Os lobos também amam || Henry Cavill

Aniversário - Parte 2

– Gente, esse aqui é o Henry... meu... advogado.

Ao entrarem na casa de Florence, a menina apresentou o moreno ao grupo de amigos da faculdade e eles o cumprimentaram de bom grado, principalmente as garotas, já que Henry era um homem extremamente bonito. Então ele reconheceu uma das amigas dela, uma loira alta de olhos azuis. O homem segurava em sua mão, olhava para seu rosto e fazia um esforço terrível para lembrar de onde a conhecia. Ela, claro, se lembrava.

– Eu te conheço... – continuou a encará-la com um sorrisinho no rosto.

Ela deu uma risadinha e logo enrubesceu, desviando o olhar. Emily só tinha visto Henry algumas vezes, mas foram suficientes para torná-lo seu crush.

– Sou Emily Evans. Irmã do Chris.

– Ah, é verdade! – ele deu um sorriso aberto e a abraçou. Chris era, literalmente, um dos amigos mais próximos de Henry. Morava ao lado da casa dele. – Como você está, Emily?

– Estou bem, e o senhor?

– Estou ótimo, obrigado. Depois nos falamos, a Florence vai me apresentar à família dela.

Caminhando por ali entre os convidados, o casal parou na frente do sofá, onde estava sua mãe, uma das tias e os dois avós maternos. Ao percebê-los, Suzanne cruzou os braços e olhou para Henry com os olhos semicerrados, como se tentasse desvendá-lo.

– Hm... então vocês fizeram as pazes? – ergueu as sobrancelhas.

– Você não me falou que Florence estava namorando. – a tia de Florence fitou o homem de cima a baixo, claramente admirada por sua beleza.

– Eu não to namorando!

Henry franziu levemente o cenho, mas logo disfarçou para não parecer antipático em frente à família de Flora. A possibilidade de estarem namorando parecia um absurdo tanto para a garota quanto para o homem. Para ela, aquilo era nojento. Não queria saber de namoro, muito menos de homens, tão cedo; ainda mais Henry, que era quase um irmão para ela. Além disso, tinha mentido a orientação sexual, o que o deixou mais afastado de ser seu namorado por não o ter perdoado completamente. Henry, por sua vez, achava um absurdo porque na visão dele Florence tinha acabado de sair das fraldas. Como ele teria a defendido de um pedófilo estuprador e depois simplesmente a namoraria? Não faria o menor sentido... e também era nojento. Via a garota com muito afeto e não se perdoaria se aquilo acontecesse. E ah: era casado!

– Ele era meu advogado... – explicou, recebendo um "ah" de sua tia.

Advogado, Henry repetiu mentalmente sem deixar espairecer outra feição.

Suzanne continuava a lançar um olhar um tanto quanto ameaçador para Henry, como se dissesse que estava de olho caso fizesse alguma besteira. Ele tentava disfarçar desviando o olhar para as pessoas a quem Florence o estava apresentando. Pelo sotaque, logo reconheceram que Henry não era americano e passaram a desenrolar uma conversa com ele. Vendo que Henry estava confortável com outras pessoas, Flora pediu licença e foi para a cozinha pegar mais refrigerantes para por na mesa.

Ao chegar em seu grupo de amigos, os comentários eram somente sobre Henry: como era grande, bonito, gostoso e rico. Emily havia contado a eles que Henry era dono do Grand Palais e isso gerou ainda mais conversa. As meninas, principalmente, estavam invejando Florence por ser próxima de um homem daqueles. Merida e Flora só franziam o cenho e achavam graça. Cavill era uma pessoa muito pé no chão e para Florence não fazia diferença o fato de ele ser rico. De modo algum era ruim, mas ela também não era interesseira.

Também conversaram sobre o quão complicado tinha sido o semestre na faculdade por conta de confusão com os professores e o lançamento das notas. Além disso, Flora fazia falta e até mesmo alguns docentes tinham perguntado por ela. A garota estava feliz que ia voltar a estudar, a frequentar aquele ambiente e a ver as pessoas dali. Parecia ter passado uma vida longe, mas em três semanas finalmente voltaria para a faculdade. Alguns amigos diziam que aquilo ali era o inferno, mas na verdade, eles não sabiam o que era o inferno. Ela sabia.