Capítulo 35 - Santiago Braga

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— Marquei um encontro entre você e o Aaron. — meu tio fala após invadir meu quarto.

— Já pensou em bater na porta antes de entrar? — reviro os olhos e volto a atenção para o notebook.

— Se você quer acabar com os Ward, sua chance é se aproximar do Aaron. — ele anda de um lado para o outro — Mas não quero que se envolva com a garota.

— A filha do falecido Ward? — o olho com curiosidade — Posso saber o motivo?

— O motivo é muito óbvio: se você se apaixonasse por ela arruinaria o plano.

— Eu não sou o tipo de homem que se apaixona. — falo com desdém.

— Mas também não é o tipo de homem que tem a mesma mulher por mais de duas vezes em sua cama, não vou arriscar tudo.

— Tudo o que "titio"? — arqueio a sobrancelha o encarando — Pelo que me lembro, eu que planejei essa vingança por anos da minha vida.

— Mas você está envolvendo a máfia e não quero que estrague tudo.

— Não me importo.

— Fica longe da garota.

Se a intenção de Afonso era manter a garota longe de mim, o plano deu errado já que aquele nome estava impregnado em meus pensamentos antes mesmo de conhecê-la.

[...]

Não foi difícil encontrar o endereço de Aaron. Fiquei surpreso em ser convidado para uma reunião no seu apartamento pessoal. Seria uma boa oportunidade de forçar uma amizade e claro, ver a pequena Ward.

Aaron se senta no sofá a minha frente e afrouxa o nó da gravata, sua aparência estava levemente desajeitada provavelmente por causa dos assuntos da sua máfia que ainda estavam pendentes.

— Como consegue possuir esses enormes resultados sem chamar atenção? Eu não imaginei que a máfia de vocês estaria tão bem reestruturada. — ele me encara.

— Minha Vitivinicultura é a melhor da Europa, o que ajuda a disfarçar um pouco. Sem falar que tenho várias boates espalhadas pelo mundo, em nome de terceiros é claro.

— São as boates que levam algumas das garotas que vocês... traficam? — pergunta, desconfortável.

— Algumas.. — bebo o whisky que ele me serviu

— E as outras?

— Algumas são leiloadas e outras são compradas a partir de um portfólio.

— E-eu simplesmente não gosto da ideia de tráfico de mulheres, mas...

— Mas isso é a máfia, isso é o que fazemos. Não é mesmo?

— É claro.

Sorri fraco e eu estendo o copo de whisky para o alto como um cumprimento.
Escutamos o barulho da porta e Aaron se remexe inquieto.

— Minha irmã chegou, não quero que ela saiba sobre essa parte da máfia. Ela já está suportando coisas demais.

— Será da forma que você decidir.

Aceno com a cabeça e me levanto. O acompanho até a sala e sorrio ao ver a garota.

— Kiara, o que faz em casa tão cedo? — ele questiona.

Meu olhar percorre o corpo da garota e um sorriso se forma em meus lábios. Agora eu entendi o motivo do velho esconder sua filha a sete chaves.

Sem me importar com Aaron, mantenho meu olhar focado na garota que a pouco tempo não era conhecida pelas máfias.

A Máfia Entre NósOnde histórias criam vida. Descubra agora