Capítulo 21

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Fernanda On

Faltava apenas um mês para que toda a verdade me fosse revelada, ao todo passamos cinco meses juntos, e nesses meses que se passaram eu aprendi a ver os Thompson com outros olhos, minha vontade de dizer a verdade está cada vez maior.

Eu trabalho todos os dias no hospital, desenvolvimento um trabalho aqui de ajuda comunitária, semelhante ao que fazia no Brasil, o Ricardo está trabalhando em alguns projetos de ampliação da rede hospitalar, já a Rebeca, por mais que tente demonstrar o contrário não superou o ocorrido no estacionamento do shopping, ela mal sai de casa e quando o faz seu medo é evidente.

Em um mês eu descobriria os motivos pelos quais fui subjugada durante dezoito anos da minha vida, e por fim poderei tomar a decisão de perdoar ou não minha família.

___ Bom dia dona Fernanda!

Sou cumprimentado pelos funcionários do Hospital ao entrar no ambiente, de fato estou me sentindo realizada, meus sonhos estão se tornando realidade, hoje eu tenho tudo o que havia pedido a Deus durante anos.

___ Bom dia! O George chegou?

___ Não senhora, ele está atrasado, pensei que viria com a senhora?

____ Ele saiu antes de mim!

Digo pensativa e preocupada, George nunca se atrasa para o trabalho.

O dia percorreu bem, tirando  fato do meu pai ter desaparecido e da Rebeca não saber seu paradeiro, não consegui me concentrar tornando meu dia insuportável. Ao fim do expediente vou para casa cercada de segurança como de costume.

___ Ele apareceu?
(Rebeca me intercepta na porta com a expressão aflita)

___ Não! Eu tinha esperança de encontra-lo aqui com uma boa explicação.

___ Eu estou com um mal pressentimento filha! Seu pai ficou na sua segurança eu fiquei na minha e mesmo implorando ele não reforçou a dele....

___ Não pense no pior...
Ele vai aparecer!

___ Meu amor!
(Ricardo surge atras de mim, com seu jeito preocupado de sempre)

___ Você achou o George?

___ Eu consegui as câmeras de segurança das ruas, e....

___ E o que?

Rebeca indaga exaltada

___ Seu marido seguia em direção ao hospital como tudo indica mais foi interceptado por três carros com homens fortemente armados.
Eu já acionei a polícia e eles estão chegando.

Neste instante Rebeca se apoia com as mãos na parede enquanto coloca a mão sobre a barriga, seu desespero nos preocupa, em seu rosto as lágrimas descem sem cerimônia alguma.

___ Eu sinto muito!

Apoio Rebeca em meus braços e caminho em direção ao sofá, sento-a com cuidado enquanto prossigo colhendo informações com meu marido.

___ O quê faremos agora?

___ Eu deixei a gravação com a polícia, eles ficaram analisando e pediram que vocês também assistam para fazer o reconhecimento...

___ O quê você está querendo dizer com tudo isso?

Rebeca o interrompe e Ricardo me olha apreensivo e eu aceno em positivo para que ele prossiga.

___ Tem grande possibilidade de serem os mesmos homens do estacionamento do shopping...

Neste instante Rebeca desmaia em meus braços,  fico perdida sem saber o que fazer, não esperava está reação dela.

___ Pegue um álcool e algodão no banheiro para mim!

Ricardo corre desesperando sumindo pelos corredores, enquanto eu permaneço com apenas uma certeza, Felipo tem tudo haver com este sequestro!


Rebeca On

O som estridente de algo tocando me desperta mesmo contra minha vontade. Tento permanecer dormindo mais o som irritante me obriga a despertar, lembranças do ocorrido me atingem.

___ George!

Pronuncio seu nome com dor, recordo -me de desmaiar e voltar a consciência perturbada, quando minha filha me faz tomar um calmante, eu adormeci!

O som do celular tocando me chama a atenção novamente, olho no visor e o mesmo aparece o nome do meu marido?

___ George?

Atendo a ligação esperançosa mais não era ele, essa voz era de um homem, seu timbre logo foi reconhecido por mim, as lembranças do passado me atingem, era ele, o mesmo homem de mais vinte anos atrás, os dias exatos em que tudo ocorreu me inundam, é impossível esquecer, e agora ele voltou para me atormentar.

As lágrimas se tornam inevitáveis, meu coração se aperta enquanto ouço suas palavras, meu passado voltou!

___ Senti saudades Beca!

Não sou capaz de responder, apenas um soluço escapa de meus lábios, isso não poderia estar acontecendo, eu só queria esquecer! Porque a vida não me deixa superar isso, porque ele voltou depois de tantos anos?

____ Não chore querida, em breve estaremos juntos novamente, mais para isso preciso que venha ao meu encontro.
(Suas palavras arrepiam meu corpo)

___ Cadê meu marido!
(Preciso saber se George está bem, se ele fez algo a ele, mais ao perguntar percebo ter enfurecido o homem do outro lado da linha.)

___ Te espero no mesmo lugar, aquele que você fugiu, me deixando para trás sozinho...
Você ainda se lembra do caminho Rebeca? Se lembra como chegar aqui?
Espero que sim, de verdade eu espero que ao sair daqui você tenha se lembrado de memorizar todo o trajeto para poder retornar para mim!

___ Eu não vou!

___ Se não vier eu mato esse desgraçado!
Se for seguida ou se eu imaginar que a polícia está envolvida eu mato seu marido. Então querida eu sugiro que vc se levante dessa cama, tire essa camisola azul bebê, desça as escadas sem que os policiais em sua sala percebam e venha me encontrar. Ou então...

Ouço sons de socos sendo deferidos e gemidos saindo provavelmente da boca do George.

___ Diz pra ela vir seu babaca desgraçado, diz!

O homem grita com meu marido o batendo cada vez mais, e eu começo a implorar que ele pare de agredi-lo mais o desgraçado não o faz.

___ Rebeca...

Reconheço a voz fraca de George e a culpa me atinge, apesar de tudo eu amei ele, e agora sua vida corre perigo por minha culpa, derrotada de todas as formas possíveis eu tomo minha decisão!

Voltei! Espero que gostem, votem é comentem bastante que eu trago outro capítulo para vcs! 😘

A ESPERA DE UM MILAGRE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora