No caminho para a academia, Florence observava a cidade através da janela do carro. Era quase 9h de uma segunda-feira e a garota estava apreensiva por estar prestes a entrar em outro lugar cheio de pessoas. Não bastava ter de se isolar na clínica e na sala da autoescola, tinha de fazer o mesmo na academia, além de evitar olhar nos olhos das pessoas. Mas ela repetia para si mesma o que a psicóloga vivia dizendo a ela: você tem que dar um passo de cada vez, Florence. Tentar era melhor do que ficar em casa de mãos atadas e pensando em desistir de um futuro promissor.
Suzanne pôs uma mão sobre a coxa de Florence para que a atenção da menina se voltasse a ela.
Um sorriso fraco se abriu no rosto da mãe e Florence deu um beijo na bochecha dela, seguido de um abraço apertado.
–Até mais tarde, querida.
A loira se desvencilhou dela e assentiu, abrindo a porta do carro e suspirando quando o vento bateu contra seu corpo.
Ao ouvir o carro da mãe dando partida, Florence mais uma vez encarou o próprio corpo. Fez de tudo para usar a roupa que cobria mais partes de seu corpo e fosse a mais larga possível, mas seus esforços não deram muito resultado, afinal de contas, precisava de uma roupa que não a atrapalhasse na hora de se movimentar. A legging que usava era cinza, ia até o tornozelo e era dois tamanhos maiores que ela. A camiseta, por sua vez, era da cor preta, se estendia até o bumbum e também era dois tamanhos maiores. Se Florence já tinha seios pequenos, com essa camiseta ela parecia nem os ter. O cabelo da loira estava amarrado num rabo de cavalo e nos pés da moça havia um tênis qualquer.
Geralmente, Florence se achava linda e era muito confiante sobre isso, mesmo que fosse mais magra que a maioria das meninas de sua idade. Mas agora ela estava magra demais e se achava ridícula naquela roupa, mas isso não era o pior. O pior era achar que mesmo assim alguém podia assediá-la. O simples fato de ela ter uma vagina a deixava com medo.
Se enchendo de coragem, a garota caminhou até a porta de vidros e ela se abriu, assustando Florence. Então ela entrou, e, ao mesmo tempo que uma sonoridade característica de música eletrônica invadiu seus ouvidos, Flora se deparou com um grande salão cheio de equipamentos que pareciam ser de última geração. A maioria das pessoas ali eram brancas e aparentavam estar na faixa dos 30 anos. Era uma academia elitizada, e de certa forma não impressionava Florence, visto que era a academia que Henry frequentava.
Atrás desse salão havia uma sala e do lado direito dele havia outra. Na de trás tinha homens e na do lado tinha mulheres, o que logo fez Florence julgar ser o seu lugar.
Para confirmar, a garota se virou à esquerda e ficou frente a frente com a recepcionista.
–Bom dia! –a mulher morena sorriu simpática. –Posso ajudar?
–Ah... –Flora se enrolou um pouco. –Sim, sim.
A moça ergueu as sobrancelhas como se pedisse para Florence prosseguir.
–Hoje é meu primeiro dia nas aulas de autodefesa...
–A sala é aquela à direita. –ela indicou com a mão. –Sua digital já está cadastrada?
Florence balançou a cabeça negativamente. Em seguida, a moça pediu os documentos da loira para verificar no sistema e em pouco tempo cadastrou a digital dela. Ela agradeceu e se dirigiu até a sala indicada.
Nos primeiros 40 minutos Florence já tinha gostado e achado divertido. Fazia muito tempo que ela não se exercitava, por isso já estava suada e precisava de água. O bebedouro se situava próximo à entrada da sala masculina de artes marciais, portanto ela pegou sua garrafinha e foi até lá.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os lobos também amam || Henry Cavill
FanfictionUm corpo machucado pode voltar a se regenerar. Uma alma machucada, dificilmente. Era pra ser só mais um caso de estupro nas mãos de um dos advogados mais conceituados de Los Angeles, mas as coisas foram muito além do que Henry Cavill esperava. Pâni...