Preocupação

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Henry Cavill

Já era 17:00 da tarde e eu precisava organizar tudo o que tinha até o presente momento para apresentar à mãe de Florence. Minhas sobrancelhas estavam um tanto quanto unidas ao ler um papel em minhas mãos, quando ouço Cindy bater com seu salto no chão para chamar minha atenção.

Desvio o olhar do papel e dou de cara com uma morena séria de braços cruzados e de corpo apoiado num pé só. Ela era a definição do que as pessoas chamavam de gostosa.

Cindy estava com um saltinho simples de tom rosa claro, calça jeans skinny e uma blusa branca soltinha. Seus cabelos estavam soltos como sempre e alguns fios de seu franjão estilo Bardot insistiam em cair em seus olhos. Uma mala grande e vermelha estava do seu lado, coberta pelo casaco de pele que a mulher tinha jogado em cima.

Ao analisar tudo isso de uma vez, e principalmente sua feição, deixei o papel no sofá e me levantei indo até ela.

–Cinderela... –acariciei seu rosto e ela revirou os olhos por eu tê-la chamado assim, fazendo referência a uma princesa.

–Já entendi, Henry, pode parar com o teatro. Se você não for à próxima premiação comigo, vai ficar sem sexo por um mês.

Eu gargalhei e envolvi sua cintura com meus braços, dando um beijo no pescoço da mulher que tinha a pele da cor de um café com leite. Cindy se derreteu e mexeu o pescoço, sentindo cócegas.

–Você não aguentaria. –arqueei as sobrancelhas e a desafiei, encarando seus lindos olhos esverdeados.

Cindy mostrou língua e o dedo do meio.

–Vamos, seja um cavalheiro e me leve até Julian, já que nem pra me levar até o aeroporto você serve.

Ergui a alça de sua mala e fui puxando-a enquanto via Cindy desfilar de forma sexy até a porta de casa. De início, fazia uns trabalhos como modelo na França, quando descobriu que sua real paixão era a atuação. Minha esposa abriu a porta e um feixe de luz alaranjado invadiu a casa, dizendo que o dia já se findava.

Julian esperava Cindy encostado na BMW X5, pronto para transportá-la. O homem estava devidamente uniformizado e era um dos poucos empregados que nós tínhamos. Eu, particularmente, não gostava de muitas regalias. Só convocava um motorista quando precisava, diferentemente da empregada doméstica, que todos os dias vinha limpar a casa e tinha sua folga nos fins de semana.

Para se despedir, Cindy depositou um beijo em meus lábios que mal deu tempo para sentir. Quando me dei conta, a mulher estava entrando no carro, extremamente animada.

Au revoir, mon amour! –abaixou a janela e acenou com a mão direita.

Vi Cindy partir e entrei de volta em casa. Respirei de forma profunda e pus as mãos na minha cintura, me certificando mentalmente de que eu não havia esquecido nenhum detalhe sobre o caso de Florence.

Não.

Me dirigi à minha suíte e tomei um bom banho, o que ultimamente era a única coisa que me aliviava da loucura que era a minha rotina. Casos no escritório, administração dos hotéis... Estar sempre lotado de responsabilidades fez com que eu amadurecesse rápido e me acostumasse com a agenda cheia, por isso eu não parava.

Saindo dali, me arrumei vestindo uma camisa social branca, gravata vermelha e pondo o terno por cima. Em frente ao espelho, abotoei o terno e o puxei para baixo.

Analisei minha aparência e gostei do que vi. Minha barba estava grande e de alguma forma isso me deixava mais sério.

Deixei o quarto e desci as escadas rapidamente para pegar minha mala e as chaves do carro. De repente, fui surpreendido por um Kal correndo para pular em cima de mim.

Os lobos também amam || Henry CavillOnde histórias criam vida. Descubra agora