capitulo 2

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Lembranças...

Eu me lembro de que um dia, quando Felipe e minha mãe ainda namoravam, ele resolveu inventar um acampamento, para que nós duas pudéssemos conhecer seus filhos, Bruno e Saulo.

O lugar escolhido era bem bonito, mas aqueles garotos estragaram qualquer chance que eu poderia ter de me divertir, eles corriam pra lá e pra cá e infernizavam minha vida, eu queria bater neles, mas me controlei porque achei que seria só um final de semana... Eu estava errada.

Felipe achou a ideia maravilhosa e decidiu que se repetiria mais vezes, ele sabia que eu ia pra casa do meu pai aos fins de semana e queria me obrigar a participar dessa tortura, então decretou que iriamos acampar todas as férias.

Quando eu tinha uns 14 anos, minha mãe estava ocupada dando comida pra Camilla e Felipe estava lá babando pela primeira filha mulher, eu resolvi ir nadar um pouco, mesmo sendo uma menina descoordenada, eu amo água.

Tinha um lago muito bonito por lá, ficava meio escondido, mas era uma delicia a agua geladinha, transparente, então eu tirei a blusa e o shorts, realmente meu biquíni era ridículo, tinha elefantes verdes...

-Olha que gata!...Só que não, parece um graveto, kkk

Disse Bruno

De fato eu sempre fui muito magra, mas resolvi ignorar a provocação e pulei na agua.

-Ei, Saulo vamos pular lá de cima?

Bruno realmente agia como um idiota às vezes, a altura que ele queria pular era de uns 5 metros.

- Você ficou louco? É perigoso... – Disse Saulo

- O bebe esta com medinho?

E foi assim que Bruno o convenceu a pular

- Gente, vocês são burros? Isso vai dar merda! – eu gritei

- Cala a boca palitão! – Respondeu Bruno

- Ela tem razão Bruno, é perigoso.

- Cala a boca e sobe logo!

Talvez eles devessem ter me ouvido, ou Bruno devesse ouvir o irmão, afinal Saulo acabou por escorregar e bater a cabeça com força em uma pedra no fundo do lago, eu tentei o socorrer, havia sangue na agua... Saulo veio a falecer e Bruno entrou em um estado de depressão feio.

Eu também fiquei mal, todos ficamos , minha mãe não sabia se ficava pior com o ocorrido, ou em como isso aproximou Luiza e Felipe. Bruno não voltou a ficar no nosso apartamento.

Mas de repente, após um ano e meio, ele reapareceu nas férias de julho, e estava muito diferente, eu quase não acreditei quando o vi, ele não era mais um menino magrelo de óculos e aparelho, era um homem forte e musculoso, lindo.

- Eae palito, você cresceu em?

- Oi Bruno, você também.

Obviamente nós não fomos acampar, ficamos apenas lá no apartamento comendo, dormindo, e as vezes fazíamos alguns passeios.

O estagio de depressão passou, Felipe voltou a ser alegre e sorridente, minha mãe voltou a fazer aquela comida horrível e a gritar o tempo todo ( especialmente quando eu batia na Camilla por ter quebrado algo meu).

Teve uma vez que o babaca do Bruno me acordou as três da manha

- Ei magrela, topa um desafio?

- Bruno, vai dormir.

-Vem comigo, serio.

- Não.

Eu ouvi o barulho da câmera e levantei, ele tinha tirado uma foto horrível minha.

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