CAPITULO 10

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Gabriela me encarava ansiosa, e muita coisa se passava pela minha cabeça para eu poder dizer algo. Eu não queria dizer o que eu pensava. Eu queria fugir.

Thik. – digo por fim.

– Só isso que você tem a dizer? – Gabriela diz arregalando os olhos – Pensei que fosse surtar e querer fugir.

Mas eu quero – penso.

Dou ombros, e ignoro o bolo que se formava em minha garganta. Ela se ajeita na cama e puxa algo que estava abaixo de sua bunda. Era uma camisa social masculina. Ela encara a camisa de cenho franzido.

– O que é isso sua safada? – pergunta, e eu reviro os olhos.

– Nada de importante! – finjo indiferença.

– Luca passou a noite com você? – afirmo.

– E desapareceu, sem ao menos desejar uma boa noite ou um bom dia! Pensei que ele amanheceria ao meu lado hoje – assumo, e desvio o olhar envergonhada.

– Você sente algo por ele?

Nahin! – nego rapidamente com um pouco de agressividade.

– Se cuide, e não espere gestos amorosos de meu irmão, ele não vale a própria merda.

Antes que eu pudesse dizer algo, Gabriela me corta.

– Vá se arrumar, iremos resolver as coisas do seu casamento. Se vista como preferir! – ela diz, e se levanta – Você pode ser quem você quiser ser.

Apenas concordo com a cabeça e vejo ela deixar o quarto. Caminho em direção ao closet e pego o vestido mesmo vestido que eu havia vestido ontem, me lembro das palavras de Luca e a forma com que ele fez eu me sentir mal. Isso me entristece.

Mas eu o visto mesmo assim, e pego os salto de bico e salto fino. Penteio meus longos cabelos lisos, e passo uma maquiagem rápida.

Pego uma bolsa, e saio do quarto. Encontro Gabriela, magnífica como sempre, muito bem vestida me esperando.

– Pronta? – ela sorri, demonstrando a animação por me ver vestida assim.

– Como estou?

– Divina! – ela diz batendo palmas.

– Estou desconfortável! – digo e puxo o vestido um pouco mais para baixo.

– Pare com isso mulher, você é perfeita! Olha essas pernas e esse bumbum! Deixe de graça e vamos logo.

– Tudo bem!

– Amália está nos esperando com mamãe!

Apenas concordo.

Acompanho Gabriela pela casa, ainda tenho a sensação de que a qualquer instante eu me perderia entre os cômodos. Haviam muito mais quartos do que pessoas.

Gabriela saiu, e fui impedida de passar. Os seguranças pararam a minha frente, e estavam irredutíveis ao meu pedido de licença.

– Não temos permissão para deixá-la sair!

– Saiam já daí! – grita Gabriela.

– Senhor Vitale não liberou sua saída!

– Ele não tem que permitir nada...– digo ríspida – Me dêem licença, agora!

– Não complique as coisas! – ele pede de forma passiva.

– Quero resolver as coisas do meu casamen...– sou interrompida.

– Que resolva dentro de casa, dessa porta você não passa.

Gabriela de longe viu meu olhar de decepção, ela sabia que não podia fazer nada em relação a isso. Eu fechei os meus olhos, e soltei o ar que estava em meus pulmões.

PROMETIDA AO MAFIOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora