─ twenty two'm.b

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[2.181 palavras] capítulo revisado em 13 de setembro, 2020.

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Minhas pernas estão frenéticas quando correm pelos corredores do Palecete, assim como todos os criados. Me apresso em descer as escadas, sem paciência para esperar um Samos mover o elevador para mim. Maven, antes de ser levado pela sua horda de sentinelas, disse que me encontraria no subtrem, uma tecnologia que obviamente foi elaborada a partir de sua "participação" na Guarda Escarlate.

Uma tempestade se aproxima e sinto os raios dentro dela, implorando para que eu os use em algo ou alguém. Assim que termino a minha corrida pelas escadas, vejo os sentinelas empurrarem o garoto que dias atrás estava na cela com Cal, Kilorn e Farley. Algo dentro de mim ativa, sinto a enorme necessidade de proteger o garoto.

─ O garoto vem comigo.─ Seguro em seu braço e ele fica totalmente em choque, paralisado com tal ação repentina.

─ Rainha Mare, não temos permissão de deixá-la fazer isso.─ O sentinela parece disposto a discutir comigo, mas ainda assim, com certo medo nos olhos.

Com apenas uma mão, faço o céu clarear diante de um único movimento meu. Sinto a tempestade chegando, implorando para lavar Summerton de cima a baixo. O sentinela que antes me desafiava, me olha como se pedisse por piedade.

- Vocês não tem a permissão de me dizer o que fazer, vão ajudar os outros até que recebam novas ordens. Uma rainha nunca abaixa a cabeça para qualquer um.

Feito isso, eu corro segurando o braço do garoto em minhas mãos, corro contra a minha vontade e um escudo de eletricidade capaz de repelir qualquer tipo de coisa que possa me ferir. Chego á uma passagem do lado esquerdo do palacete, indo por passagens e escadas até chegar no que se assemelha à uma estação, se assemelharia ainda mais se tivessem terminado a obra que ainda está pela metade.

Vejo Maven dentro do subtrem e não hesito em entrar juntamente com o garoto, o que faz meu marido questionar o que ele faz aqui conosco. Espero por um surto, gritos e ordens. Mas eles não vem, posso ver Maven tentar mudar como me prometeu.

─ Eu senti o dever de trazê-lo comigo, ele está por minha conta.─ Estou ofegante e Maven nem ousa discutir, apenas balança a cabeça em sinal positivo. Sua mudança já está visível, ótimo.

Sinto o coração do enorme transporte pulsar e logo estamos andando, o garoto parece estar acostumado e até mesmo meu marido não demonstra reação alguma. Eu me sento nos bancos e encaro Maven. Obviamente há sentinelas às portas, caso precisarmos de proteção extra.

─ Você tem alguma notícia das casas rebeldes?.─ Pergunto para o garoto de olhos azuis, ele mantém sua cabeça baixa.

─ Tudo indicaria que eles atacariam neste exato momento, será uma surpresa para eles não estarmos lá...

As casas rebeldes. Lerolan, Haven e Iral. As únicas (que sabemos) que estão contra a coroa, no momento, escolheram entrar em guerra com o próprio país.

─ Acredito que essa rebeldia esteja sendo liderada pela casa Lerolan. Por Anabel, mais especificamente.─ A avó dos dois irmãos, pai do rei Tiberias VI.─ Você o sentenciou a morte na frente de milhares de pessoas...

─ Eu não tinha escolha, era o certo a se fazer. Mas Anabel sempre escolheu decidir pela emoção, não pela lógica.─ Maven revira os olhos, como se repetisse aquela história para si mil vezes.

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