A dor das lembranças

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Capítulo 26 – A dor das lembranças

Eu nunca fui do tipo que se apaixonava assim

Eu não sabia que o amor mandava tanto em mim

Eu não pensava que eu seria o sonho de alguém

Agora em meu coração falta o seu amor

Falta essa paixão

O mundo caiu no instante em que eu me vi sem você

Eu não me toquei

Eu só acreditei que o amor fosse fácil de se esquecer

Eu errei... eu tenho tanta saudade...

Sinto falta de você dizendo que eu te fiz feliz

Eu tô colhendo a tempestade que eu mesma fiz

Será que um dia desses vou te encontrar

Só pra te dizer que foi com você

Que aprendi a amar

O mundo caiu no instante em que eu me vi sem você

Eu não me toquei

Eu só acreditei que o amor fosse fácil de se esquecer

Eu errei... eu tenho tanta saudade...

Aqueles mesmos pesadelos a assombravam todas as noites. As luzes dos feitiços, os gritos, as mortes. Ainda não entendia por que sempre via Severus morrer no lugar de Robert e aquele enigma a deixava nervosa. Soubera que ele não estava morto um pouco depois daquela invasão. Assim que Voldemort fora declarado morto e seu corpo fora cremado, a notícia saiu em todos os lugares, Severus Snape se entregara ao Ministério e fora preso por seus crimes como comensal da morte, sendo assim encaminhado para a prisão de Azkaban. Depois disso nunca mais tivera nenhuma notícia dele. O tempo passou, mas nunca conseguira simplesmente esquecê-lo, sempre revivia os breves momentos em que ele a tocava e muitas noites sonhou com o dia em que se entregou a ele. Mas todos os sonhos terminavam da mesma maneira, com Robert, a guerra e a morte. A grande batalha acontecera há nove anos e ainda assim ela se arrepiava cada vez que pensava naquele dia. O dia em que finalmente Voldemort morrera para sempre. Em que o terror fora derrotado e o dia em que o mundo bruxo pôde novamente respirar tranquilo.

O dia em que Harry conseguira cumprir a profecia e evitar que Voldemort voltasse novamente do mundo dos mortos. O dia em que os olhos dourados de Robert assumiram as cores de uma lua nova. Foi há nove anos, mas ainda parecia ter sido ontem.

Cansada de reviver o pesadelo em sua mente, Hermione levantou-se colocando o roupão de seda e as pantufas que ganhara de sua mãe. Calmamente desceu para a cozinha, pegou uma xícara de café e foi para a sala sentando-se no beiral da janela. Ali podia ver o movimento da rua, ainda bem fraco já que era cedo demais. O interior de Londres era um lugar calmo e tranquilo para se morar, ao contrário do centro tumultuado. Hermione agradecia por poder trabalhar para o Ministério da Magia respondendo as correspondências do Departamento de Regulação e Controle das Criaturas Mágicas sobre novas leis que devem ser criadas para esses seres que há tanto tempo foram descriminados de sua própria casa. Não queria ter que aparecer no Ministério e trabalhar em casa era um alívio enorme.

Ela suspirou pensando em como sua vida mudara desde o dia fatídico.

Ainda era muito cedo e Hermione deitou-se novamente, dessa vez no sofá aconchegante que comprara recentemente em uma loja de antiguidades. Ela olhou para o porta-retratos que estava na mesinha de centro e sorriu pegando-o para ver mais de perto a foto que colocara ali. Era uma foto de aniversário tirada no ano anterior, uma das fotos que ela mais gostava. Sorrindo fraco devolveu o quadro para a mesinha e adormeceu olhando aqueles olhos dourados.

A Decisão de Hermione (Snamione)Onde histórias criam vida. Descubra agora