–Fique à vontade, senhor Cavill. Só vou ao banheiro antes de começarmos, mas pode bater no quarto da Florence se quiser falar com ela. –a mãe da menina se dirigiu a uma das portas da casa.
Com a permissão da dona do imóvel, Henry deu leve batidas na porta de Florence e ouviu uns gemidos. Preocupado, o homem prontamente abriu a porta e se deparou com a loira se contorcendo na cama.
–AAARGH... Hmmm – ela agarrava os joelhos para cima e fazia uma expressão de dor.
Florence estava vestida com um conjunto de moletom verde claro, não muito diferente da última vez que viu a garota visto que ela só usava esse tipo de roupa.
O moreno franziu a sobrancelha diante da cena.
–Está tudo bem, Florence?
–TÁ UMA MERDA, EU ESTOU MORRENDO... – a loira mordia o lábio inferior com muita força.
–Vou chamar sua mãe... – ele fazia menção de sair dali.
–Não, eu já tomei remédio...
–Remédio? – a voz dele soou confusa.
–Estou com cólica, será que não percebe? – a irritação dela era evidente.
Henry endireitou a postura e arqueou as sobrancelhas.
–Desculpe, mas eu nunca vi nenhuma mulher se contorcer de cólica na minha frente.
–É porque o senhor não namora uma.
O advogado pensou em respondê-la, mas no momento em que a boca foi aberta, ele mudou de ideia. Era melhor deixar Florence quieta e falar somente com a mãe devido ao tipo de perguntas que ele faria naquela tarde.
Ao fechar a porta do quarto, Henry viu que dona Suzanne também voltava à sala. A mulher de cabelos castanho-claros se acomodou no sofá, cruzando as pernas e batendo um dos pés no chão em explícita agonia e aflição. Henry se sentou na poltrona em sua frente.
–Podemos começar?
Depois daquela conversa dramática, Suzanne suspirou e agradeceu mentalmente por Florence não ter participado daquilo. Era angustiante demais falar do passado e se sentir culpada pelo que aconteceu com a filha, e pior seria se ela estivesse ali ouvindo e revivendo tudo o que passou ao lado do tio.
De repente, a porta do quarto da garota foi aberta e ela saiu de lá com um rosto meio emburrado e os cabelos emaranhados de quem mexeu muito a cabeça sobre a cama. Ela simplesmente se sentou ao lado da mãe, encaixou o seu braço no dela e encostou a cabeça em seu ombro, com uma cara de paisagem e os pensamentos bem distantes dali. Ainda estava acordando.
A mãe a olhou por cima do ombro e sorriu, entrelaçando os dedos com os da filha.
–Como eu ia dizendo, senhora Hill, contato é tudo. Eu não chegaria a essas conclusões se não tivesse achado outras testemunhas acerca das duas situações.
–É verdade, senhor Cavill. Ter a inteligência de estabelecer relações interpessoais é muito importante.
–E agora é mais fácil, não é? –Florence comentou.
A atenção de Henry se voltou para a garota. O moreno estreitou os olhos e entortou levemente a cabeça.
–O que quer dizer com isso, Florence? –cruzou os braços, aparentemente interessado na resposta dela.
Sua cliente largou-se da mãe e endireitou a postura de forma que pudesse se expressar melhor. Agora sentia que podia focar em algo que não fosse sua dor, partindo-se de que essa já tinha amenizado consideravelmente.
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Os lobos também amam || Henry Cavill
Fiksi PenggemarUm corpo machucado pode voltar a se regenerar. Uma alma machucada, dificilmente. Era pra ser só mais um caso de estupro nas mãos de um dos advogados mais conceituados de Los Angeles, mas as coisas foram muito além do que Henry Cavill esperava. Pâni...