Capítulo 19

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Cheguei ao estacionamento do aeroporto em Phoenix sábado de manhã, no dia do niver do Iam e, como combinado, Sebastian já me esperava encostado em seu carro. Nossa, se ele estava me esperando onze horas, devia ter saído bem cedo da Califórnia. Nos hospedamos em um hotel chique no centro da cidade e fiquei encantada com o nosso quarto. —Sebastian, você encontrou com May? — Perguntei assim que escolhi o meu quarto e desfazia as malas.
—Sim, ela chegou ontem e dormiu lá em casa com o amigo dela.
—Ainda bem que ela está conseguindo esquecer, né? — Ele sabia que eu me referia exatamente ao
nosso cunhado em comum.
—Pra mim tanto faz os namorados da May. Já percebi que ela é muito mais forte e esperta do que pensamos, e eu sinceramente acho o caipira legal. Só não deu certo. — Deu de ombros.
—Tudo bem, você pode até achar ele legal, mas não gosto mais dele porque já vi minha irmã sofrer demais por ele. Ele não a merece. — Estava com raiva dele mesmo. Antes eu era a primeira a apoiar May, agora por mim ela partia para outra.
—Pra mim, Anny, ela escolhe quem ela se sentir feliz. Se for o caipira tudo bem, se for o estagiário, também tudo bem. Eu só quero ver minha irmã bem. — Abraçou o meu pescoço, me impedindo de mover. Nossa! Como Sebastian estava mudado. Ele sempre foi o primeiro a perseguir o Wiliam. Mas até que ele estava certo. Se May voltasse com Wiliam,eu não ligaria. Só queria que ele parasse de fazê-la sofrer.
Às vezes fico chateada com tudo que aconteceu. Seria tão mais fácil se tudo continuasse como antes e Barbara não tivesse ido embora de Olympic. Poxa, Poncho é meu primeiro namorado e já temos que passar por isso, namorar a distância. Parece que é sina da minha família, só pode. Primeiro May com o chato do Wiliam, depois Sebastian com a enjoadinha da Angelique, agora sou eu com o meu destrambelhado e lindo. Eu sinceramente não sei como o meu Poncho foi nascer em uma família de pessoas esquisitas daquela.

Após estarmos acomodados, a recepção avisou que eles chegaram e Sebastian pediu que eles subissem. Quando ela apareceu na porta, nos olhos dele apareceram dois coraçãozinhos e parece que ligaram um refletor na cara dele. Era de rir.
—Oi, miniatura de gente! — Meu fofo entrou, me abraçou e beijou o meu rosto.
—Oi. — Respondi empolgada. —Não trouxe aquele seu pc idiota não, né? — Conferi.
—Trouxe, chatinha. Eu preciso entrar algumas vezes, né? Esqueceu que ali é meu trampo? — Implicou carinhoso, me abraçando muito. Ah, é... trampo. Como se jogar o dia todo em rede fosse trabalho. Poncho pegou a bolsa deles e colocou em um canto.
—Vocês vão dormir aqui, Angelique? — Sebastian perguntou com cara de bobo.
—Sim. A minha mãe achou melhor ficarmos aqui do que vocês terem que ir à casa da minha avó. — Respondeu e sentamos todos no sofá.
—E a olho junto da May, não quis vir conhecer o Arizona, não? — Poncho perguntou curioso. Era incrível esse amor dele pela May, geralmente a segunda pergunta dele era sobre ela.
—Não. Ela viajou com um amigo. Graças a Deus está conseguindo esquecer o seu irmão. — Comentei e ele não pareceu gostar nem do meu tom, nem da informação.
—Bom para ela. — Fez pouco caso.
—Ai, Poncho, você vai ficar chateado de saber que a minha irmã está feliz? — Estava desacreditada nisso. Será que ele gostava era da May?
—Você não vai entender, nanica, a questão não é os urubus que dão em cima dela. O problema é saber que o meu irmão frita o cérebro de paixão por ela. Ele é loucão nela e tem algum motivo muito cabuloso para ele estar isolando ela assim. Mas vai saber, né? — Fez uma careta.
—Ok. Então vamos esquecer eles. Como está o tratamento? — Era incrível como todo mundo dizia que Poncho estava mal, estava mal e ele continuava lindo, lógico que de boné o tempo todo, mas era como se nem estivesse passando por um tratamento desses.
—Se não fosse os enjôos e a moleza que às vezes sinto, eu tirava de boa. —Mas hoje você está melhor?

—Sim. Geralmente eu fico pior cedinho ou quando tomo leite e derivados. — Explicou. Depois que ele parou de falar do irmão e de May, melhorou o humor novamente e voltamos a conversar numa boa.
A noite chegou, descemos para lanchar e depois passeamos um pouco em uma praça. Estava achando o meu Poncho muito distante, nem parecia que éramos namorados. Tinha uma coisa me incomodando no Poncho e eu precisava perguntar mesmo com toda a timidez que ainda tinha.
—Poncho, por que você não me beija mais como na minha festa?
Ele pareceu assustar com a minha pergunta e me puxou para sentarmos em um banco. —Ah, Anny... Eu tô meio grilado com as coisas bizarras da minha vida... Tô meio na minha, esperando ficar melhor... Tipo assim, eu sou fissurado em você, mas na moral, tá tudo muito esquisito pra mim.
Não entendi nada do que ele disse. Não disse nada com nada. —Como assim? Você não quer mais namorar comigo não?
—Não. Não é isso. Só estou querendo melhorar de vez para curtir minha garota de verdade, entende? Mas enquanto isso, eu preciso de você, adoro a sua companhia. Você sabe, sou ligadão em você, xonado mesmo. — Beijou leve a minha boca e me abraçou. Ele estava pra baixo, meio sem confiança na cura.

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