___ Eu amo vocês, para todo o sempre!
Vejo seus olhos se fecharem e meu coração se despedaçar em meu peito!
___ Mãe! Mãe por favor, acorda!
(Abraço seu corpo como se tê-la em meus braços fosse aplacar a dor que me consome!)
___ Por favor não me deixe, eu te perdoo mãe, fica comigo!
(Sinto George me abraçar enquanto choramos juntos abraçados ao corpo que a cada momento perde sua temperatura, o calor que anunciava sua vida. Neste instante Nicolas tenta se aproximar dela mais eu o impeço.___ Não se aproxime da minha mãe, ouviu seu desgraçado!
Assassino!___ Você está louca? Eu não matei a Beca! Eu nao faria isso, eu queria ela comigo...
___ Pois ela preferia mil vezes morrer a ter que ser tocada por você novamente! Será que não vê o quanto destruiu a vida dela?
Você destruiu minha mãe, matou os sonhos dela, a alegria, você seu maldito matou ela no instante em que decidiu que a levaria a força embora daqui!Grito tudo o que está entalado em meu coração, a dor que sinto não me permite ter medo da reação do homem a minha frente, estou cega, corroída por toda a dor da perda e da descoberta da verdade.
Abraço minha mãe como se pudesse proteger ela de todos aqui, como se pudesse dar a ela tudo o que não pude fazer a mais de vinte anos.___ Não me deixe aqui mãe, eu preciso de você! Fica comigo, será que não entende que minha família nunca estará completa sem você aqui?
Por favor acorda! Por favor!___ Filha nós temos que ir!
Não havia percebido, mas George já havia soltado meu pé da corrente sem que ninguém percebesse.
___ Eu não vou sem ela!
___ Eu sinto muito filha, mas precisamos ir, nao podemos levar sua mãe, não conseguiríamos correr carregando ela conosco... Acredite, não quero deixar minha mulher aqui, mais eu prometi a ela que salvaria sua vida, eu sei que para ela como mãe o mais importante é te ver bem e fora de perigo.
Nos abraçamos ali, e embora eu não queira, sei que este foi o ultimo pedido dela, então tento cumprir com seu desejo, eu voltarei e a buscarei!
George aponta a arma para a cabeça de Nicolas o surpreendendo enquanto me puxa pelo braço para fora deste galpão, embora minhas pernas cedam aos comandos de meu pai, meus olhos permanecem presos no corpo quase sem vida que estou deixando para trás, meu coração bate desesperado no peito pedindo para que eu não a deixe ali, já minha razão rebate dizendo ser por pouco tempo, que encontrarei ajuda e resgatarei ela ainda com vida.
Passamos pela saída me dando conta somente agora que George pegou um dos cadeados e tenta fechar a pequena porta do galpão onde saímos e o tranca tentando atrasar os homens que permanecem lá dentro.
De forma automática mais uma vez sou arrastada para o meio da mata fechada, recordando-me das palavras da mulher que a tempos tentei odiar sem sucesso.
___ ..."Eu era violentada todas as noites em meus sonhos, em todas as vezes eu implorava por ajuda, mais ninguém me ajudava."
Sinto as lágrimas descerem cada vez mais grossas, deixando minha visão turva.
___ Vamos filha, precisamos nos distanciar o máximo possível para termos uma chance de escapar daqui!
Meu corpo se distancia a cada passo, porém meu coração e meus pensamentos permanecem naquele galpão, onde deixei minha mãe morrendo, as lembranças povoam meus pensamentos atordoados, a indecisão do que é o certo a ser feito me corroem.
___..."Eu vivi mais de vinte anos em pura dor, eu não posso viver tudo aquilo novamente!"...
E se eles a levarem daqui antes que eu possa encontrar ajuda?
Se ela sobreviver e for estuprada todos os dias porque eu a abandonei? Como poderei conviver com os "E se" que povoam minha mente?___"Eu era violentada todas as noites em meus sonhos, em todas as vezes eu implorava por ajuda, mais ninguém me ajudava."
Parei abruptamente impedindo George de prosseguir me arrastando!
___ O quê foi filha? Está passando mal? É o tumor?
___ Eu não posso pai! Não posso deixar ela lá e ir embora!
___ Não havia como trazer ela filha, eu juro que se houvesse uma única chance de conseguir salvar você e ela, eu salvaria sua mãe!
Coloco minhas mãos sobre meu rosto desesperada, sinto as lágrimas descerem intensas, a dor de saber que estou perdendo minha mãe, juntamente com o sentimento de estar a abandonando com aqueles homens me torturam.
___"Vai sim filha! Durante toda sua vida eu descontava em você a dor que senti ao ser estuprada. Essa é a primeira vez que posso fazer algo por você, após tanto mal que te causei."
___ "Eu te perdoo!"
___ "Então essa é a sensação de paz! Eu gosto disso, gosto muito!"
___Eu não posso fazer isso, eu sinto muito, mais eu irei voltar e salvar minha mãe!
___ Você sabe que ela pode estar morta, quando saímos de lá seus batimentos cardíacos eram fracos demais Fernanda, as chances de sua mãe são mínimas.
___ Viva ou morta, ela é minha mãe, e o minimo que posso fazer por ela é dar a ela o direito de ser enterrada pela família e não jogada em uma vala pelos caras que a estupraram.
___ Eles são muitos, não sei se conseguiremos...
___ Vou morrer de qualquer forma George, ao menos hoje tenho o direito de escolher se faço minha vida valer a pena ou não!
Dou as costas ao meu pai, e volto ao lugar de onde nunca deveria ter saído sem minha mãe.
Se é uma missão suicida?
Com toda certeza é sim, porém do que vale viver mais uma semana quando você sabe que poderia ter ao menos tentado salvar a vida de alguém e não o fez?
Então, este é o capítulo de hoje, e embora muitos não concorde com as decisões da Fernanda eu lhes aviso que antes se escrever me coloco muito no lugar dos meus personagens.
Se eu voltaria para salvar minha mãe?
Lógico, sem a menor sombra de dúvidas!
Se ela fez bem em voltar?
Aí é um pensamento individual, eu particularmente acredito que sim, pois em meu caso jamais aceitaria viver um dia a mais sabendo que alguém pode sofrer em cima do meu egoísmo.
Se a Rebeca sobreviver e os sequestradores a levarem e a fizerem prisioneira ao ponto de voltar a estuprar a mesma diariamente?
Como pode a filha viver bem e feliz sem saber o que de fato aconteceu com sua mãe?
Se está viva ou morta? Se sofre ou se é feliz?Como disse eu me coloco no lugar dos meus personagens, e sabendo que eu jamais seria capaz de virar as costas para alguém, fiz minha personagem com a mesma linha de pensamentos.
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A ESPERA DE UM MILAGRE 2
Romance#1AmordePai #2AmordeMae Fernanda Smith Collins Thompson encontrou nos braços de Ricardo Collins esperança, e agora vivia cada momento da sua vida como se fossem os últimos, e talvez realmente fosse. Agora ela ansiava por respostas, ela precisava sab...