Domingo... Ultimo dia de praia.
Levantamos cedo, os dois juntos e nos apressamos pra ir curtir alguns pontos turísticos, fomos de ônibus ate outra praia, a de Peruíbe, era a ultima do litoral, mas possuía paisagens de tirar o folego.
Foram umas duas horas dentro do ônibus até chegarmos, ai pedimos informação e conseguimos encontrar bem escondida, uma praia quase deserta.
Parecia cenário de filme, a areia branquinha, a agua verde claro, dava ate pra ver os corais e os peixinhos nadando, no meio do mar tinha uma ilha pequena e pedras gigantes.
Fomos nadando ate lá e subimos em uma das pedras, foi ali que tiramos nossa foto mais bonita e tivemos nossa conversa mais difícil ate então, eu o questionei sobre o que exatamente nós éramos, amigos, ficantes... E questionei também sobre o futuro, o que poderíamos vir a ser.
Falei sobre minhas duvidas a respeito de poder ou não o fazer feliz, mas ele so olhou nos meus olhos, me agarrou com força e sussurrou no meu ouvido “ deixe o tempo correr de vagar minha pequena”.
E então era isso, deixar o tempo correr de vagar significava esperar, continuar do jeito que esta e torcer para o destino proporcionar algo além...O tempo vai passar eu sei, ele não para.
Mas as vezes, pode ser tarde de mais
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Pegamos a estrada de volta pra casa logo após tomarmos banho e comermos, chegamos em Caieiras eram quase 21:00 horas.
- E ai filho, como foi? Se divertiram?
- Claro que sim pai, foi um ótimo passeio.
- que ótimo, devem estar cansados e famintos, então que tal irem tomar um banho enquanto eu preparo um lanche?
A ideia da minha mãe veio bem a calhar, nós dois fomos para nossos respectivos quartos, eu tomei um banho, coloquei meu pijama e fui comer.
Ele apareceu um pouco depois, mas ficamos todos em silencio.
Depois do jantar Bruno foi para seu quarto dormir e eu não o vi o resto da noite.
Será que esse silêncio dele é alguma forma de dizer que o que quer que tenha começado entre nós, já acabou?
Ou é apenas uma forma dele adquirir algum espaço e pensar no que quer da vida dele?
Quando eu era bem pequena, assim que conheci Bruno, cheguei a gostar dele um pouco, mas ele era tão rude comigo, me tratava mal, então de fato eu não imaginei que pudéssemos ter algo serio um dia, aquilo era uma atração impossível pra mim, mas agora... Parece tão real, ele me beijou me tomou, eu me sinto tão entregue, como se tivéssemos nascido pra ficar juntos, é como se aquele sentimento de menina voltasse, com mais força e eu já não posso mais odiá-lo.
Eu pensei que tudo iria mudar, que ele iria se afastar após o ocorrido na praia, mas não... Ele realmente só passou a noite lá no apartamento e voltou pra casa da mãe, mas na escola continuou andando comigo, como se nada tivesse acontecido, e toda vez que conseguíamos ficar sozinhos ele me beijava, e era um beijo melhor que o outro.
Só que eu não consigo tirar essa ideia da minha cabeça de que ele sente dó por mim, ou que só esta comigo por algum motivo idiota, não consigo crer que um garoto como ele possa oferecer tanto a mim, que não posso oferecer nada a ele.
Hoje após a aula ele foi comigo ao medico, eu queria conversar com o doutor, achei que ele pudesse me dar noticias boas, mas vendo que nada mudara, que eu teria que fazer os exames, mas que a suspeita era enorme, eu simplesmente decidi ir embora e largar ele falando sozinho.
Já estava escurecendo quando Bruno decidiu me levar de carro para um passeio, so que ele simplesmente parou em uma estrada deserta no meio do nada e desceu do carro.
- Que lugar é esse?
- Vem cá, deite aqui comigo no capo do carro.
Sem entender o motivo eu me deitei e então pude perceber tudo.
O céu parecia outro ali, a lua estava enorme, e milhares de estrelas brilhavam sem parar.
- Esse lugar é lindo Bruno.
- Te trouxe aqui pra você ter fé, conversar com Deus, o céu esta mais próximo de você agora, então se tem algo a pedir, peça.
Algo a pedir? Ele esta brincando? Eu tenho tanta coisa pra pedir, queria meus pais juntos, queria me livrar dos traumas que me rodeiam, queria não estar com suspeita de câncer, queria que eu e ele pudéssemos ficar juntos... Mas eu fechei meus olhos e sussurrei:
-Felicidade incondicional.
- Bom pedido, espero que me ter em sua vida faça parte dessa felicidade.
- Você faz sim, pode ter certeza.
Ele me beijou com doçura, depois foi ficando mais rápido, mais violento, como se a vida dele dependesse dos meus lábios, com uma voz sexy e embriagadora ele me pediu:
- Não morre Carol, eu quero você comigo.
-Eu ainda quero viver muitas coisas Bruno, e se você gosta um pouco de mim, irá me ajudar.
Ele levantou o olhar e me encarou com uma expressão indecifrável
- Te ajudar?
- É, eu fiz uma lista de todas as coisas que ainda quero fazer, e você vai me ajudar, não vai?
- Se estiver ao meu alcance...
- Ótimo.
Minha lista:
- Andar de skate.- Esquiar.
- Escalar algum lugar bem alto.
- Saltar de paraquedas.
- Viajar pra fora do Brasil.
-Aprender a dirigir.
- Roubar algo.
- Viver um grande amor.
Ele leu a lista calado, dava alguns risinhos de vez em quando, mas parou no meu ultimo desejo, e me olhou, aqueles olhos azuis pareciam um scanner, ver por dentro da minha pele, ele sabia que meu coração pertencia a ele.
- Alguns itens você já pode cancelar... Roubar algo, você já roubou meu coração , e viver um grande amor, é o que estamos vivendo agora.
Ele disse isso e me puxou para seus braços, me beijou como nunca antes havia me beijado, e foi ali, fazendo amor com ele, àquela noite, que eu senti pela primeira vez que ele me amava, e para completar minha alegria, ele disse:
- Eu te amo magrela, com todas as minhas forças.
- Eu também te amo Bruno
E é verdade, eu o amo, mas será que isso é suficiente? E os nossos pais, como irão reagir? E se eu morrer? São tantas coisas na minha mente que eu me sinto atordoada as vezes, mas o importante é que, se eu morrer, saberei que fui amada por um homem, e que esse homem foi o grande amor da minha vida.
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Surpresas da vida
RomanceSabe o que é ter sua vida destruída? Pois é Caroline Lopes, uma jovem de 16 anos teve essa experiencia, ela foi feliz conhecendo o amor, viajou, viveu aventuras incríveis e depois teve tudo tirado da pior forma possível...