Capítulo 63 - Brad Foster - parte I

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Momentos são para serem vividos e curtidos para que no fim as lembranças sejam boas e que tragam saudades e gratidão de tudo que vivemos. Os momentos com Liv eram únicos. Eu a vi, eu a quis, eu a tenho. Na verdade, seria mais conveniente dizer que ela me tem.

Foi de uma hora para outra. Me mandaram uma foto de quem queriam encontrar, uma foto dela, e só queria conhecê-la. Olhá-la de perto. Conhecer cada detalhe, suas manias, seus defeitos, suas qualidades. Até o momento em que me disseram o porquê de estarem a procurando e eu simplesmente me recusar a procurar pela garota. Eu quis, mas não podia. Até o momento em que o próprio Damon me procurou querendo parceria, sabia que tudo que ele queria mesmo era me fazer ficar calado e não procurar por eles. Eu era uma pedra em seu sapato, apenas umas digitadas no computador e eu saberia seu paradeiro, mas ele foi esperto.

Sei que ele não me contou tudo sobre ela, mas o que descobri me fez querer testá-la e fui a fundo. Saber que conseguiu descobrir uma bomba caseira sem nem ao menos ver só me fez ficar mais curioso com suas habilidades. Me envolver em uma luta seria o plano, acabei por levar uma surra, mas não conseguia deixar de sorrir por saber o quanto ela estava preparada.

Depois tive que me distanciar, estavam atrás de mim, não queria que fossem levados até ela. Tive que sumir comigo mesmo pra protegê-la.

Tanto tempo longe dela só me deixava com mais vontade de tê-la. Foi difícil ir a fundo com a sua história, Damon soube como encobrir tudo. Mas eu o entendi. Ele estava apenas fazendo o mesmo que eu, protegendo-a.

E então veio aquela cena, aquela maldita cena que eu nunca esqueceria. Nunca. Como é que eu pude deixar algo assim acontecer? Um estupro. Eu só conseguia me sentir um lixo e queria arrancar toda a dor que lhe foi dada sem nenhum consentimento.

Eu estou aqui, quero ser a luz no fim do túnel. Aquele que vai segurar sua mão quando ela precisar de força, que vai carregá-la quando tiver machucada, aquele que vai dizer que tudo ficará bem e aguentará tudo por ela, alguém em quem ela confiaria de olhos vendados. Aquele que viria em primeiro lugar em sua mente, a quem pediria ajuda.

Quando eu pensei que tudo ia piorar, a garota me impressiona com um passo a frente. Ela me mostrou algo que não conseguia enxergar ainda. Eu a tinha aos poucos, devagar, mas tinha.

— Merda. Precisava me assustar desse jeito? — digo quando Liv pula do meu colo.

— Nunca mais toque em mim. — diz acuada.

— Eu só ia te levar para o quarto. — digo um pouco frustrado por ela ter saído do meu colo.

— Era só me chamar que eu ia com meus próprios pés. — fala nervosamente.

— Tudo bem, então vá. — falo em uma grande tentativa de parecer não dar a mínima. Ela fica um tempo parada, me olhando como se ponderasse ir ou não.

— Eu vou mesmo. — diz tomando coragem e indo em direção às escadas, mas eu avanço, ficando em sua frente.

— É tão ruim assim ser tocada por mim? — perguntei, mas não sabia se queria ouvir sua resposta. Olhando bem dentro de seus olhos ela parecia perdida.

— Sim. Que dizer... Não. Não sei. É diferente. — diz nervosa e seguro um sorriso que queria surgir em meu rosto. Se ela não conseguia encontrar uma resposta quer dizer que eu a deixava assim. E isso era bom... Eu acho.

— Podemos ver se realmente é. — digo dando mais um passo em sua frente, quase colando meu corpo com o seu e a sensação era boa demais.

— Uhum. — resmunga olhando intensamente em meus olhos e eu só conseguia pensar em como conseguia ler eles perfeitamente. Coloco minhas mãos em sua cintura, puxando-a para mais perto. Mesmo um pouco relutante, ela vem.

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