CAPITULO 31

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– Está tudo bem, menina, você sofreu uma intoxicação com o medicamento tomado unindo com o pico de estresse, o que te levou a ter uma convulsão – franzo o cenho – Já contatamos a sua psiquiatra, e logo ela estará aqui.

Afirmo, e encaro Deva.

– Pode começar a falar, por favor? – digo de forma ríspida.

– Maya, você não pode se estressar! – ela diz.

– Eu já estou no hospital, Deva! – rebato – Tem como piorar?

Ela suspira.

– Luca foi diagnosticado com psicose, e o médico exige um acompanhamento da esposa, principalmente por ele passar maior parte do tempo te chamando.

– Isso está ficando cada vez pior.

– Alessandra foi nos avisar, e pediu que não pedisse divórcio agora, Luca está passando por alucinações terríveis, foi o que levou ele a ter aquela atitude com você. Ele está se medicando, o nível de psicose dele é bem alto, mas ele tem chamado você e vem tendo surtos pela sua falta.

– Não me diga...– murmuro, e levo a mão até a minha têmpora após sentir uma pequena dor de cabeça – Vou pensar em algo.

Controlo a pequena pontada de desespero que apertava meu peito, e me fazia querer chorar. Só de pensar em estar perto dele, eu sentia medo, será que tentaria algo? Será que eu poderia ajudá-lo nesse momento? Eu sentia medo.

– Maya, está tudo bem? – pergunta a psiquiatra entrando no quarto.

– Sinto que vou enlouquecer...– minha voz sai falhada.

A médica me prescreveu novos medicamentos e explicou o possível motivo de tudo ter ocorrido. Eu apenas suspirei, e afirmei.

– Não sei se preciso disso. – digo – Não tem como ser um calmante?

Ela suspira, e nega.

– Soube do que aconteceu! – ela diz, e eu reviro os olhos – Você está confortável com a situação?

Nego.

– Mas seria desumano...– digo apenas.

O dia se passava de forma lenta, a terapeuta veio até o hospital e eu desabafei. Falei sobre tudo que eu senti, desde o primeiro dia em que vi o Luca e fui obrigada a me casar com ele.

– Eu ainda não consigo acreditar que eu não entrei em um processo judicial para a separação.

Deva sorri.

Talaq, talaq talaq...– diz Deva, e eu suspiro.

O "triplo talaq" era utilizado sob o qual um homem pode se divorciar pronunciando três vezes a palavra "talaq", que significa "divórcio" em árabe, na presença de sua esposa. Sendo proibida essa lei, hoje passamos por um processo judicial, acabando com a era do divórcio instantâneo.

– Preciso que fale com baldi, assim que Luca estiver estável, vou entregar os papeis do divórcio.

– Mamadi e ele estão vindo para cá.

– Desde quando?

– Desde que se isolou, buscaram uma casa, segura, e vão nos tirar do quarto de hotel. Eles ficaram preocupados.

Apenas concordo.

Deva passou a noite no hospital comigo, e hoje pela manhã eu receberia alta. Me surpreendi ao ver que Teodoro estava na recepção, acompanhado de meus pais que sem pestanejar vieram me abraçar.

E depois cumprimente Teodoro.

– Ficamos preocupados com você, Maya! Arababaguandi, quando soube...– interrompo mamadi.

– Está tudo bem agora! – digo segurando sua mão.

– Trouxe uma erva divina para acalmar os ânimos! – sorrio, e a agradeço.

Chukriá! – agradeço – Baldi...– ele toca o topo da minha cabeça, e abre um sorriso dócil – Deva falou sobre o advogado?

Ela afirma.

– Podemos conversar sobre isso depois? Gostaria de saber como você está. Vamos almoçar.

– Venha conosco, djan! – "querido". Disse mamadi.

– Está tudo bem, depois eu passo para vê-la! – diz Teodoro, e sorri de forma encantadora – Vejo você mais tarde, Maya?

Afirmo.

– Te enviamos o novo endereço! – diz Deva.

– Seremos eternamente gratos a sua família que acolheu nossas filhas com tanto carinho em um momento tão frágil. Mas agora nós viemos para ensinar a esta família como é querer atacar com classe.

– Mamadi...– a repreendo.

– O que foi, Maya? Mostraremos a eles o que é ter casta! – diz mamadi – Até logo, Teodoro. Faremos um jantar especial e você está convidado por ter feito tanto por elas.

– Ele tirou Maya dos braços de Luca, mama! – diz Deva.

– Eu soube!

Me despeço de Teodoro com um abraço rápido, e acompanho meus pais até a saída do hotel. Mamadi falava o tempo todo, e sem parar. Dizia como queria sair para jantar com a família de Luca e ensiná-los bons modos. Deva e eu apenas segurávamos a risada.

– Nós, buscamos o melhor que a Itália poderia nos oferecer. Não queríamos diminuir o nível de lar.

– Eu bem que tentei um lar mais simples, mas... vocês conhecem a mamadi de vocês. Preparadas?

Deva afirma animada com a superficialidade, e eu sorrio. Mamadi sempre foi uma mulher elegante, e nunca economizou para deixar claro o poder que tem. Seu traje indiano, estava impecável. Os tons claros sempre a deixava assim.

O carro trilhava por um caminho totalmente desconhecido por nós, mas haviam mansões espalhadas por todos os cantos. Até que, o carro embicou em direção a uma garagem.

Realmente, mamadi não cairia o nível. Mamadi fez questão de que Deva e eu ficássemos com o quarto com vistas para a cidade. Era gigantesco.

– Quantas famílias ficarão aqui? – pergunto.

Mamadi sorri.

– Mama, não tem como habitar todos os cômodos desse lugar!

– Temos um cinema! – ela diz e bate palmas – Convidei a família de Luca para um almoço, amanhã, todos! Luca não poderá comparecer. Layla e o esposo virão amanhã, assim como os seus irmãos.

– Menos Sakura! – diz baldi.

Mamadi apresentou todos os novos empregados da casa, e eu fiquei surpresa com a mudança repentina para a Itália. Nunca imaginei.

– Mahara também se separou...– diz mamadi – Nossas mulheres são amaldiçoadas, sem sombra de dúvidas.

– Recente? – pergunto.

– A sim, ela está muito abalada. Mas não deixará de vir para cá, todos virão.

– Por isso uma casa tão grande! – diz baldi, abrindo um sorriso dócil – Ou tem para todos, ou não tem para nenhum!

– Hoje faremos um jantar para agradecer Teodoro, e logo pela manhã seus irmãos chegarão e no almoço, nos encontraremos com a família de Luca.

– Pra que isso? – questiono.

– Maya, nós devemos sempre manter os inimigos por perto!

– Mas não inimigos como os Vitale, Mamadi.

PROMETIDA AO MAFIOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora