Os lobos também amam || Henry Cavill

Química

POV HENRY

Alguma coisa passava na TV enquanto Cindy acariciava meu peitoral. A morena tinha chegado de viagem há quatro dias e agora estávamos deitados na cama: eu cansado do trabalho e ela também, por ter passado o dia memorizando falas. Mas não era só o cansaço que me fazia ter um olhar distante, e a mulher que estava ao meu lado pareceu perceber.

– Está tenso, Henry – olhou para cima.

Essa semana pareceu ser mais lenta que tudo. Flora e eu sempre trocávamos mensagens sem motivo algum e eu a estava ignorando todo santo dia. Não por completo, mas aos poucos, de uma forma mais discreta. Minhas respostas eram bem curtas. Dizia que não podia vê-la, que estava muito ocupado ou simplesmente a deixava no vácuo. E não vou mentir, os meus dedos coçavam toda vez que ela me mandava mensagem.

E eu não entendia essa porra desse fogo de querer falar com ela. Que droga, era só uma garota e não deveria mexer com as minhas emoções desse jeito.

Com o passar dos dias, Florence provavelmente percebeu que eu não podia e diminuiu bastante o fluxo de mensagens. De qualquer forma, eu esperava muito que ela e o Brian estivessem criando um laço e assim ela pudesse se entreter com outra pessoa. Uma pessoa da idade dela.

Suspirei.

– Só estou preocupado com algumas coisas do trabalho, Cindy – alisei minha mão esquerda sobre o ombro desnudo dela. – Me distrai?

Ela sorriu com a pergunta e se ergueu.

– Assim? – Senti uma mão agarrar meu membro e arfei, sorrindo de volta com os olhos estreitos.

– Assim.

Não aguentei por muito tempo até jogá-la na cama e subir nela. Depois nós dois estávamos muito mais relaxados, como se realmente precisássemos ter feito aquilo.

Agora nossos corpos faziam uma conchinha e eu agarrava seu corpo junto ao meu, passando delicadamente meu nariz em seu pescoço.

– Não quero que vá embora – confessei atormentado.

Se das poucas vezes que Cindy estava aqui eu queria estar com Florence, com ela longe a coisa se tornava ainda pior. Flora o meu céu, mas também era meu inferno.

Cindy se virou a mim.

– Oh, gatão... – tocou meu rosto. – São só mais uns 2 meses de gravação. É meu trabalho... Cheguei aqui dependente de você, mas nunca foi minha intenção continuar assim.

Um silêncio esquisito se instalou entre nós.

– Sabe que eu nunca quis vir pra Los Angeles desse jeito, não sabe?

Eu assenti.

– E eu nunca quis tomar o hotel de volta desse jeito – ela riu. – Precisávamos um do outro, Cindy.

Precisávamos...

Precisávamos? Não precisamos mais?

Depois dessa série ela com certeza não vai mais precisar. Quanto a mim... Já não sei. Meu pai provavelmente ainda não confia na minha estabilidade emocional, ainda que eu já esteja casado. Se me separar então... Talvez seja o fim.

– Ainda bem que demos certo... Né?

Assenti e comecei a passar a mão em seus cabelos enquanto ela fitava meu rosto. Cindy estava ali, mas também parecia não estar. Suas palavras não condiziam tanto com sua expressão facial, quase como se quisesse que aquilo fosse real.