Capítulo 16

647 24 1
                                    

Quarta-feira, acordei com uma mão passando algo frio no meu pé. Fazia cócegas. Espreguicei descansada pela noite bem dormida. Abri os olhos, Wiliam passava creme e me olhava com sorriso. Escondi o rosto nas mãos preocupada com o meu estado matinal. Ele sorriu.
—Está linda... Bom dia, doçura. — Beijou meu pé e continuou fazendo massagem.
—Que ataque é esse logo de manhã? — Repreendi baixinho porque Poncho dormia em uma cama no canto.
—Não percebeu que eu gosto dos seus pés? São lindos! Você gosta de massagem?
Tirei a mão do rosto para olhá-lo. Ele exibia um sorriso largo, que me trazia gratidão por amanhecer com ele.
—Adoro qualquer coisa que você faça por mim. — Sorri sincera.
—Puta que pariu! Vamos parar com a frescura ae que eu ainda quero dormir! — Poncho resmungou com a cabeça toda coberta. Ignoramos o garoto e sorrimos baixo.
—Levante que hoje a praia vai ser só nossa. Ela deve estar deserta por ser quarta-feira. — Wiliam sussurrou, depois levantou para se organizar. Ele pegou uns objetos em um armário e foi preparar o lanche enquanto eu me arrumava e escolhia o que levar para uso na praia. Vesti um biquíni, coloquei uma saída de praia curta e passei protetor.
Como ainda eram oito da manhã quando chegamos à praia, eu iria aproveitar bastante o sol saudável. Estendi uma toalha no chão e deitei de bruços usando meu micro biquíni preto que deixaria uma marquinha perfeita.
—Você passa bronzeador em mim. — Pedi e entreguei nas mãos dele.
—Ai, May, vai começar cedo hoje, é? — Resmungou, e eu não entendi ao que ele se referia.
Ele ficou calado, olhando para as minhas costas parecendo relutante, depois sentou e espalhou o bronzeador nas mãos. Eu não entendi o porquê da dúvida inicial. Ele começou a passar do tornozelo, lentamente, o que foi hiper relaxante. Suas mãos me apertaram, ganhando espaço nas minhas pernas e subiram a coxa apalpando cantinho por cantinho. Ele parou no glúteo e passou minutos concentrado ali, num movimento circular, comprimindo firmemente. Eu curti de olhos fechados. Ouvi um sonzinho e olhei em sua direção. Seus lábios estavam molhados e olhos concentrados.

—Que foi, Wiliam? — Perguntei curiosa.
Ele engoliu saliva e sorriu. —Nada. Quer passar na frente agora? — Questionou malicioso. —Daqui a pouco. — Respondi e encostei a cabeça no meu braço.
—Vou dar um mergulho e daqui a pouco eu volto. — Saiu, e eu fiquei me bronzeando com o sol que já ficava mais forte.
As nossas lembranças nessa praia não eram tão boas. Todas as outras vezes que viemos, tivemos alguma discussão aqui. Hoje era reconfortante estar bem. Tínhamos a união e a alegria que nos capacitarão para mais alguns meses de luta.
Ouvi sons de pessoas conversando próximo e abri os olhos. Fiquei surpresa ao ver o Dan e mais dois amigos me observando a poucos metros de distância, em dúvida.
—Olá, Dan! — Cumprimentei-o, e ele se aproximou encorajado.
—Hei, May! Vi seu carro ali e imaginei que estivesse aqui. As rodas de sua Mercedes são raras. — Sorriu amistoso e sem disfarçar deu uma varrida com os olhos no meu corpo. —Como você está? — Sentou-se ao meu lado. Eu permaneci de bruços, pegando o meu sol.
—Estou bem.
—Cadê suas irmãs, não quiseram vir?
—Não.
—Venham aqui. —Chamou seus amigos. —Essa é minha amiga, May.
Eles aproximaram-se, eu cumprimentei-os com um aceno de mão, e eles sentaram próximos. Tive a impressão que eles estavam me secando e não soube o que fazer. Se eu me movesse, a frente do biquíni era muito pior.
—Então, como está o curso, Dan? — Procurei um assunto torcendo que Wiliam voltasse.
—Está ótimo. No próximo ano vou fazer uma especialização na Virgínia. Estou pensando ainda se vou.
—Que interessante. Talvez fiquemos perto então. Estou pensando em cursar em uma universidade na Capital. Se você for mesmo, entra em contato comigo, vai ser legal conhecer mais pessoas de lá. — Sugeri amistosa.
—Você vai morar onde? — Questionou animado.
—Não sei. Eu não conversei ainda com o meu pai. Mas talvez ele compre um AP para mim.
—E você está pensando em dividir com alguém?
—Não. Acho que não. — Respondi incerta. Até que se Wiliam quisesse morar comigo, eu não dividiria, eu compartilharia. Mas não irei pressioná-lo por isso.

Amor VS PoderOnde histórias criam vida. Descubra agora