Uma confissão no escuro

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Capítulo 9 - Uma confissão no escuro

O tempo foi passando e Hermione não conseguia dormir. Cada vez que o vento tocava em sua pele ela lembrava-se dos arrepios que a boca dele lhe causava.

- Severus. – Suspirou.

Virava-se na cama sem conseguir pregar os olhos. A sensação de solidão que sentia depois dele a deixar na porta do Largo Grimmauld era grande demais. Ela queria mais do contato dele, mais de suas mãos em sua cintura. A grifinória suspirou alto e olhou para o teto do quarto antes de fechar os olhos e passar suas próprias mãos em sua cintura como se conseguisse sentir a pele dele em contato com a sua.

Gina dormia tranquilamente na cama ao lado. Resmungava algumas vezes fazendo Hermione crer que estava sonhando com Harry, provavelmente estava brigando com o namorado por algum motivo que a deixava muito brava devido as caretas e resmungos que dava de vez em quando. Hermione podia culpar a amiga e sua falação, mas o verdadeiro motivo de não conseguir entrar no mundo dos sonhos não era a coitada da jovem ruiva e sim do moreno que não parava de aparecer em sua mente. Não aguentando mais ficar deitada, se levantou e ficou olhando para o céu escuro do lado de fora da janela, seus olhos dispararam para o relógio de pulso que deixou no criado mudo.

Duas da manhã.

Duas horas da manhã e ela ainda não conseguia dormir, nem sequer sentia o sono chegar. A janela fechada apenas mostrava a luz difusa dos carros que passavam na rua e o brilho de uma lua cheia no alto. Suspirando fundo, afundou novamente na cama e se deitou de lado olhando para o criado mudo onde estava seu relógio e o quadro que sempre manteve no mesmo lugar. Nele estavam ela e Robert patinando em um parque no inverno de Londres. Os dois davam risadas enquanto Robert tentava deixá-la em pé sem sucesso. Os dois estavam tão felizes, eles eram felizes. Enquanto olhava para ela mesma sorrindo na foto, sua mente ficava pensando se o amor que criaram juntos havia acabado com o acontecido.

Um erro.

Um grave erro da parte dele. Ela se machucou, se chateou. Mas será que não deveria deixar isso para trás? As pessoas erram, mas merecem uma segunda chance. O problema é que dar uma segunda chance para Robert significava não dar chance alguma para ela e Severus.

- Severus. – Sussurrou o nome para a noite solitária enquanto virava o quadro para baixo.

Nem ao menos sabia se o professor gostava realmente dela. Não podia ter certeza. Não sabia se poderia confiar apenas nas caricias que ele fez. Desejo todos sentem e alguns sentem por ela. Como saber se era verdade? E ainda por cima ele é um homem formado, seu ex-professor, por que se interessaria por alguém como ela? Era bonita sim, sabia disso, ainda mais depois da maioridade onde seu corpo tomou uma forma mais adulta deixando a infância completamente para trás, mas sabia que um homem como ele, com a carga de vida que tem, não ligaria para uma pessoa como ela. Ainda mais sendo uma ex aluna insuportável.

Não, era pura ilusão.

Já Robert, era jovem igual ela e a amava. Isso ela tinha certeza, dava para ver em seus olhos, dava para ouvir em sua voz, ele era verdadeiro. Apesar de ter tentar fazer sexo com ela sem que ela quisesse e depois a tratado mal por isso, ele pediu desculpas pelo que fez. Pensava se era o certo perdoá-lo, ele mexia com ela, deixava-a tonta ao chegar muito perto. Gostava dele, eles criaram um relacionamento nos poucos meses em que estiveram juntos, houveram momentos bons e gostosos. Será que era certo deixar um relacionamento desse por um paixonite de aluna e professor?

Quando já era três horas, Hermione não aguentou continuar deitada pensando nas dúvidas que tinha, muito menos porque sabia que não conseguiria chegar à uma conclusão e nem seu sono apareceria para afastá-la delas. Colocou seu roupão enquanto Gina, que ainda dormia, falava que Harry era o amor da sua vida e que teriam dez filhos jogadores de quadribol. Hermione se impressionava com o quanto a amiga falava dormindo, dava até para escrever um livro. Fechando o roupão de seda, saiu do quarto tentando não fazer barulho, sua varinha iluminava o caminho escuro pela sede da Ordem onde todos dormiam. Devagar desceu as escadas tentando não fazer barulho algum, até que se lembrou que o quadro da mãe de Sirius fora retirado da casa. Estava frio e seu rosto ficou vermelho quando um vento passou por suas bochechas ao chegar perto da janela na sala que estava aberta. Ela esfregou as duas mãos uma na outra e olhou para fora, nada de anormal acontecia. Afastou-se da janela e a fechou terminando com o vento frio que entrava, ela olhou para o corredor adiante, escuro e vazio. Estava tudo quieto, sem nenhum barulho que fosse ouvido.

A Decisão de Hermione (Snamione)Onde histórias criam vida. Descubra agora