Capítulo 52 - Santiago Braga - Parte I

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Ainda com a mão na cintura de Kiara, observo meu tio parado na porta da minha casa. Ele possuía essa péssima mania de me visitar em horas inesperadas e principalmente nas indesejadas.

— Meu tio é muito inconveniente, ele ainda acha que manda nas coisa. Então não repare se ele for um imbecil. — falo para Kiara.

— Realmente, ele não parece nada feliz. Obrigada por avisar, vou tentar não levar para o lado pessoal caso ele seja um imbecil.

— Não leve. — sorrio.

— O que ela está fazendo aqui? — tio Afonso questiona assim que nos aproximamos.

— Desde quando devo satisfação a você? — respondo de imediato.

— Eu já avisei que... — faço um sinal para que ele pare de falar.

— Vamos, Kiara! — falo com a garota e voltamos a caminhar.

— Mandei você ficar longe dela, essa garota é problema na certa. — Afonso insiste.

Reviro os olhos e passo por ele entrando em casa e fechando a porta, mas logo ela é aberta em um baque chamando a nossa atenção. Afonso segura em meu braço e eu o encaro sem paciência. Solto as malas de Kiara e me livro de seu aperto.

— Qual o seu problema, Afonso? Você acha que pode entrar na minha casa quando bem entender?

— O meu problema é que você está se envolvendo demais com ela.

— Só estou cuidando da garota, nada mais que isso.

— Desde quando você virou babá?

— Acho melhor cuidar da sua vida. Não é sua função saber o que eu sou e sim cuidar da segurança da máfia. — me aproximo e o seguro pelo ombro rindo sarcasticamente — A próxima vez que me tocar, vou fazer com que se arrependa. Agora suma da minha frente.

Ele sai batendo a porta e eu me viro para Kiara. Vejo Mari descer as escadas com um olhar de desaprovação.

— É assim que eu te ensinei a se comportar na frente das visitas?

— Mari...

— Como posso te ajudar, meu menino? Você parece estar estressado hoje. — ela sorri.

— Leve Kiara para o quarto que prepararam para ela. — falo irritado e pego as malas as deixando próximas ao sofá. Respiro fundo indo até o bar e encho meu copo de whisky, bebo o líquido de uma só vez e escuto as duas subirem as escadas.

[...]

Depois de tomar um banho e resolver algumas papeladas das boates, peço um jantar e assim que ele chega decido chamar Kiara.

— Kiara? — bato na porta mas ela não responde.

Entro no quarto e a vejo jogada na cama.

— Kiara... — sem respostas — Só falta ter morrido.

Me aproximo da cama e me curvo em sua direção aproximando meu rosto do seu.

— Kiara?

Ela abre os olhos lentamente e se afasta aparentemente assustada, provavelmente pelo curto espaço que nos separa.

— Humm... O que foi? — ela diz ainda sonolenta e se senta na cama.

— O jantar chegou, a Mari precisou ir para casa e eu imaginei que estaria com fome. — me endireito e coloco as mãos no bolso enquanto olho para a janela do quarto.

— Ah sim, tudo bem. Eu já vou descer. Agora você pode... — indica a porta — Me dar licença?

— Claro. — caminho até a porta, mas antes de sair me viro a encarando. — Kiara, você prefere suco ou quer beber um vinho?

A Máfia Entre NósOnde histórias criam vida. Descubra agora