trataremos ele da mesma forma, quantas vezes terei que repetir que somos uma família de casta. 

– Gosto de ser prática, mama! – diz Mahara – Me perde Lucca, mas ele não é uma boa pessoa. 

Lucca sorrio. 

– Eu era igual a ele – diz com pesar – Hoje reconheço todas as minhas atitudes, mas certas coisas da minha vida, eu faria exatamente iguais. Nunca pouparia esforços para cuidar da minha família. 

– Espero que Antoni também não poupe em nada! Baldi, o faça se casar comigo! – implora Maya. 

Baldi sempre silencioso apenas lança um olhar de reprovação para Mahara. 

Mahara sorriu e nós a acompanhamos. Estávamos todos na cozinha interna de casa, com o corpo sendo aquecido pelo aquecedor da casa. A temperatura estava bem abaixo. Mas nada que um bom aquecedor e um chá quentinho não resolva. 

Mamadi discutia animadamente sobre os pratos que faria para o almoço e nós a ajudávamos com a discussão, dando opiniões e torcendo pra que ela não fizesse nada muito escandaloso. Mamadi sempre foi muito intensa com as suas escolhas e tudo para ela tinha que ser elegante e grandioso, pois ela não aceitava menos que isso. Ela escolheria não fazer ao fazer algo de qualquer forma.  Paramos a conversa quando Lucca decidiu nos chamar a atenção

– Maya, eu quero aproveitar que estamos aqui... Diante da sua familia...– ele falava pausadamente, até que se levantou e se ajoelhou a minha frente – Você quer se casar comigo? – pausa mais uma vez – Mais uma vez? 

PROMETIDA AO MAFIOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora