Surpresas da vida

capitulo 5

Acordei com uma dor de cabeça infernal, prometi pra mim mesma varias vezes nunca mais beber, meu pai me deu uns comprimidos e eu passei a manhã deitada, mas como havia prometido que levaria Camilla ao parque, tive que levantar, me trocar e sair.

Resolvi fazer um piquenique com ela e com Lucas, levamos as coisas pra lá.

Logo depois de comer, Camilla já saiu correndo com um monte de garotinhas pra brincar, eu coloquei Lucas no carrinho e peguei um livro que tinha trazido da sala do meu pai, falava sobre a Grécia antiga, era bem interessante... Tão interessante que eu nem percebi minha irmã caindo do balanço, só ouvi o choro.

Foi só um corte minúsculo na testa, mas por precaução preferi leva-la ate o pronto socorro, uma enfermeira bonita a levou ate uma salinha para fazer o curativo enquanto eu fiquei na sala de espera.

De longe avistei em uma cadeira um garoto com as mãos no rosto, ele aparentava sofrer muito, involuntariamente acabei me aproximando, foi quando percebi que era Bruno.

A principio decidi me afastar, ainda estava com raiva, mas ele levantou o olhar e me viu, seus olhos estavam vermelhos, eu nunca tinha o visto chorar, então fui d encontro a ele e coloquei a mão em seu ombro, ele beijou meus dedos e começaram a rolar milhares de lagrimas.

- O que houve?

Meu amigo... Ele bebeu de mais e eu...Eu o convenci a sair pra zuar, dirigindo, ele não tinhas condições...Mas eu o fiz ir, e agente bateu...Ele ta morrendo lá dentro e a culpa é minha! Eu sou um monstro!

Ele chorava desesperadamente e eu não sabia o que fazer.

- Você se feriu?

Então ele retirou o boné e eu pude ver o lado esquerdo de sua cabeça, havia uma cicatriz enorme, acho que uns 30 pontos, além dos arranhões nos braços, pernas, e quando ele levantou a blusa deu pra ver outra cicatriz em seu abdome.

- Vários cacos de vidro se alojaram em mim, mas eu só tive o que mereci... Meu amigo não teve culpa de nada e o crânio dele foi todo esmagado... Ele esta morrendo e eu não posso o salvar.

- Meu deus Bruno, fica calmo... Vai ficar tudo bem.

Ele de repente me puxou e eu sentei em seu colo, ele me deu um abraço apertado e eu pude sentir suas lagrimas molhando meu ombro.

- Eu sou um assassino Carol, um ser desprezível.

- Não, você não é, pare de pensar isso de si próprio. As vezes as coisas acontecem simplesmente porque tem que acontecer, são os planos de Deus e temos que aceitar, ficar se martirizando não resolverá nada.

-Calóu, olha...uma borboleta!!!

Era Camilla toda feliz com o curativo fofo na testa.

Eu me levantei do colo de Bruno

- Que lindo amor!

Ela correu e pulou no meu colo

- Oi Bluno!

Mas Bruno não a respondeu, ele só chorava.

- Amor, seu irmão esta triste, porque nós não o levamos pra almoçar em casa?

- Boa ideia!

- Carol, eu não vou deixar meu amigo aqui sozinho.

- Bruno, aqui os médicos tem seu numero, você precisa ir pra casa, tomar um banho, dormir um pouco, comer... Qualquer coisa eles ligam. Vem logo vai.

Depois de insistir um pouco ele acabou cedendo

Antes de ir pro hospital com minha irmã eu havia trazido Lucas pra casa, mas quando cheguei nem meu pai nem a mulher dele estavam em casa, tinha uma vizinha cuidando do bebe, mas logo a dispensei.