Não consigo mais ficar sobre os olhos julgadores de Brad, ele bufa a cada minuto no percurso de volta para casa.
— Dá pra parar? — digo já irritado com ele.
— Não, não dá. Você sabia e não me contou. Sabia que ela poderia ter se sentido desconfortável quando entrei em seu quarto? — fala me pegando de surpresa.
— Entrou no quarto dela? — pergunto olhando de canto para ele e mostrando minha irritação, ainda prestando atenção na estrada.
— Claro que entrei, eu não sabia. Fui porque não tinha nada pra fazer na sala já que queria ter seus assuntinhos misteriosos com a senhorita Cárter! — ele diz me fazendo respirar fundo.
— Isso não te dá o direito de entrar no quarto dela!
— Meu Deus. Eu não vou discutir com você sobre entrar ou não no quarto de Liv, isso quem deveria dizer é ela. Só queria ter sido avisado sobre tal acontecido antes. — fala esfregando suas mãos no rosto.
— Mudaria alguma cois... — antes que eu termine a pergunta sinto seu punho em meu rosto e logo em seguida um gosto de sangue em minha boca. Estou certo de que não foi um soco muito forte, mas foi bem dado. Ainda estava paralisado com o que acabou de ocorrer dentro de um carro em movimento.
— Nunca mais ouse me insultar dessa forma! Posso não ser o mais agradável dos homens, mas eu me importo. Merda, como me importo! — diz com raiva e parecendo falar mais para si mesmo do que para mim.
— Da próxima vez que ousar me socar será um homem morto. Se existir uma próxima vez. — digo seriamente.
— Como se sua ameaça me impedisse de fazer o que eu quero. — Brad sorri. Minha vontade é de socá-lo para arrancar esse sorriso cretino do seu rosto. O idiota não sabe a hora certa para sorrir, faz isso quando estou pronto pra mata-lo.
— Mas vai te impedir de continuar naquele monte de computadores. — digo sabendo que toquei em um assunto delicado. Ele fecha a cara e fica calado, apenas olhando a cidade pela janela.
Logo chegamos em casa e não ouço a voz das meninas, talvez estejam estar dormindo. Sei que havíamos demorado.
— A televisão está alta. — reclama Brad. Reviro os olhos. Ele vai andando na frente para entrar e eu fico apenas olhando.
— Dantas? — chamo pelo segurança.
— Senhor. — aparece ao meu lado.
— Relatório.
— Nada fora do normal, senhor. Elas se divertiram um pouco, dava pra ouvir algumas risadas daqui de fora. Não ousamos entrar, como nos foi dado a ordem. Depois de um algum tempo houve só o barulho da tv. Não saíram, nem colocaram o pé na varanda. O chefe ligou. Pediu pra retornar assim que chegasse e não parece feliz. Ligou para o senhor várias vezes e disse que não estava atendendo. — diz. Sei que nada bom virá daquela ligação.
— Tudo bem. Volte para seu posto, deixa que com ele me entendo. — Dantas apenas acena, voltando para seu lugar. Respiro fundo antes de marchar para dentro de casa e vejo cabelos loiros e ruivos no sofá. Apesar de cansado sei que terei que subir mais de dez degraus com elas nos braços, meus ossos doem só de imaginar.
Olho em volta atrás de Brad pra me ajudar, desligo a televisão indo atrás do idiota na cozinha.
— Sinta o cheiro da felicidade, Damon. — fala assim que me vê. Ele está quase de cara com o forno. Sinto o leve cheiro gostoso de lasanha e sorrio. Sabia que acabaríamos com aquela tensão em menos de meia hora.
— Larga isso e vem me ajudar a carregar elas pro quarto. — digo voltando para sala e sendo seguido por ele que solta um suspiro frustrado.
— Não é mais fácil acordá-las para subirem com as próprias pernas? — fala indignado.
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A Máfia Entre Nós
AzioneJá ouviu dizer que existem diversos tipos de vida que podem se conectar? Será que é verdade? Quando o maior mafioso de Portugal morre, surge uma pequena confusão em relação de quem tomará o lugar tão almejado. Mas até quando a paz reinará se todos q...