Capítulo 24

468 16 1
                                    

Devido a seu empreendedorismo, criatividade jovem e disponibilidade de enfrentar desafios, Brandon ganhou respeito na empresa e no decorrer do ano assumiu gradativamente responsabilidades. Papai queria diminuir suas horas na empresa Levy de Seattle e aproveitou o ensejo. Barbara não voltou a trabalhar a pedido dele. O acordo foi esperar Susan completar pelo menos dois anos. Os dois tinham tempo sobrando para mimar Susan.
Quinzenalmente eu continuava treinando com papai administração financeira da Levy. Analisava contas de investimento em minha sala com a supervisão dele. Sábado, depois de uma manhã cheia de cálculos, ele deixou-me na sala conferindo gráficos e despediu-se. Foi assim que Brandon me encontrou. —Como está o curso, May? — Brandon entrou e fechou a porta atrás de si. —Fácil. É bom ter aulas sobre o que já se convive.
—E a nova cidade? Tem saído muito por lá? — Perguntou atencioso e encostou-se ao canto da minha mesa.
Olhei-o de canto e assustei-me com sua imponência. De terno preto, cabelos pretos lisos e olhos azuis, ele parecia... Bonitão? Desviei o olhar.
—Às vezes eu saio. Eventualmente Sebastian faz solos de guitarra e vou acompanhar Angie. — Expliquei.
—E o príncipe? Você continuam se vendo só de seis em seis meses? — Quis saber curioso.
—Não. De quinze em quinze dias ele vai à Califórnia. Não é fácil. Como é ano eleitoral, toda vez que ele vai me ver o senador arruma um compromisso para tomar o tempo dele. Mas eu já me acostumei. — Dei de ombros e voltei os olhos ao monitor de LCD.
—Sinceramente é uma vida que eu não queria para mim. Eu gosto do previsível. Vida de político é muito inconstante.
—Um dia passa. — Defendi. Queria convencer a mim mesma disso.
—Sinto muito te informar, May, mas como filho e neto de político eu te garanto que será sempre assim. Sempre têm imprevistos que superam os compromissos familiares. Você vai ter que aprender a viver em segundo plano. — Lamentou sincero. —Quantos aniversários e comemorações meu pai, avô e tio faltaram! —Comentou chateado. —Bem, vim avisar que já vou. Bom fim de semana. — Ele deu um beijo no meu rosto e saiu.

Parei distraída com conversa. Eu sabia que realmente não iria mudar... Wiliam iria ficar a mercê das vontades dos grandes nomes do poder até que fizesse seu próprio nome... Se fizesse.
No fim da tarde saí com Poncho e Anny para comemorar o aniversário de Poncho no shopping. Ele dividia sua atenção entre mim e Anny, eu sob um braço, ela sob outro.
—May, estou hospedado em um site grande. O mundo todo acessa meus jogos. — Comentou empolgado.
—Eu sei. Esqueceu que eu administro sua conta? — Sorri orgulhosa do meu irmão. —O que você está fazendo com o dinheiro?
—Por enquanto nada. Eu guardo em três contas. Vinte por cento para seus gastos bobos com cinemas e sorvetes, quarenta para devolver o investimento do seu irmão e outros quarenta por cento para quando você precisar investir em outros jogos. —Fico feliz que esteja conseguindo juntar o dinheiro para devolver ao Wiliam. Mesmo que ele não tenha exigido pagamento, é dele e é justo que eu pague.
—Seu irmão é estranho. —Comentei. — Ele se acostumou a viver com pouco. Ganha quatro vezes mais que o ano passado e nada mudou. Continua gastando o mínimo.
—Mas eu também nem ligo pra dinheiro. O dinheiro que você... — Interrompeu-se ao sentir meu belisco em sua cintura. Era um segredo nosso o dinheiro que eu desviava para ele.
Assistimos um filme, brincamos nos games do espaço teen, e em todo o tempo Anny agiu reservada. Parecia irritada. À noite, depois de me trocar para dormir, fui ao quarto de Anny saber se ela estava com problemas. Para minha surpresa, encontrei Poncho deitado de pijama na cama dela. Parei congelada. Eles dormiam juntos?
—Que foi, May? — Anny perguntou desconfiada.
—O que Poncho faz aqui? — Apontei insatisfeita para os dois deitados.
—Nós somos namorados, esqueceu? Dãã...
—Ele sempre dorme aqui? — A pergunta saiu como acusação. Sentei na ponta da cama nervosa. —Só às vezes. Mas o quê que tem? Que cara é essa? — Perguntou na defensiva.
—Garotas não briguem por mim. Tem Poncho para todas! —Ele zombou.
—Dá um tempo, Poncho! — Repreendi, levantei da cama e andei ansiosa pelo quarto, pensando que durante o ano minha ausência na casa me imp

Amor VS PoderOnde histórias criam vida. Descubra agora