A entrada do anjo

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Capítulo 22 – A entrada do anjo

Aquele jardim onde estava agora era simplesmente lindo. As rosas eram muito bem cuidadas deixando que sua beleza irritasse as flores nos outros jardins. O sol estava a pino e o calor obrigava os moradores a andarem com o mínimo de roupa possível. Todos olhavam com surpresa para o menino que vestia uma roupa preta e fechada. Snape estava escondido em um arbusto, pelo menos escondido de uma única pessoa. Uma menininha linda de no máximo dez anos como ele. Seus cabelos vermelhos vivo estavam soltos e alguns fios grudaram em sua testa molhada de suor. Ela estava agachada mexendo em alguns bichinhos, vermes e plantas.

Era incrível como até mesmo as mais belas rosas ficam com complexo de inferioridade perto de sua pele rosada e macia. Seus olhos de um verde vivo contrastavam com seu cabelo e a faziam ter uma expressão angelical. Snape a olhava o tempo todo seja ali ou quando ela estava brincando no balanço preso em uma grande árvore.

Eles se conheceram por acaso e logo viraram amigos. Petúnia, a irmã mais velha de Lillian, não gostava de Snape e das coisas que eles podiam fazer juntos, ela tinha medo e inveja. Mas Snape não ligava para ela queria saber apenas de Lillian que sempre lhe fazia companhia quando seu pai ia trabalhar. Lillian era tão doce com Snape, o ouvia e conversava sobre tudo, até mesmo as coisas mais insignificantes. A menina era, aos olhos dele, uma flor rara que dificilmente se encontra em um mundo corrompido como aquele. Ela fora a primeira pessoa que ele se lembrava de ter sorrido para si. Sua mãe nunca sorrira.

Snape não entendia muito bem de sentimentos, os dele sempre foram refreados e mesmo não sabendo o que era amor, sabia que no fundo a amava, soube disso desde o primeiro momento em que a viu cantar deitada no jardim de sua casa. Snape não ia muito longe de sua própria casa, não que tivessem alguém para impedi-lo, pois seu pai trabalhava e sua mãe já não falava mais nada, mas porque sabia que precisava ficar perto para conseguir voltar rápido se necessário já que seu pai poderia chegar a qualquer momento e ele não deveria arriscar tanto assim ser visto na rua.

Lillian sabia como o pai de Snape era, porém não acreditava tanto no que Snape lhe dizia. Se o pai dele batia tanto assim no menino e na mãe então por que eles não se mudavam e por que Snape não tinha marcas quando se viam?

Sua resposta foi dada em uma noite onde escalou a janela do quarto de Snape e entrou escondida. Ele dormia em sua cama quietinho, todo enrolado em sua coberta. Ela sabia que a grade do quarto dele estava quebrada em um ponto exato onde Snape, em um momento de raiva a quebrara com magia para fugir, assim conseguiu se esgueirar pela janela. Quando se sentou ao seu lado e pegou em sua mão, estava gelada como ele. Nunca reparou como o menino era sempre gelado, ele estava sempre com um casaco grande o cobrindo, isso o deixava bem quente. O garoto falou baixinho enquanto dormia, chamou por ela. Hermione viu que em cima da mesinha ao lado dele estava o envelope de Hogwarts, mas estava sem carta.

Ele fora chamado, assim como ela.

Lillian continuava segurando a mão de Snape, mas um barulho de porta batendo a assustou. Ela pulou da cama acordando o menino.

- Lily, o que está fazendo aqui?

- Vim vê-lo, você não foi me ver faz dois dias.

Snape olhou assustado para a porta quando ouviu passos pesados vindo da escada.

- Rápido Lily, esconda-se.

Lillian entrou embaixo da cama um pouco antes da porta ser aberta com força e por ela passar um homem alto que ela jamais viu, mas sabia ser o pai dele.

- O que significa isso? – Perguntou Thobias com o rosto vermelho balançando a carta de Hogwarts com a letra impecável da professora McGonagall. – Você não vai para essa escola. Seu monstro.

A Decisão de Hermione (Snamione)Onde histórias criam vida. Descubra agora