Capitulo 06

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O silêncio reina no ambiente fechado, sinto meu corpo tremular gelado.

Reage! Reage!

Digo a mim mesma, tentando recobrar a confiança de minutos atrás, sinto o suor descer sobre minha face, as lembranças da minha infância vêem como um soco em meu estômago que revira.

___ Por favor, não tenha medo de mim....

(Ela diz tentando se aproximar lentamente, e neste instante como instinto de defesa me cérebro obriga meu corpo a reagir. Afasto-me bruscamente colocando minhas mãos a frente do meu corpo como sinal de defesa. Ela para no mesmo instante.)

___ Não se aproxime de mim! (Ela recua alguns passos)

___ Eu não tenho medo de você, não mais.
(Prossigo me acalmando, ela sorri com amargura e então aponta o dedo em minha direção)

___ Não é o que o seu corpo diz!

Neste instante percebo que meu corpo permanece tremendo, e por mais que eu tente, não consigo controlar, é inevitável, sem mais delongas caminho apressada rumo a saída deste lugar maldito, sinto ela logo atrás de mim e apresso ainda mais os passos até adentrar novamente a sala.

___ Não vai embora, por favor...

A ignoro seu pedido e continuo andando, quando estou próximo a porta ela tenta mais uma vez me fazer retornar.

___ Ao menos me diga por que veio?!

Paro de inediato, com as mãos na maçaneta, Recordo -me do tormento da dúvida, os dias questionando-me sobre a verdadeira razão da qual os levaram a me odiar, a certeza que somente eles podem sanar cada interrogação que pairam sobre meus pensamentos, recordo -me também das palavras do Ricardo, o incentivo que me trouxa até aqui, os meus dias findando-se a cada badalar das horas, a cada tic tac do relógio, neste momento olho para as minha opções e  refletindo profundamente, retiro minhas mãos da maçaneta e viro-me diante da mulher que me deu a luz, olho em seus olhos e não vejo o que sempre me assombrou no passado. Não há ódio refletidos neles para mim, suspiro profundamente e caminho em sua direção.

Parada frente a frente a mulher abatida e cheia de olheiras sobre os olhos questiono internamente o que a levou a este estado deplorável já que sempre foi vaidosa. Mais não me a tenho a estes detalhes, o que meu coração almeja realmente saber é o motivo para que ela tanto me odeie e me queira mal.

___ Por quê vocês me odeiam?

Por fim faço a pergunta de um milhão de dólares, mais ela continua em silêncio, seus olhos estreitos me avaliam, sei que isto não é um bom sinal, a conheço o suficiente para saber que algo passa por sua mente perversa, ela não me dará a resposta de graça, certamente cobrará seu preço, resta saber qual será o valor, e se eu estou disposta a paga-lo.

___ Fernanda?

(George surge e me encara espantado, mais continuo encarando Rebeca, que continua refletindo sobre minha pergunta.)

___ O quê faz aqui minha filha?

Imediatamente meus olhos correm para o homem a minha frente. "Filha" está palavra saida de seus lábios trazem a mim uma vontade enorme de chorar, e por poucos segundos meus olhos começam a encher, no instante seguinte desvio o olhar buscando uma posição confortável para reestabelecer minhas estruturas.

Durante anos eu sonhei em ser recebida com está palavra de modo terno e por um segundo quase acreditei tê-las ouvido de forma carinhosa, o que não passa de um grande engano de minha parte.

A ESPERA DE UM MILAGRE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora