.George Thompson
A que ponto chegamos?
Como fomos capazes de fazer nossa filha chegar a este estado deplorável?Após as palavras duras de Ricardo, mais uma vez nos acovardamos diante da situação, por medo das palavras que poderíamos ouvir novamente optamos por permanecer afastados.
Pelo que pude compreender através do Ricardo, causamos emoções extremas na minha filha, e por esta razão ela não suportou, certamente as lembranças do seu passado ao nosso lado a esgotaram, foram inúmeras crueldades praticadas por nós, qualquer ser humano na face da terra reagiria da mesma forma.
O que me leva a crer que verdadeiramente minha menina precisa de respostas, suas palavras ainda fervilham minha mente, e os efeitos são dolorosos.
É egoísta de minha parte não querer revelar a verdadeira razão pela a qual a torturamos durante anos somente para não ter o seu ódio.
Porque eu sei que tudo o que ela sente por nós, mesmo que beira ao sentimento, jamais poderá ser comparado quando ela tiver convicção de que nenhuma justificativa poderá aplacar suas dores.
Seria como entregar a ela o direito de nós matar em vida. Ela jamais nos perdoaria.
___ O quê tanto pensa?
(Rebeca se aproxima sorrateira, a perspicácia que ela possui certamente já a alertou de minhas intenções)___ A Fernanda saiu daqui carregada, a decepção que causamos a ela ao nos recusar sanar suas dúvidas associadas as lembranças a deixaram naquele estado, e de todas as formos nós somos os únicos culpados.
Vejo-a suspirar profundamente, Rebeca após descobrir que somos pais biológicos da Fernanda mudou drasticamente, se tornou outra mulher, seu rosto abatido, olhar triste e seu jeito emotivo me preocupa, não se parecem em nada com a mulher de olhar gélido, nariz empinado, palavras afiadas e coração vazio.
Nunca fui capaz de compreender as suas razões para odiar a Fernanda, até mesmo mais do que eu naquela época, afinal ela era sangue do seu sangue, apenas deixava de ter vínculo comigo, pelo menos era o que eu pensava.
Nunca conversamos sobre o assunto, antes de descobrir que ela havia engravidado, minha esposa somente fazia chorar, as cobranças para ter um herdeiro a deixou histérica, a culpavam por deixar seu estado de nervos impedir sua fertilidade, quando nós dois sabíamos que o único infértil era eu, mais estávamos completamente enganados.
Quando entramos em acordo de que era necessário que ela engravidasse de outro para dizermos que se tratava de um filho nosso, nunca imaginei que este ato nos afastaria, mesmo com minha permissão, senti meu orgulho sendo quebrado com a notícia de sua gravidez.
Eu fui o culpado, eu a pressionei para que fizesse aquilo, e quando ela fez eu lhe virei as costas.
Não conseguia olhar em seus olhos sabendo que ela havia se entregado a outro homem, o meu amor se tornou amargura.Me afastei, a rejeitei, a exclui de minha vida, e por muitas vezes ouvi seu choro abafado, seus soluços no chuveiro, mesmo assim nunca parei para perguntar como ela se sentia e isso a transformou em uma mulher dura, e certamente a fez odiar nossa filha.
___ Eu sei que o que pretendo te propor pode parecer cruel, mais poderá ser nossa única chance de conquistar nossa filha...
Estreito meus olhos tentando compreender o que ela tanto trama, vendo meu silêncio ela prossegue.
___ Podemos responder suas dúvidas, e aquietar o coração de nossa filha, mais antes pensei em propor a ela um acordo, que conviva conosco por seis meses, nos dê a oportunidade de sermos pais, de ama-la, de cuida-lá, e após o vencimento deste prazo contaremos a ela toda a verdade.
Se ela decidir ir embora...
Ao menos teremos algumas lembranças para nos apegar.
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A ESPERA DE UM MILAGRE 2
Romance#1AmordePai #2AmordeMae Fernanda Smith Collins Thompson encontrou nos braços de Ricardo Collins esperança, e agora vivia cada momento da sua vida como se fossem os últimos, e talvez realmente fosse. Agora ela ansiava por respostas, ela precisava sab...