Estou em uma casa abandonada, sentada em uma cadeira velha com os pés e mãos amarrados e por mais que eu tentasse me soltar era impossível. Eu estou com medo, muito medo na verdade, sabe-se lá o que eles podem fazer comigo em um lugar deserto como este sem nem uma casa por perto a qual eu pudesse gritar por socorro. Ninguém iria sentir minha falta o porquê é óbvio, eu não conheço as pessoas aqui, eu não tenho amigos aqui, então a chance de alguém procurar por mim eram nulas. Eu iria morrer sozinha e essa era a minha realidade a qual me fazia chorar copiosamente. Chorar por pensar nos meus pais, como eles iriam suportar sabendo que perdeu a única filha. Eu corria o risco de nunca mais ver os rostos, os sorrisos deles, era doloroso pensar assim, mas na minha condição era impossível pensar em algo positivo.
Escuto passos caminhando na minha direção, eu nem fiz questão de levantar a cabeça, o medo me dominava, eu sabia que era o mesmo homem detestável que me "levou pra passear".
— Kathe, Kathe. Já me sinto até íntimo de você, pra te chamar assim, eu realmente acho que agora podemos falar sobre o quanto você é útil pra mim, não acha bom isso? — ele fala, arrastando outra cadeira que eu nem tinha notado, e a colocando bem na minha frente, sentando-se em seguida.
— Pra você é Katherine e eu já falei que eu não tenho ideia de no que exatamente eu seria útil para ajudar você — falo sem um pingo de gentileza.
— Que leão em forma de ovelha, mas é claro que você é útil, docinho. — ele fala pegando em meu queixo e erguendo meu rosto para que eu o encarasse.
— Você é um psicopata, isso sim. — digo revoltada, nada vai mudar meu destino mesmo.
— Vamos então ao assunto, docinho. Você tem informações que me são bastante úteis — ele fala e eu o fito com uma cara confusa — Essa informação tem nome, Lavínia Watson, esse nome soa bem ao seus ouvidos? — ele dá um sorriso arrogante.
— Eu não sei de quem você esta falando, não conheço ninguém com esse nome — falo para ele, eu não conhecia mesmo. Esse cara estava me confundindo com alguém, só pode.
— Mas é claro que você conhece, vocês tiveram uma conversa agradável pelo o que eu pude observar — eu o olho sem entender, estou começando a achar que esse homem foi abduzido por algum monstro de outro planeta, só fala mais palavras sem sentido, idiota.
Incrível como minha vinda para Lisboa mudou todo meu vocabulário.
— Eu preciso ser mais claro, então vamos lá, cafeteria — ele fala com um sorriso sínico nos lábios — Vocês estavam na cafeteria. Você deu um jeito de tirar ela do meu caminho ou pelo menos pensou, eu observo tudo Katherine. Achou que eu iria deixar passar?
Liv, era dela que ele estava falando. Só poderia ser. Eu quem puxei ela quando a encontrei no meio da rua assustada. Então era por isso que estava o tempo todo procurando por alguém enquanto eu falava minutos antes de a puxar. A garota estava fugindo e dele. Claro que fugiria, até eu quero fugir agora.
— Pela sua cara, devo dizer que você se lembrou de quem eu estou falando — ele fala, cortando a breve lembrança que tive daquele dia, merda, eu sabia que estava entrando em furada.
— Não posso te ajudar com isso — falei para ele.
— Claro que pode, garota burra. — até me assustei quando ele se levantou, empurrando a cadeira com tudo — Só preciso das informações corretas, não é grande coisa — ele falou enquanto se curvava em minha direção, seu olhar é determinado.
— Olha, eu não conheço ela, tá legal, só a vi uma vez, não é como se a gente tivesse virado melhores amigas em um só encontro —falo um pouco exaltada, ele acha que sou o quê, que sou "conselheira" dela.
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A Máfia Entre Nós
ActionJá ouviu dizer que existem diversos tipos de vida que podem se conectar? Será que é verdade? Quando o maior mafioso de Portugal morre, surge uma pequena confusão em relação de quem tomará o lugar tão almejado. Mas até quando a paz reinará se todos q...