Capítulo 21

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Narrado por May
Os raios de sol da manhã penetravam pelas fres​tas da janela, acariciavam as cortinas e traziam calor ao quarto. Eu estava extasiada por uma sensação agradável de felicidade e satisfação. Foi como se tivéssemos nascidos um para o outro, ambos completamente compatíveis.
Espreguicei-me e senti-o às minhas costas, de conchinha, nossas pernas entrelaçadas. Rodeava-nos uma aura de completude como se toda vida a buscássemos e somente tivéssemos encontrado quando nos unimos. Bocejei sorridente, olhei o relógio do meu celular e marcava oito horas e vinte minutos. Xii, Wiliam não colocou o celular para despertar e devia estar atrasado para ministrar o seminário.
Apreciei-o dormir e toquei seu rosto com as pontas dos dedos para acordá-lo. Seu sono era pesado e profundo, respirava tranquilamente com a boca semi-aberta. Mesmo sabendo de seu atraso, eu queria admirá-lo, prolongar o prazer da manhã que se iniciava perfeita. A felicidade em estarmos juntos era imensa. Fui agraciada ao ter uma pessoa tão doce, gentil e determinada a me fazer feliz.
—Bom dia, anjinho. — Acariciei o seu cabelo. —Você tem que acordar... —Hmmm, que horas são? — Resmungou sonolento.
—Oito e meia.
—Nossa! — Ele se levantou em um movimento da cama, enrolou o lençol na cintura e esfregou os olhos ansiosamente. Sorri do lençol, lembrando que este quarto tinha uma história. —O que vamos fazer? Estou muito atrasado. — Questionou agitado. O fato de nós dois termos que nos arrumar o atrasaria mais.
—Tome banho, se arrume e vá. — Respondi tranquila, deitada de lado como uma gata preguiçosa, ao tempo que lhe lançava um olhar terno.
—E você? Pensei que queria ir. — Cobrou chateado.
—E vou. Você vai agora com o carro que aluguei, depois eu vou. Antes vou a uma loja comprar umas roupas. Eu quero estar apresentável. — Sorri.
—Faz assim, eu pego o táxi. Chama um para mim enquanto eu me arrumo.

Instruiu e entrou apressado no banheiro. Eu fiquei parada, olhando para o teto, rememorando tudo o que aconteceu na noite. Queria que ele não tivesse que ir a este seminário hoje para não termos que nos despedir da cama assim tão apressadamente. Por outro lado, eu queria muito ir à Universidade com ele, queria que os colegas de classe dele me conhecessem, portanto, a cama ficaria para depois.
Não liguei para o táxi. Ele estava se enxaguando quando entrei para acompanhá-lo. Percebi ele se esquivar embaraçado e virar de lado quando os meus olhos perscrutaram-no dos pés a cabeça. Sorri maldosa por intimidá-lo. Deixei a toalha em cima da pia e entrei à vontade no box. Ele já se despedia do chuveiro, mas abraçou-me molhado.
—Eu queria não estar atrasado... — Inclinou e cheirou meu pescoço. —Desculpe por não ter começado o dia direito. Bom dia, amor da minha vida. — Beijou-me persuasivo na orelha —Pediu o táxi? —Não. — Depositei beijos em seu peito. —Eu vou de táxi. — Informei.
Ele afastou-se e se enxugou apressado. —É incrível. Você só faz o que você quer. — Reprovou brincalhão. Sorri despreocupada e abri a ducha.
Ainda que o hotel fosse perto, ele enfrentaria trânsito. Mas parecia relaxado e feliz. Terminei o banho e enxuguei-me. Ele apareceu na porta do banheiro de terno, gravata, perfumado e com um sorriso deslumbrante. Lindo.
—Até já. —Despediu-se. — Não demore. Não posso perder você um segundo. — Esfregou os lábios nos meus e saiu.
Arrumei-me e desci para comprar alguma roupa nas lojas perto do aeroporto. Eu não tinha trazido roupas, como ele disse, 'apropriadas', logo precisei ir às compras. O sol estava tímido e confortável. Caminhei pelas lojas e avaliei as vitrines, encontrando rapidamente o que vim buscar.
Voltei para o hotel, vesti um terninho creme e justo, prendi metade dos cabelos, passei uma maquiagem leve e chamei o táxi. Cheguei à Universidade por volta de dez e meia e fui direto ao auditório que Wiliam estava dando aula no dia anterior. Porém, ao chegar lá percebi que o ministrante era outro.

Saí procurando pelo corredor, mas alguns auditórios estavam fechados. Depois de frustrantes minutos procurando-o, percebi uma pessoa conhecida saindo de uma porta e abrindo outra... Era a Sophia. Aproximei-me rápido. Ela pegou uns copos de água mineral numa copa e saiu. E agora, eu perguntava para ela ou não, se ela sabia onde Wiliam estava hoje?
Eu não deveria hesitar, afinal, o namorado era meu, e eu não devia ter insegurança quanto a ela. —Oi. Você é Sophia, não é? — Aproximei-me sem graça. —Sou May...
Ela juntou as sobrancelhas com suspeita. —Namorada do Wiliam. — Completou com um sorriso. Eu concordei:
—Sim. Estou procurando por ele. Você sabe onde ele está? Pensei que ele estaria na mesma sala que estava ontem, mas ele não está. Agora estou meio perdida. — Expliquei desajeitada.
—Ele está neste auditório aqui. O acesso público é pelo outro lado. Esta porta aí vai dar acesso direto ao local onde ele está. — Ela apontou para a porta a qual ela tinha acabado de sair. —Eu vim exatamente buscar água para ele. Ele chegou atrasado e não deu tempo de se organizar. — Explicou amistosa.
—Ah... — Puxa, buscar água para ele... Tão prestativa! —Como faço para encontrar a sala chegar nela pelo acesso público? — Perguntei. A universidade era grande e cheia de labirintos. E eu estava perdida nos corredores internos.
Ela olhou silenciosa em minha direção e sorriu de algo que eu não entendi. —Faz assim, entra por esta porta mesmo. Eu te dou a água e você leva para ele. Depois é só você descer pela escada a direita dele.
Pensei por um segundo se o embaraçaria caso aparecesse repentinamente no local onde ele palestrava... Decidi ir.
—Eu levo. — Sorri conspiradora e peguei três copos descartáveis nas mãos dela. Paramos na porta, ela me explicou novamente o que fazer e entrou, sentando-se em uma cadeira na parte de cima do auditório, ao lado de mais quatro pessoas, provavelmente professores.

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