Um acidente e um encontro iminente

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Capítulo 27 – Um acidente e um encontro iminente

O tempo passava e cada vez mais Hermione se sentia solitária e angustiada, aquele dia de esperança inútil foi cruel para seus sentimentos. Vira e mexe era pega por sua filha chorando e tentava esconder os olhos vermelhos mentindo para a pequena, dizendo que era apenas uma sujeira que entrara em seus olhos irritando-os. Mas a pequena Dayra não era burra, ela sabia que a mãe chorava pelo homem da fotografia escondida embaixo de seu travesseiro. E aquele era um motivo muito melhor do que ter uma sujeira por dia entrando em seus olhos. A criança ficava intrigada com aquele retrato, ali tinha um homem de cabelos negros parado na frente de um lago congelado, seus cabelos voavam e a menina sabia que aquela foto fora tirada sem o consentimento dele, pois em certo momento da foto o homem se vira em direção a quem tirou a foto e a pessoa se esconde atrás de uma árvore, mas naquele misero segundo pôde ver que os olhos dele eram tão negros e sombrios quanto seus piores pesadelos.

Mas, apesar da desconfiança que sentia ao olhar a foto, ela sabia que aquele homem estranho era uma pessoa muito importante para sua mãe, talvez mais importante que seu pai. Ah! O seu pai. Todo dia na escola Dayra se sentia menos que as outras crianças quando precisava fazer um desenho, já que os outros se desenhavam segurando em duas mãos, a mãe e o pai, ela segurava apenas uma, sua mãe. Mas sempre fora uma criança que aceitava as diferenças de sua vida com as outras, afinal ela era uma bruxa.

- Dayra. – Chamou Hermione em um lindo dia a tarde. – Vou visitar o tio Rony, quer ir junto com a mamãe?

- Não mamãe, prefiro ficar aqui, vai passar o desenho que eu gosto.

- Mas... ahh Dayra, não gosto de deixá-la sozinha.

- Mamãe, eu já sou grande o suficiente para isso, tenho dez anos e logo irei para a escola tem que se acostumar a me deixar sozinha. Sei que não devo mexer no fogão, pois posso me queimar. Não devo atender a porta, não devo falar com estranhos, não devo atender o telefone, sei de tudo isso. Ficarei no quarto assistindo televisão e logo você volta.

- Está bem, me convenceu. Sua mocinha persuasiva.

Dayra correu para o colo da mãe quando os braços de Hermione se abriram para acolhê-la em um abraço apertado.

- Se comporta. Eu volto logo.

- Está bem.

- E não saia de casa.

- Está bem.

- Promete.

- Eu prometo.

Dayra sorriu e Hermione lançou o feitiço na lareira a liberando para utilizá-la como rede de flú. Há muito tempo a grifinória havia trancado sua lareira para que assim não pudesse ser encontrada por ninguém, se quisesse falar com alguém seria por coruja que conseguia lhe encontrar mesmo só com seu nome ou por patrono, caso contrário ela encontraria a pessoa. Não queria contato maior com o mundo bruxo, seu exílio era o que precisava. Sorrindo para a filha, entrou na lareira. Foi no momento em que as chamas verdes se dissiparam que Dayra descruzou os dedos e sorriu sapeca.

Após alguns minutos, quando teve certeza que a mãe não voltaria, a menina correu para seu quarto e colocou a roupa de frio que havia separado. Foi até o quarto de sua mãe e pegou a foto do homem para dar uma última olhada. Durante dias ela ficara com aquela dúvida em sua mente, sabia que já vira aqueles olhos em algum lugar, custou a se lembrar, mas finalmente apareceu uma luz em sua cabeça, ela sabia quem era aquele homem e tiraria de vez essa dúvida. Com um entusiasmo enorme no peito, desceu as escadas pulando de dois em dois degraus e se atirou porta a fora. O vento gelado engolfou-a, mas não colocou medo nela, Dayra era extremamente parecida com sua mãe, quando metia uma coisa na cabeça, não havia quem a tirasse de lá e valia até mesmo desobedecer a regras diretas como não sair de casa e não falar com estranhos. Ela fechou a porta e o casaco verde, olhou para os dois lados da rua, tendo certeza de que não era vista por nenhum vizinho fofoqueiro e se dirigiu correndo até a botica nova.

A Decisão de Hermione (Snamione)Onde histórias criam vida. Descubra agora