Woody

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POV HENRY

Dessa vez o aeroporto não estava tão entediante quanto das outras vezes. Os poucos minutos em que chequei o plano de aula, a avaliação e a lista de chamada no notebook me fizeram ficar andando alegremente entre comissários de bordo, famílias e outros homens de negócios. Arrastava minha pequena mala em direção a um restaurante de massas enquanto esperava o horário do meu voo de volta para Los Angeles.

A julgar pelo olhar que a atendente do estabelecimento me deu, provavelmente achava que eu tinha acabado de transar. Não, não acabei de transar. Só recebi uma notícia cômica do destino.

Para mim, trabalhar é um jogo, não um fardo. E ao contrário do que pode parecer, é um jogo mais comigo mesmo do que com as outras pessoas. Quero me sentir capaz de fazer alguma diferença. Quero me sentir capaz de fazer algo grande. A morte de Mia e a incompreensão do meu pai para comigo foram os pontapés para que o trabalho se tornasse a minha vida. Eu queria ser um herói e também queria esfregar na cara do senhor Cavill que ele tinha cometido um grande erro em ter deixado os hotéis nas mãos do Pablo.

Bom, mais tarde isso se revelou verdade e ele veio quase chorando atrás de mim quando viu que eu tinha construído o meu próprio império sem ele. Quando viu que desdenhou de mim e eu me tornei o advogado mais renomado de Los Angeles.

Agora também sou um dos empresários mais bem-sucedidos no ramo imobiliário dos Estados Unidos e ainda bem por isso, que meu pai possa engolir a língua grande dele. Compartilho a responsabilidade com mais dois amigos de confiança do meu progenitor, mas a verdade é que eu sou a cabeça pensante no topo da pirâmide, sou o que geralmente dá a última palavra quanto ao planejamento estratégico e tático do Grand Palais, bem como quanto aos investimentos que podem influenciar diretamente na recepção dos clientes e no lucro da empresa. É um jogo de tabuleiro... Só que real e de gente grande.

E é por isso que minhas viagens de dias e dias a negócio não me cansam tanto. Só essas conexões que são terrivelmente irritantes, mas tive bastante tempo para descansar na primeira classe do avião e pensar no que as próximas duas semanas me reservavam.

Chegando a Los Angeles, Julian me esperava para me levar de volta a minha casa e lá pude tomar um banho, dormir e aguardar a alvorada da segunda-feira.

No dia seguinte atualizei os diretores do hotel e fui para o escritório dar uma de Matt Murdock.

– Você é um herói, sabia disso? – Florence costumava dizer com um sorriso no rosto.

Era gratificante demais, principalmente se tratando dela. Só que diferente do Demolidor, eu também teria matado o filho da puta do Vincent e de alguma forma restaurado a alma da Flora. Infelizmente a lei não me deixava fazer a primeira coisa e eu não era um feiticeiro para realizar a segunda.

Depois do almoço, a menina começou a puxar conversa comigo e fiz de tudo para não parecer cúmplice de algo.

Às 13:40 já me dirigia até o bloco onde eram lecionadas as aulas de Direito. Meus passos eram firmes e minha expressão não estava das mais sérias. Quando dava aulas antes de voltar a gerir os hotéis, costumava ser um pouco mais simpático do que com meus funcionários. A maioria ali eram crianças e não estavam me prestando um serviço, mas é claro que eu também não deixava de ser chato quando necessário. Nunca tolerei conversas paralelas, atrasos, atenção em aparelhos móveis e nem flertes dirigidos a mim. Também sou autoridade na sala, não um palhaço.

"Meu professor foi fazer doutorado em Oxford e agora vamos ter um substituto"

"Tem gente dizendo que ele já deu aula aqui e é um gato"

Os lobos também amam || Henry CavillOnde histórias criam vida. Descubra agora