Após longas horas no banheiro para me arrumar, finalmente eu estava pronta. Deixei o banheiro e calcei meu scarpin, ouvi o estalar do salto anunciando que Deva se aproximava.
Ela estava luxuosa.
Seu look era igual ao meu, mas ao invés de calça ela optou por uma saia midi e saltos mais grossos.
– Você está pronta?
– Infelizmente, não!
– Não Maya, perguntei se já está pronta? – disse apontando para as roupas.
Eu sorri.
E concordei.
– Você não tem escolha! A tarde eu disse que ficou enrolada com umas questões das filiais da Índia, e é isso, ok?
– Claro!
A partir do momento em que eu sair pela porta daquele quarto de hotel, eu me tornaria a pessoa mais imparcial.
Eu seria fria.
Eu não demonstraria nenhum sentimento a mais.
Mas ao entrar novamente naquela casa, a entrada permanecia a mesma, tudo intacto, tudo igual. A antiga casa em estilo vitoriano, sempre será de tirar o fôlego.
Evitei olhar para trás para não ver minha casa com Luca.
Ao descer do carro, Deva apertou a minha mão me dando força e eu apenas suspirei. Dessa vez, seria diferente, eu entraria pela aquela porta com a vida feita, com uma carreira promissora e milionária.
Eu não entraria aqui com um casamento arranjado, forjado em um contrato.
Meus passos que antes eram falhos foram se tornando firmes, e o nervosismo que habitava em mim ao pouco foi se esvaindo dando espaço a sensações antigas que eu havia vivido aqui.
Presa, sem poder sair.
Calada, apenas aceitando o que me era oferecido.
Oprimida.
Eu dei a volta por cima, e hoje eles precisavam de mim. Eles queriam a melhor indústria têxtil e de quem era? Da doce menina Maya, a oprimida.
O segurança da entrada me encarou, eu o reconheci e ele me reconheceu.
– Boa noite, senhora Vitale, eu... não sabia que era você!
– Ebrahim! – o corrijo – Obrigada.
Agradeço ao vê-lo abrir as portas, e a grande sala de estar estava cheia. A decoração estava como sempre impecável.
Eu senti meu corpo brevemente resetar, mas de primeira eu expulsei essa sensação. Eu já estive aqui antes, mas não da forma com que estou hoje.
– Maya...– ouço aquela voz, fria e arrepiante me chamando.
Automaticamente um sorriso fraco brotou em meus lábios, eu jamais me esqueceria do que ele fez por mim na noite da boate.
– Antoni...– o encaro de forma passional – Tchalô, como estas?
– Estou bem, e você? – ele pausa – Essa é minha esposa, Alice.
Ao seu lado havia uma menina, seu rosto ela angelical. Branca, com seus olhos verdes e seus longos cabelos lisos e louros.
– Namaste, Alice! – digo de forma doce, ela sorri simpática.
– Um prazer em conhecê-la, Maya! Ouvi muito a seu respeito... Coisas boas!
Ela se explicou rapidamente, e eu sorrio fraco. Antes que eu pudesse dizer algo, senti algo ou alguém puxar meu braço me tirando toda a atenção do casal.

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PROMETIDA AO MAFIOSO
RomansSINOPSE: Maya Ebrahim, nascida e criada rigorosamente dentro da cultura indiana, e muita das vezes "burlava" a regra por ser contra os antigos costumes. Sua família era uma família de posse, uma família rica, e conhecida na região. O Sheik Bassan a...