Os lobos também amam || Henry Cavill

SEGUNDA PARTE: Henry

meio sacanagem postar o pov só de um e demorar pra postar o do outro, né? resolvi trazer esse logo, já que tava pronto hehe

Se existia um jeito melhor de começar a semana sem ser colocando Metallica no volume máximo, eu desconhecia.

The Four Horsemen soava pelos autofalantes do carro e eu balançava minha cabeça conforme o ritmo da música, prestando atenção no trânsito ao mesmo tempo em que James Hetfield tomava conta das minhas expressões faciais. Mais um dia de trabalho e eu poderia acordar irritado, triste, socando o despertador. Mas por que eu faria isso se minha felicidade era o trabalho?

As cosias mudaram um pouco desde que Florence foi embora, 3 anos atrás. Aquela semana foi o que eu tive de mais parecido com minha pior época por causa da Mia, mas graças aos céus – e a mim, que cansei de ser idiota –, foi só uma semana. Como eu já tava na merda, resolvi ficar socando meu saco de pancada, bebendo e chorando ao som de qualquer balada, mas o ápice era Always do Bom Jovi e Yesterday dos Beatles. Parecia cena de filme, e olhando agora até me dá vontade de rir. Mas fazer o quê? Eu estava com o coração partido.

Depois dessa minha sumida, me forcei a voltar pro trabalho. Não poderia deixar uma coisa daquelas me atrapalhar outra vez. É claro que eu ainda estava muito cabisbaixo e também tive de explicar a Armie frente a frente tudo o que aconteceu, já que eu deixei o celular desligado todo esse tempo. Contra a minha vontade, acabei chorando. Ainda era recente e me doía lembrar que ela tinha feito aquilo comigo. Nunca tinha me sentido tão idiota na minha vida. As mulheres se jogavam pra cima de mim e a única que eu queria tinha me dado um pé na bunda depois de brincar comigo. Era foda.

Ainda que tentasse não transparecer, sei que Armie ficou puto com Florence, mas se esforçou para focar no meu apoio emocional. Dias e dias vendo que suas palavras e atitudes para comigo não tinham surtido efeito, Armie segurou em meus ombros, me olhou nos olhos e disse que eu precisava tirar férias.

– Passa um tempo com seus pais, Henry – ele deixou os braços caírem. – Você só vai lá esporadicamente e eu sei que é corrido. Vão pra fazenda, conversem tudo o que tiverem pra conversar, reconheça seus pais e seus irmãos. Você é o mais afastado por ter as responsabilidades do outro lado do oceano. Faz um cruzeiro também, sei lá, tipo esse pessoal que sai do ensino médio e diz que precisa fazer um intercâmbio pra se descobrir? – ele faz graça e meus lábios se curvaram um pouco. – Se você quer saber, ela está cagando pra você. – Agora ele falava mais sério. – Não se permita ficar triste desse jeito por causa dela. Você merece ser feliz.

Pensei bastante no que ele tinha dito, e, naquela conjuntura, julguei ser uma boa ideia. Eu quase não tinha tempo pra mim, principalmente depois de ter assumido o Grand Palais de volta. Seria interessante visitar meus pais, mesmo sabendo que teria de arcar com perguntas chatas e olhares de pena. De qualquer forma, uma hora ou outra eu precisaria fazer isso. Pedi para Damien e Alejandro cuidarem dos hotéis e me ligarem para falar somente sobre coisas muito importantes, enquanto Armie já tinha me dado sinal verde para que eu ficasse despreocupado com o escritório.

De início meus pais ficaram mais surpresos do que alegres quando disse que iria passar um mês com eles, mas eu entendi. O normal era eu passar uns 4 dias em Londres todo mês, e em ocasiões extraordinárias, esse período podia se estender até 10 dias. Colin agora só era o homem do dinheiro: comparecia a eventos aqui e ali, dava um olho no que tava acontecendo para a coisa não sair do seu controle e de resto procurava viver uma vida pacata ao lado da minha mãe. Por isso, ele passava grande parte do tempo na fazenda que tinha em Londres. E foi pra lá que eu fui.

Como eu disse, não era como se eu não fosse bem-vindo. Só era muito estranho e as expressões deles evidenciavam isso. Logo contei muito resumidamente sobre Florence como quem já quisesse por um ponto final naquele assunto e meus pais respeitaram minha tristeza, me acolhendo e puxando outros tópicos para que eu pudesse me distrair.