Capítulo 55 - Kiara Ward

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Acordo com uma terrível dor de cabeça, resultado da bebedeira da noite anterior. Ainda de olhos fechados tateio a cama a procura do meu celular e quando encontro verifico as horas. Já passa das dez e meia da manhã então decido levantar.

Vou até o banheiro e tomo um banho rápido para despertar de vez. Quando termino visto roupas confortáveis e depois finalizo com uma maquiagem bem leve para disfarçar a ressaca estampada em meu rosto. Saio do quarto e desço as escadas, a casa está silenciosa. Vou até a cozinha e encontro Mari preparando algo.

— Humm, o cheiro está maravilhoso. — falo assim que entro no cômodo e meu estômago reclama de fome ao sentir o aroma da comida —Bom dia, Mari. — dou um pequeno sorriso para a senhora que retribui de forma gentil.

— Bom dia, querida, em que posso ajudar? O café da manhã está servido na sala de refeições. — fala docemente.

— Obrigada, Mari, mas antes preciso de um analgésico. Minha cabeça parece que vai explodir a qualquer momento. — massageio as têmporas com movimentos circulares.

— Só um minuto. — ela vai até um armário e começa a vasculhar, pega uma cartela de comprimidos e logo em seguida me entrega o remédio com um copo de água — Isso vai ajudá-la.

— Obrigada. — tomo o analgésico e saio da cozinha depois de agradecer novamente a senhora que ainda parece surpresa com a minha presença na casa. Tenho vontade de perguntar por Santiago, mas não o faço.

Depois de tomar um café da manhã reforçado, subo para o quarto já me sentindo um pouco melhor. Penso no que fazer, mas não tenho muitas opções, então me afundo debaixo da coberta novamente. Não demora muito para que eu caia no sono outra vez.

[...]

— Desculpe o atraso, Kiara, o trânsito estava péssimo — Sabrine fala enquanto me levanto para abraçá-la.

— Tudo bem, não faz muito tempo que cheguei. — volto a me sentar depois de nos cumprimentarmos.

Peço um chá gelado com limonada e Sabrine um Baunilha Latte. A garçonete anota nossos pedidos e se retira em seguida.

— E então, o que aconteceu? Fiquei preocupada quando recebi sua ligação. — pergunto um pouco apreensiva.

— Eu acho que estou pronta para fazer o tal exame. — diz timidamente.

Foi difícil contar para Sabrine o que aconteceu com ela na boate a alguns dias atrás. Como eu já imaginava, no dia seguinte ela não se lembrava de nada do que havia acontecido devido a quantidade de drogas que injetaram em seu corpo. Para ter certeza se sofreu alguma violência sexual, ela decidiu fazer um exame de corpo de delito. O problema era que para fazer esse tipo de exame, teria que fazer um boletim de ocorrência e tudo o que não queremos é envolver a polícia nisso. Com isso ela pediu um tempo para pensar se realmente queria fazer o exame. Eu apoiei sua decisão e ofereci minha ajuda para qualquer coisa que precisasse, mesmo não fazendo ideia de como iria ajudá-la.

— Eu acho que você tomou a decisão certa, se vai ajudá-la a seguir em frente com isso. Mas agora temos que arrumar um jeito de você fazer esse exame sem envolver a polícia. — falo baixinho de modo que só ela possa ouvir — Você não comentou com ninguém a respeito disso, certo? — pergunto para ter certeza.

— Claro que não, ninguém além de você sabe. Minha família não pode nem sonhar que algo assim me aconteceu. E você, contou para alguém?

Faço uma pausa quando a mesma garçonete traz nossos pedidos. Agradeço a moça de modo gentil e volto a encarar Sabrine quando ela se retira.

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