Tic-tac, tic-tac, tic-tac
Florence intercalava o olhar entre o relógio e a porta trancada enquanto balançava o chinelo freneticamente em seu calcanhar. Já havia um tempo desde que sua mãe tinha feito uma ligação para lhe dizer que estava chegando do supermercado. Ficar sozinha era mil vezes pior do que ficar em público. Em frente às outras pessoas, seus demônios não podiam dominar sua mente. Sozinha ela tinha a sensação de que a qualquer momento o seu tio apareceria como mágica e faria tudo de novo.
Seu peito já arfava inquietantemente para cima e para baixo quando ela ouviu o som de um carro estacionando.
Ela não moveu um pé. Ainda estava com medo.
De repente, a porta se destrancou mostrando um braço feminino e em seguida um homem alto entrou.
Florence ficou em pânico e seu coração ficou descontrolado. Ela não desviou os olhos do homem, se esquivando no sofá e lagrimando enquanto tremia.
–MÃE, MÃE! –ela gritou em desespero e sua mãe entrou depressa e jogou algumas sacolas no chão.
–Ei, filha... –Suzanne se aproximou.
–Por quê um homem, mãe? –ela sussurrou olhando para cima.
Suzanne viu o estado da filha e se sentou no sofá, dando-a um abraço de lado e afagando a cabeça de Florence em seu ombro.
–Minha filha, o pai de Henry costumava ser amigo de seu pai. O Henry era um bom moço e você era muito pequena, não deve lembrar dele. Ele se tornou um dos melhores advogados do estado, Florence.
–Mas ele é um homem!
Henry mudou sua feição de séria para preocupada. Sua índole era duvidável por ele ser homem!
–Eu sinto muito, senhora Hill, eu não...
–Está tudo bem, senhor Cavill, fique ai. –ela se virou para encarar a filha olho-a-olho. –Ele não vai te fazer mal algum, ele está aqui pra nos ajudar. Para por aquele demônio no inferno! –acariciou o rosto da filha e a abraçou forte, querendo chorar junto a ela. –Vai ficar tudo bem, meu amor.
Florence fungava no ombro da mãe, até que a senhora se afastou um pouco da filha para encarar o advogado.
–Eu preciso arrumar algumas coisas na cozinha, qualquer coisa é só me chamar.
–Mãe... –a garota gemeu chorosa.
–Precisa confiar em mim.
–Eu confio, eu só não confio nele! –encarou o senhor Cavill.
–Eu to aqui do lado, Florence, nada vai te acontecer! –falou com uma entonação óbvia. –Só responda a tudo que ele perguntar, eu não demoro. –fez um sinal com a cabeça para o advogado.
Florence assentiu receosa e encarou o chão, mas em curtos intervalos olhava para o homem que estava sentado em sua frente.
Henry era grande. Um moreno alto e musculoso, postura impecável, e com um perfume que exalava na sala desde o momento em que havia adentrado ali. O moço usava a barba por fazer e seus olhos azuis fitavam a garota.
Florence Lavinia era uma garota maior de idade, mas que não aparentava. Claro, pelas pernas também era perceptível que ela era alta, mas seu rosto e seu jeito eram de alguém com 15... E sua mãe a tratava dessa forma, com um quê super protetor. Seus cabelos longos e ondulados permeavam entre o loiro escuro e o castanho claro, combinando com os olhos cor-de-mel e as bochechas coradas.
Henry se aproximou vagarosamente da garota, deu um sorriso simpático e estendeu a mão.
–Sou Henry. Meu papel é defendê-la e acusar seu tio.
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Os lobos também amam || Henry Cavill
FanfictionUm corpo machucado pode voltar a se regenerar. Uma alma machucada, dificilmente. Era pra ser só mais um caso de estupro nas mãos de um dos advogados mais conceituados de Los Angeles, mas as coisas foram muito além do que Henry Cavill esperava. Pâni...