Capítulo 05

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Conforme o táxi se aproxima a visão da mansão toma forma diante dos meus olhos, o taxista para de frente ao portão enquanto aguarda alguma atitude de minha parte, seus olhos brilham diante da imagem a nossa frente. De fato é uma casa de encher os olhos, mais quem olha por fora não imagina o vazio e o quão solitária esta casa é por dentro.

Aqui poderia ser o paraíso, do qual eu me alegraria em retornar, se não tivessem transformado meu conto de fadas em meu pior  pesadelo.

Os seguranças tomam posição diante do portão, todos armados a espera de uma atitude suspeita vinda do interior deste veiculo, pelo visto nada mudou por aqui, quem não é convidado jamais será bem recebido pela família Thompson. Os inimigos que o George fez durante anos por se recusar a operar pessoas de classe baixa a média o privam de ser um homem livre para andar pelas ruas ou de dormir tranquilamente em sua própria casa.

Muitos querem vingança pelas mortes que ocorreram por causa da ambição de um homem sem coração, que se recusava a fazer uma boa ação aos necessitados.

Vejo o rosto do homem a minha frente mudar de deslumbre para preocupação, e eu não o culpo, pois estes postes ambulantes estão dispostos a cumprirem as ordens dadas por seus patrões.

___ Mrs? (Senhora?)

O homem me chama visivelmente preocupado. Decido por fim a aflição dele ao abrir a porta do carro e me retirar do veículo.

Os homens a minha frente me encaram incrédulos, muitos aqui sabem que eu sou a verdadeira dona desta propriedade e de tudo o que pertencia ao meu avô. Agora sendo maior de idade devem temer que eu reivindique meus direitos e os coloquem no olho da rua, pois no mínimo é o que merecem por todo o mal que ajudaram a me fazer.

___ Open the gates! (Abram os portões!)
Ordeno disposta a impor posição diante de todos que me fizeram mal. Não sou a mesma menina assustada que conheceram, eu me tornei mulher, para dizer bem a verdade, a vida me moldou uma mulher forte e determinada.
Não retornei para abaixar minha cabeça, isso nunca mais voltará a acontecer!

Eles se entreolham enquanto eu os encaro sem demonstrar nenhuma sombra de hesitação, retorno para o banco do passageiro enquanto um deles cumpre minhas ordens.

Peço gentilmente para que o motorista prossiga e assim ele o faz. Respiro fundo imaginando que todos já saibam do meu retorno, e eu aqui sem saber o que me aguarda lá dentro.

Quando o carro para diante da mansão, meu coração dispara, as lembranças vêem sem piedade, e me causam um vazio profundo, não posso mudar meu passado, muito menos apagar as feridas que as pessoas dessa família abriram em minha alma.

___ Please wait for me gere, ir Will vê Dell rewarded! (Por favor, me aguarde aqui, será bem recompensado!)

Ele acena positivamente enquanto um dos segurança, se aproximam do carro e abre a porta para que eu possa descer, logo em seguida me estende a mão, o que eu poderia corresponder de bom grado se não fosse o mesmo homem do qual sempre me capturava e me impedia de fugir quando tinha alguma oportunidade.

Ignoro seu gesto e saio por conta, o deixando completamente sem graça.
Não aguardo suas indagações, apenas sigo rumo a entrada da casa, transmitindo em meus passo a segurança que eu não possuo.

Ao parar diante da porta de entrada, antes mesmo que eu possa abri -la eu mesma alguém o faz, e vejo que é a governanta, uma carrasca da qual não me torturava também porque não tinha permissão dos patrões, sem falar que a Nana também me defendia desta dissimulada.

___ Madam, what a surprise, I had no idea I would ever return! (Senhora, que surpresa, não imaginava que retornaria algum dia!)

___ Não lhe dei permissão para dirigir a palavra a mim! Ponha-se no seu lugar! Pois não lhe devo a mínima satisfação de minha vida!

Ela arregala os olhos em surpresa mais logo suas Iris mudam de espanto para ódio. Não ligo, não quero agrada-los.

___ Faça somente o que é paga para fazer. Chame seus patrões e me anuncie.

Ela não responde absolutamente nada, apenas se retira de minha presença, vermelha de raiva.

Muitos podem julgar minha atitude, mais o que estou dando a eles não é nada do que me deram por dezoito anos, alguns diriam que eles faziam apenas o seu trabalho,
o que eram pagos para fazer, mais não é bem assim, a minha doce Nana, também era paga para fazer o que lhe era ordenado e mesmo assim ela escolheu não fazer, e  todos aqui poderia ter escolhido ao menos tentar tornar minha vida menos dolorosa e eles escolheram justamente o contrário. Não tenho simpatia e nem compaixão por nenhum deles, assim como não tiveram comigo, não lhes desejo mal, mais não vou fingir tratar bem, quando não merecem.

Observo a casa, tanto tempo que não a vejo e mesmo assim não pude esquecer nenhum detalhe, tudo aqui me trás péssimas recordações, automaticamente meus pés me guiam pelos cômodos do interior da casa e sem me dar conta paro diante da porta que dá entrada ao porão onde ocorriam a maioria das torturas em que eu era submetida, aqui eu fui espancada, maltratada, passei fome e sede, aqui eu vivi o inferno na terra.

As lembranças vêem como um soco, a dor em meu corpo parece real, meu coração se aperta e um nó em minha garganta se forma, impedindo que o ar passe com facilidade, eu guardo a tanto tempo as dores acumuladas o que torna tudo pior de suportar.

Meus olhos se enchem, mais não me permito derramar uma única lágrima neste lugar, diante destas pessoas.

Fecho meus olhos e puxo o ar para meus pulmões profundamente, e os solto lentamente tentando controlar a vontade de chorar, faço mais algumas vezes e  quando me sinto um pouco mais calma me viro para sair deste lugar asqueroso, mais ao fazer isso me deparo com meu pior pesadelo!

Mais um capítulo para vcs, espero que gostem, não se esqueçam de votar e comentar, isso me uma direção se estão gostando da história ou não.

Boa noite meninas, volto em breve!

A ESPERA DE UM MILAGRE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora