Estava me arrumando para faculdade quando ouvi alguém bater na porta do meu quarto. Logo após a porta se abriu, era meu irmão, Aaron.
— Bom dia, posso entrar?
— O que você quer, Aaron? — falei, com uma certa acidez. Ainda estava chateada com tudo que acontecera no dia anterior.
— Passei para ver como você está, não saiu desse quarto ontem nem para jantar. — disse ele entrando no cômodo.
— Como eu poderia estar depois de saber que tenho um noivo desconhecido, um casamento arranjado? Digamos que estou... confusa. — respondo, indo para o closet escolher uma roupa para vestir.
— Entendo, eu sei que as coisas estão meio confusas agora, mas vai ficar tudo bem. Se não falei nada antes, foi para proteger você. — assim que ele pronunciou essas palavras voltei para o quarto.
— Proteger? Proteger de quê? Eu sei muito bem me defender, afinal, foi para isso que fui treinada todos esses anos, assim como você. — falei, encarando-o.
— É, você está certa. — ele disse, derrotado.
— Então, vai me dizer ou não o motivo desse acordo?
— Talvez, mas não hoje.
— Não me enrola, Aaron, você sabe que mais cedo ou mais tarde eu vou descobrir.
— É, eu sei. — deu um sorrisinho de lado, indo em direção a porta.
— Quando vai ser? Já tem uma data marcada? — perguntei, antes que ele pudesse sair. Meu irmão parou e se virou para mim.
— Estou resolvendo isso, mas provavelmente daqui uns dois meses. — dito isso, ele se virou e saiu do quarto.
Dois meses. Daqui dois meses estarei casada, convivendo com um homem que não conheço, que nunca vi na vida. Isso só pode ser um pesadelo. Assim que Aaron se retira, eu termino de me arrumar, pego minhas coisas e saio.
[...]
Mais tarde, quando saio da faculdade, decido ir almoçar com Anne. Decidimos ir ao Cecconi's, um dos nossos restaurantes preferidos.
— Então quer dizer que daqui a dois meses minha amiga estará casada! — Anne diz com um sorriso debochado.
— Argh, nem me lembre isso. Estou fazendo um grande esforço para esquecer, nem que seja só um por um minuto, que esse casamento existe. — respondo, olhando o cardápio.
— Eu não queria estar na sua pele. Não consigo entender como seu avô e seu irmão permitiram isso, sempre foram tão protetores com você.
— Eu também não entendo. Existe um segredo de família que, por alguma razão, eles não querem me contar. Mas eu vou descobrir. — chamo o garçom e assim que ele chega fazemos nossos pedidos.
— Eu sei que vai, por isso não estranhei o fato de você estar "aceitando" tudo isso, deve estar tramando alguma coisa. — ela disse, assim que o garçom saiu.
— Tramando ainda não estou, mas vou usar esse casamento para obter as respostas que preciso sobre minha família.
— E depois? O que você pretende fazer?
— Eu não sei ainda. Primeiro descobrir o motivo desse casamento. Depois, sei lá, peço divórcio. — digo, fazendo Anne sorrir enquanto balança a cabeça.
Depois disso, nossos pedidos chegaram. Eu e Anne conversamos sobre vários assuntos, mas o principal era o meu casamento.
Quando terminamos nosso almoço, pagamos nossa conta e saímos do restaurante. Assim que entramos no carro, meu telefone toca. Era meu irmão.
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A Máfia Entre Nós
AzioneJá ouviu dizer que existem diversos tipos de vida que podem se conectar? Será que é verdade? Quando o maior mafioso de Portugal morre, surge uma pequena confusão em relação de quem tomará o lugar tão almejado. Mas até quando a paz reinará se todos q...