Crazy

1.5K 142 124
                                    

POV HENRY

Era inútil tentar me concentrar no trabalho. Minha perna balançava freneticamente embaixo da mesa e meus pensamentos estavam longe demais dali para que eu fingisse que fazia alguma coisa no escritório.

Não comentei nada com ninguém, mas era perceptível que minha cara estava péssima.

– Armie, vamos almoçar em casa – liguei pra sala dele.

– Tá, vou só avisar a Jade.

Alguns minutos mais tarde, nós dois chegamos à minha residência e Maria estava no quarto de hóspedes, no horário de descanso dela.

Sentamo-nos na mesa e minha língua já estava tremendo para falar alguma coisa.

– Ontem chegou um tal de Tyler na casa da Florence... – enfiei o garfo em minha boca.

Vi que Armie se esforçava para não sorrir.

– E o que aconteceu?

– Eu fui ignorado! – Meus bons modos foram para o além e eu falei de boca cheia. – Eu estou sendo ignorado, você acredita que desde ontem ela não me manda UMA mensagem? – Ergui o garfo na direção dele, irritado.

– Ela tem mais o que fazer, né... – Ele deu de ombros e mexeu na comida.

– Com quem? Com ele? – Larguei os talheres no prato. – Precisava ver, ele parece um vampiro de tão estranho. E a Florence ainda ficava o abraçando "ai Tyler, você está tão lindo" – coloquei minhas mãos no peito e imitei uma voz fina. – Lindo... – repeti na minha voz normal e voltei a pegar o garfo e a faca. – O conceito de beleza mudou muito nessa nova geração...

Então eu ouvi uma risada muito alta e ergui o olhar ao loiro na minha frente. Ele realmente não leva nada a sério.

–Caramba, Henry... Você tá morrendo de ciúmes! – ele começou a limpar as lágrimas.

– Ah, vai pra merda!

Ficamos um tempo em silêncio e eu devorava o meu prato rapidamente como se aquilo fosse afastar a visão de Florence agarrada com o Tyler.

–Mas sério... – não me aguentei calado. – O que ele tem que eu não tenho? Não responda.

– Não vou responder – falou na defensiva e tomou um gole de suco.

Ele sabia que o meu próprio cérebro responderia por ele.

– Henry, existem só duas situações que te fazem falar pelos cotovelos: quando você tá com muita raiva ou quando está muito feliz. Se não está apaixonado, quero entender o porquê de todo esse auê.

– Eu não quero ser trocado, Armie – encostei meus braços na mesa e falei sério. Depois vi que tinha sido sério demais e tentei desenvolver meu argumento. – Eu vivo rodeado de macho, a Cindy ainda vai demorar a voltar e eu nem saio com a Paola.

– Ah, sei lá, por que você não sai com aquela menina lá, como é o nome dela? – Armie fazia um gesto tentando lembrar. – Beatriz? Bruna?

– Bárbara.

Eu tinha aprendido que gravar o nome das pessoas ao meu redor era sempre algo valioso, já o Armie parecia aquelas mães que tinham 10 filhos e precisavam chamar o nome de no mínimo 5 até acertar o do filho que queria.

– Essa menina já é louca por mim, se eu chamá-la para sair, ela faz xixi nas calças de tão nervosa.

– Vai pra uma boate então, criatura. Não precisa ficar dançando, senta no bar com sua H2O e em cinco minutos duas mulheres vão estar no seu colo.

Os lobos também amam || Henry CavillOnde histórias criam vida. Descubra agora