Capítulo 32 - Santiago Braga

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Caminho a passos lentos pelo galpão organizado para receber meus "convidados" especiais.

— Chefe, o lote de garotas para ir para a Alemanha acabou de chegar. — um dos meus homens avisa, logo após acrescenta — E seu tio pediu para você se encontrar com ele na boate.

— Traga as meninas até mim e avise meu tio que logo irei ao seu encontro. — respondo sem parar de andar.

— Claro, chefe! — ele responde rapidamente, logo sai e uma fila de garotas assustadas passam pela porta. Tiro meu blazer e acendo o cigarro que estava no meu bolso.

— Boa noite, meninas, que bom que chegaram. — elas se encolhem e eu continuo falando — Não precisa ter medo, a partir de agora vou ser o guardião de vocês até me pagarem a dívida.

— Nós queremos ir embora. — uma delas grita desesperada.

— Eu detesto pessoas escandalosas. — me aproximo devagar com as mãos no bolso — Tente não me irritar e sairá viva.

— Vocês... Não podem nos prender aqui! — ela fala abaixando o tom de voz.

— Quer apostar? — sorrio e me afasto — Vocês estão prontas para a viagem? Espero que sim.

— Sant! — ouço uma voz feminina.

Encaro a porta a tempo de ver a mulher que me chamou de forma tão íntima. Ela está usando um vestido vermelho colado ao seu corpo e os longos fios negros de seu cabelo estão soltos.

— Vejo que o trouxe em segurança. — encaro Diego que caminha logo atrás dela — Que prazer revê-lo Sr. Reis.

— É claro que trouxe. — ela me abraça e beija meus lábios — Quando vamos jantar?

— Creio que vai ser um pouco difícil. — respondo.

— Por quê? — ela arqueia a sobrancelha à espera da resposta.

— Você vai cuidar das minhas garotas na Alemanha, irá viajar juntamente com o Sr. Reis.

— E posso saber o motivo? — questiona irritada — Eu nunca mais vou voltar para aquele lugar.

— Vai sim e sabe por quê? Porque estou mandando. Agora ajude as meninas a se arrumarem. — respondo sem lhe dar opção.

— Está me descartando? — pergunta com cara de decepção.

— Não, querida! — beijo seus lábios e lhe acerto um tapa em sua bunda — Agora seja obediente.

— Eu espero ligações suas. — ela diz de forma manhosa, como se fôssemos namorados ou tivéssemos algum tipo de envolvimento romântico.

— Claro! — sorrio.

Meu sorriso desaparece assim que ela e as garotas saem do meu campo de visão.

— Detesto mulher grudenta! — afirmo assim que vejo a cara de riso de Diego — Quem sabe você não me ajuda a me livrar dela.

— Posso saber o motivo de me mandar para a Alemanha? — ele cruza os braços a espera de resposta.

— Claro que pode! É simples, o motivo é que eu estou mandando você ir. — respondo de forma direta sem sentir necessidade de dizer mais alguma coisa.

— Quanto tempo vou ficar lá? — ele questiona, o que só me faz revirar os olhos e respirar exasperado. Me sento e o encaro com tédio.

— Você faz muitas perguntas. — dou uma tragada no cigarro — E eu detesto isso.

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