Os lobos também amam || Henry Cavill

Hóspede

–Chegamos, senhor.

Em frente a sua casa, Cavill logo guardou o celular, observou que somente garoava, saiu do taxi junto ao motorista e tirou a mala do carro. Henry pagou a corrida e agradeceu ao senhor de forma cortês, e ao arrastar sua mala em direção ao portão, viu uma moça ensopada escorregar numa poça de lama a apenas alguns metros dali.

–Droga! –ela resmungou se levantando e verificando seus machucados.

Vendo o estado da garota, o homem correu até ela com um semblante preocupado.

–Está tudo bem? –ele perguntou.

Então a menina ergueu a cabeça e ele pôde olhá-la nos olhos.

–Florence? –indagou surpreso.

Tremendo, ela apenas se limitou a dizer "oi" com uma expressão de vergonha por achar que ele estava julgando-a. Ao mesmo tempo, Flora agradecia aos céus por Henry estar em sua frente. Era um alívio não estar perdida!

Como num reflexo cavalheiro, Henry se desvencilhou do paletó que usava e cobriu Florence, abraçando-a de lado.

–Vem, minha casa é aqui.

O portão se abriu e ele decidiu carregar a mala enquanto a guiava até a porta. A loira entrou na casa de seu advogado e ficou perto da porta para não sujar o piso. Mal conseguia pensar. Estava tremendo e agarrando o paletó em volta de si quando Henry trancou a casa e encarou a garota mais detalhadamente. Ela usava uma baby look azul bebê, uma calça skinny e um tênis branco que agora estava encardido. Além de estar encharcada, seus pulsos estavam ralados e sua calça estava um pouco suja de terra. Parecia assustada e rangia o queixo.

–Eu vou pegar uma toalha e uma roupa pra você.

Henry foi num pé e voltou noutro segurando uma toalha e um moletom em suas mãos, chamando-a para que o seguisse até o banheiro. Na porta, ele entrou e as luzes acenderam automaticamente. Florence, ainda com os pés de fora, inclinou a cabeça para dentro e fitou cada canto do banheiro, não demonstrando emoções apesar de estar extremamente surpresa e curiosa. Henry pendurou a toalha e a roupa, apertou um botão no chuveiro e saiu dali, fazendo com que Florence se esquivasse da porta do banheiro para ele passar.

–Ajustei para que a água saísse morna. Se tiver algum problema é só me chamar.

Florence assentiu temerosa, entrou no banheiro, e trancou-se.

Lá fora Henry se encontrava pensativo. Por que ela estava daquele jeito? O homem subiu as escadas e decidiu que só trocaria a roupa, visto que a ponte aérea tinha durado apenas uma hora e meia e ele ainda se julgava limpo. Depois de despido, vestiu uma calça moletom cinza e uma camisa de manga longas da mesma cor. Não sentia muito frio, por isso ajustou as mangas nos cotovelos. Calçando as pantufas, Henry se sentiu finalmente em casa com todo aquele conforto e desceu para a cozinha.

Não podia estar mais grato por Cindy estar na Nova Zelândia filmando uma série e por não existirem porta-retratos deles dois na estante da sala. Felizmente a única preocupação dele seria aquecer a garota e se certificar de que ela estava bem.

Terminando de preparar uma caneca de café, Henry ouviu a porta do banheiro sendo aberta e logo saiu da cozinha. Florence o encarou e abraçou o próprio corpo.

Henry não evitou dar um meio sorriso ao vê-la com aquela roupa. O moletom verde da Royal Marines caía bem nela, apesar de obviamente estar um pouco grande.

–Estamos quase combinando. –ele brincou e ela riu fraco pelo nariz.

Naquele dia Henry estava com o rosto liso e com os cachos mais definidos. Juntando isso à roupa que usava, Florence o julgou parecer bem mais novo.