O desespero da saudade

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Capítulo 29 – O desespero da saudade

A lua cheia brilhava no céu naquele começo de noite quando Hermione entrou no ST'Mungus. Seu semblante era leve, pois finalmente havia parado de chorar e resolvido encarar a vida que escolhera, a vida solitária e afastada de tudo. A dor fora afastada para o fundo de sua alma e sua atenção agora se focava em sua filha.

- Boa noite. – Cumprimentou uma enfermeira na recepção.

- Boa noite.

Hermione seguiu cantarolando baixinho pelas escadas, tinha esperança de conseguir não pensar nele, ela iria conseguir. Aos poucos começou a cantarolar a música que sempre cantava para Dayra quando ela estava doente. Dayra. Apenas mais alguns dias e poderia ir para casa com ela, só mais um pouco. Nada poderia atrapalhar sua felicidade, o pensamento de voltar para casa com ela, voltar a ter sua vida normal como antes, esquecer tudo que passou esses dias, tudo. Mas sempre havia algo que impedia sua completa felicidade, uma pedra ou barreira que se colocava em seu caminho. Nesse caso, nada fora colocado e sim tirado.

- Dayra? – Chamou ao entrar no quarto da menina e ver a cama vazia. – Dayra amor, você está no banheiro?

Hermione colocou a pequena mala com as roupinhas de Dayra na cômoda e foi até o banheiro. Abriu a porta na esperança de vê-la sentada no vaso sanitário balançando as perninhas. Mas o banheiro estava vazio, não havia nem mesmo indícios de que a menina estivera ali. Quando o desespero começava a avançar em seu peito ela se aproximou da cama e alisou os lençóis, estavam frios, Dayra saiu daquela cama havia horas.

Não estava no quarto e nem nos corredores próximos ou dentro dos outros quartos.

- Com licença? - Chamou Hermione quando viu uma curandeira passar pelo corredor.

- Sim?

- Pode, por favor, me dizer onde está a paciente do quarto 305?

- Só um momento. – Disse enquanto virava alguns papeis na prancheta que levava. – Estranho, ela deveria estar no quarto, não agendamos nenhum exame para hoje.

- Mas ela não está no quarto, onde minha filha está?

- Não sei senhora, não sei como explicar, a porta fica trancada por feitiços que somente o medibruxo responsável ou um familiar pode abrir.

- E onde está o medibruxo?

- Também não sei.

- Você nunca sabe de nada! – Gritou Hermione. – Desculpe, eu... tente entender, minha filha sumiu do quarto dela.

- Tudo bem, eu vou tentar achar o medibruxo.

Hermione andou de um lado para o outro passando a mão no rosto de tão preocupada que estava. Por que sempre era assim? Ela nunca podia virar as costas que algo sempre acontecia.

- Senhora, infelizmente não achei o medibruxo. O senhor Laine não apareceu desde essa tarde.

Parecia que todo o mundo havia parado, congelado. Os olhos de Hermione se arregalaram e seu coração disparou. Não, com certeza fora apenas um engano de seu cérebro, ela não ouviu aquele nome, não podia ouvir. Ele estava morto, sumira de sua vida há dez anos deixando-a sozinha com Dayra, para sua própria sorte. A mulher balançou a cabeça esfregando as mãos no rosto. Foi um engano de sua mente cansada.

- Desculpe, quem você foi procurar? – Perguntou franzindo a testa e torcendo que suas suspeitas estivessem certas, que fora somente um engano.

- O doutor Laine. – Disse a enfermeira com naturalidade.

A Decisão de Hermione (Snamione)Onde histórias criam vida. Descubra agora