Ao chegar em casa, Henry cruzou os braços e fitou a grade de cerveja que havia em cima da mesa.
Pensou e repensou se realmente faria aquilo. Estava limpo há tanto tempo...
Não, ele concluiu. Vou socar o saco da minha academia e ir dormir. Vai resolver.
E assim fez, esperando muito que estivesse certo.
Não estava.
Sonhou com Florence e acordou ainda pior do que estava. O despertador tocou às 5:20, mas ele não teve vontade de levantar e fazer sua corrida matinal. Ficou na cama, rolando de um lado para o outro até dar 6:30 e ele se levantar contra a sua vontade. Como um robô, tomou seu café, tomou seu banho, e vestiu-se para mais um dia de trabalho. Tudo tão mecanicamente e com um toque de melancolia que mal percebia a presença de Maria na casa. Sua cabeça parecia estar em outro mundo.
Ao abrir o elevador no andar do escritório, Henry fez de tudo para no mínimo dar um bom dia para algumas pessoas. Mas ele estava um caco, e chamava atenção por onde passava.
Henry se enfornou na própria sala e ficou encarando a tela do computador desligado por cerca de meia hora. Depois um passarinho bateu no vidro e Henry pareceu ter despertado, apertando o botão do aparelho na tentativa de fazer algo de útil naquele dia.
Enrolou, enrolou e enrolou.
Não foi nada produtivo naquela manhã e Armie tinha viajado para resolver algumas questões burocráticas, então nem poderia oferecer seus ouvidos. Na hora do almoço, preferiu almoçar no restaurante ali perto mesmo e depois voltou para sua sala, girando na cadeira e olhando para o nada.
Então alguém bateu na porta e a entreabriu para mostrar o rosto. Henry parou a poltrona e olhou rapidamente quem era, desviando o olhar e encarando a mesa como se isso de alguma forma mascarasse sua vulnerabilidade.
– Oi... – Paola entrou e se sentou na cadeira na frente dele.
Henry não respondeu.
– Você não parece bem, Henry... – ela disse com um olhar terno. – Quer conversar?
Se Henry estivesse mais "vivo", talvez risse. Era fechado demais para conversar sobre seus sentimentos e seu único confidente era Armie.
Assim, o advogado se limitou a negar com a cabeça.
A secretária se levantou e rodeou a mesa para ir até ele.
– Vai pra casa, vai... – pegou em seu ombro. – Não precisa ficar aqui – ele permaneceu em silêncio. – Descansa, se recupera... E amanhã você volta. Não vai fazer diferença você ficar aqui desse jeito.
Agora ele finalmente ergueu o olhar à mulher que estava em seu lado. Assentiu.
– Obrigado – foi o que conseguiu responder.
De tarde Henry ficou agoniado esperando que Cindy chegasse. Não sabia se realmente viria e também não podia ligar, já que tinha quebrado o próprio aparelho telefônico. Para passar o tempo, ficou na academia malhando enquanto ouvia qualquer música que fosse mais alta que seus próprios pensamentos.
Às 17h Henry já estava deitado no sofá olhando para a porta.
Ela precisa vir.
Mais minutos se passavam e nada de Cindy.
Então o pouco tempo de distração na academia foi por água abaixo quando a imagem de Florence se intensificava em sua mente. Era uma tortura saber que ele era bem mais velho que ela, era uma tortura ainda ser casado, era uma tortura pensar que o pai jamais aceitaria aquilo e era uma tortura saber que ele tava nos braços de outro.
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Os lobos também amam || Henry Cavill
FanfictionUm corpo machucado pode voltar a se regenerar. Uma alma machucada, dificilmente. Era pra ser só mais um caso de estupro nas mãos de um dos advogados mais conceituados de Los Angeles, mas as coisas foram muito além do que Henry Cavill esperava. Pâni...