Capítulo 25 - Katherine Cárter

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Estava na sala de lazer do hotel em que estava hospedada. Tentando me concentrar no livro que estava lendo, mas estava com uma dor de cabeça incômoda, nada muito forte, mas era irritante ao mesmo tempo. Havia um tempo que não sentia essas enxaquecas. Deixo tudo de lado e me levanto indo em direção ao elevador, esqueci de levar minha bolsa, com certeza lá deve haver uma pílula que faça essa enxaqueca passar, sempre tem. Entro no elevador e olho tudo em volta. Meio chato ficar sozinha aqui, nada pra fazer. Era pra serem as melhores férias da minha vida, mas parece que está ainda mais solitário. Seria melhor se eu não ficasse somente no hotel.

Vou em direção a minha bolsa. Tenho que resolver essa enxaqueca, antes que ela acabe com meu dia. Mexo tudo e não encontro, vou em direção a cama, totalmente sem paciência. Jogo tudo lá, pego o que preciso e vou para a geladeira pegar uma água, como ainda tem gente que engole isso no seco? Nunca que consigo. Depois de já ter tomado a pílula, volto para repor tudo de volta na bolsa. Nada de arrumar, pego as coisas e vou jogando, não preciso ser todo tempo delicada, né?

Eu decido deitar um pouco pra ver se o remédio faz efeito e se a dor passa, não durou muito e acabo que dormindo.

Acordo e vejo que já é um pouco tarde, a dor tinha sumido. Decido sair pra comer algo na rua, não sou fã da comida do hotel, mas há restaurantes por aqui mesmo.

Vou em direção a um que eu tinha passado uma vez em frente, não é longe do hotel e dá pra ir caminhando, juro que o que menos queria era uma caminhada, mas estou sem condições pra um passeio longe.

Sigo em frente, nada demais. Chego no restaurante e tudo que penso é apenas em comida, dieta não é um dos meus pratos favoritos. Sento em uma mesa e logo um garçom vem me atender:

— Boa noite, senhorita. — ele fala e me passa o cardápio. Faço meu pedido sem muito prolongamento, estava cheia de fome.

Depois de me dar por satisfeita. Pago tudo que comi e agora eu apenas pensava na minha cama de novo, nem parece que acabei de sair dela.

No caminho de volta percebo que tem um carro me seguindo, ou pode ser minha cabeça produzindo as coisas que assisto. Eu espero mesmo que seja paranoia porque estou começando a ficar assustada.

Começo andar um pouco mais depressa. Não que me sinta ameaçada, mas é melhor não arriscar, né?

Faltava mais ou menos um quarteirão pra chegar no hotel, porém vejo uma lojinha, se eu for um pouco mais rápido talvez eu entre e possa fazer um pouco de hora lá.

Mas antes que eu pense demais o carro acelera e para bem do meu lado, estava mais pra uma mini van. Um cara pula pra fora do carro e me acompanha bem ao meu lado.

— Sem chamar atenção, muita calma. — ele diz. Como ficar calma nessas situações se a gente esquece até como se anda?

— Olha moço não tenho muita coisa, mas pode levar tudo. — eu falo me embolando nas palavras. — Pode ficar com tudo, só me deixe ir!

— Ah, mas tá cedo. Por que ir embora justo na hora do recheio do bolo? — ele dá um sorriso e agarra meu braço pra eu não me afastar. Como se conseguisse.

— Por favor, moço, me deixe. — eu já estava desesperada e meus olhos encheram de lágrimas, eles vão abusar de mim e depois me matar, é isso?

— Vamos fazer assim, você me passa seu celular e pode ficar com o resto, mas vou te levar pra fazer um passeio, ok? Prometa que vai se comportar e pensarei na possibilidade de uma soltura, mas nada concreto, ok? Vai se comportar, docinho? — ele fala tão calmo que nem parece que está tentando me sequestrar. Agora um sequestro é nomeado passeio. Linda forma de dizer "estou te sequestrando".

— Não é como se eu tivesse muitas opções, né? — quando digo isso, coloco minha mão na boca logo em seguida, ainda em choque por ter respondido assim, o cara estava do meu lado provavelmente armado e minha boca vem querer ter vida própria justo agora.

— Não, não é como se tivesse mesmo. — ele diz e pega meu celular que eu fiz questão de tirar logo da bolsa. Em seguida ele me empurra na direção do carro, eu já estava chorando.

Meu desespero começou a bater, não conseguia pensar em nada positivo, tudo que se passava pela minha cabeça era "estou morta".

Não tinha nada de bom pra pensar numa hora dessas, tudo que se passa é em como você poderia ter feito muitas coisas, mudado outras, tudo podia ser diferente.

Meus pais, como vão passar por isso? Logo meu pai que fez questão de dizer para eu não fazer essa viagem, deveria ter lhe dado ouvidos.

— Limpa essas lágrimas, docinho, que agora é a hora em que você abre a boca de bom grado ou a força mesmo, dessa vez você escolhe. — estou começando a odiar esse homem com toda as minhas forças, ainda mais esse apelido, nunca fui de sentir essas coisas pelas pessoas, mas ele não merecia nem um por cento de piedade. — Vou levar seu silêncio como um "sim".

— Não sei no que sou útil. — digo sem medir as palavras.

— Ah, docinho, pode ter certeza que você é bastante útil.

[...]

Quem iria querer sequestrar a doce Kathe? Continuem conectados...

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