Tentava cessar minha respiração, buscando controle de mim mesmo. Descontrole passava por todo meu corpo. Vontade de matar todos a minha volta. Passo minha mão por cima da mesa do escritório empurrando e quebrando tudo que estava lá. Chuto a cadeira fazendo com que caia. Vou em direção a estante tirando tudo de cima e jogando no chão com todo ódio que estava sentindo.
Depois de ter quebrado toda minha sala literalmente, escorrego pela parede fria, sentindo tudo desabar. Passo minhas mãos por meu rosto, puxando meus cabelos, sendo torturado pelas lembranças de Liv em meus braços. Em como ela ficou em minha presença, como seus olhos estavam vacilantes.
Enquanto a carregava em meus braços ela só se encolhia cada vez mais. A deixei em seu quarto para que tomasse um banho e descansasse. Não conseguia ficar mais que aqueles minutos com ela, não conseguia olha-lá. Eu falhei. Fecho os olhos com toda força que tenho.
Malditos sejam os que encostaram nela. Amaldiçoo todos.
Fecho minhas mãos com força querendo matá-los. Queria torturar todos com minhas próprias mãos, caçar eles como um leão faminto, queria arrancar suas cabeças de seus pescoços. Quero todos mortos.
Levanto rapidamente do chão e em passos largos saio do escritório. Vou em direção ao meu quarto, olho tudo em volta buscando um pouco de paz. Entro no banheiro, precisava esfriar a cabeça antes de tomar qualquer decisão.
Toda vez que fechava os olhos eu via os de Liv, os quais transmitiam tristeza, medo, insegurança... Horror.
Depois de um banho demorado e já devidamente vestido decidi ir fazer um lanche para Liv. Já é tarde e ela ainda não se alimentou. Desço as escadas de dois em dois degraus, indo para a cozinha. Não tínhamos uma cozinheira, mas algumas pessoas vinham pelo menos duas vezes na semana para limpar a casa e abastecer a geladeira.
Depois de fazer um sanduíche e encher um copo com suco, vou lá para cima em passos silenciosos. Abro a porta de Liv lentamente. Ela está deitada em posição fetal e isso me dói. Aperto os olhos em busca de controle. Respiro fundo e vou em sua direção. Seus olhos estão abertos mas não parece ter me visto, na verdade ela parece não estar aqui. Deixo o lanche na mesinha ao lado da cama. Ela não me olha.
Chego mais perto sentando na ponta da cama e olhando atentamente para cada parte de seu rosto que só transmite dor. Queria me socar por vê-la assim. Estendo minha mão em direção ao seu rosto afastantando um pouco seus cabelos, ela fecha os olhos e logo os abre arregalados, se afastando como se eu fosse um maldito que contém doenças transmissíveis. Me xingo mentalmente por isso.
— Liv? Sou eu, Damon. — merda, eu queria mudar isso.
Ela me olha nos olhos. Logo seu olhar se suaviza e lágrimas escorrem por seu rosto. Soluços altos saem de sua boca.
Merda. Fecho meus olhos com força, tentando camuflar minha raiva.
— Coma algo, irei deixar você descansar. — levanto e saio as pressas de seu quarto.
Depois disso toda a tarde passou lentamente, torturando-me. Tentei me distrair a todo custo, treinei a tarde toda extravasando toda minha raiva a cada maldito segurança que eu surrei. Durante a noite tentei fazer com que Liv comesse, mas ela continuava relutante.
Estava dormindo quando escuto um grito agudo, vindo de algum canto. Levanto rapidamente tentando identificar de onde vem. Ouço outra vez e saio da cama rapidamente, abrindo a porta e deixando bater com força. Corro em direção ao quarto de Liv. Abro a porta e a vejo se debater por entre o lençol freneticamente. Vou as pressas em sua direção, subindo na cama e a puxando para meus braços. Ela tenta se soltar, ainda se debatendo.
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A Máfia Entre Nós
ActionJá ouviu dizer que existem diversos tipos de vida que podem se conectar? Será que é verdade? Quando o maior mafioso de Portugal morre, surge uma pequena confusão em relação de quem tomará o lugar tão almejado. Mas até quando a paz reinará se todos q...