Capitulo 22

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É, chegou o grande dia, hoje é dia 18 de setembro, meu aniversario...Imaginei mil coisas para fazer hoje, claro que todas elas incluíam Bruno, mas infelizmente não será mais possível, claro que também não planejei estar em uma cadeira de rodas quando esse dia chegasse, mas se foi isso que o destino planejou para mim, não tenho outra escolha não ser aceitar.

Pensei varias vezes em tirar minha vida, mas sempre teve algo que me impedia: A criança no meu ventre.

Meu pequeno Bruno nasceu saudável graças a Deus, pesando 3,5 quilos e medindo 50 centímetros, precisou ficar um tempo na incubadora por ter nascido prematuro, e ainda esta lá, terá que permanecer até completar os 9 meses de gestação, ou seja, até mês que vem, mas os médicos já me tranquilizaram dizendo que ele esta bem.

Eu ainda não pude amamenta-lo e sinto meus seios cheios de leite, chega ate a vazar algumas vezes, e também não o segurei mais após seu nascimento, porem já me liberaram para vir pra casa, tentei insistir em ficar, mas minha mãe literalmente me arrastou pra cá e não tive como reagir, quando se perde o movimento das pernas, se perde o controle da vida.

Coitada da minha mãe desistiu de tantas coisas por mim, ela desistiu do marido, do emprego, começou um negocio próprio em casa, vendendo uns produtos de beleza e umas roupas, isso para poder ficar perto de mim, Camilla esta sempre em segundo plano, e eu percebo o quão triste ela esta, me sinto mal por fazer as pessoas que amo sofrerem, mas sei que no fundo não foi culpa minha, e assim que Bruno chegar em casa, trará alegria pra cá, pois ele é um bebe maravilhoso, sei que sou suspeita de falar, mas é verdade.

Hoje é sexta feita, durante minha gestação, não fui muito ao terapeuta, mas ele sempre me procurou e se importou comigo, hoje mesmo ele virá aqui em casa para uma consulta particular, confesso que fico grata por ter pessoas assim na minha vida, mas sei que no fundo, deve ser apenas dó.









A campainha toca e sei que é o medico, minha mãe abre a porta e posso ver que tem um rapaz ao lado do doutor, muito bonito por sinal e com uma cara muito jovem.

-Olá querida, como se sente?

-Doutor, eu sou mãe e meu filho esta no hospital, garanto que não estou nada bem.

-Você não mencionou a cadeira de rodas hoje, sempre faz isso.

-Acho que já me acostumei que essa é minha nova vida.

-Entendo... Esse aqui é o Nicolas, meu assistente, ele quer ser psicólogo também, espero que não se importe dele assistir a consulta.

Eu olhei para o garoto, que também me olhou e abriu um sorriso mostrando seus perfeitos dentes brancos.

Desde a morte de Bruno, nunca havia olhado para nenhum homem, ate porque não saia muito de casa e as clientes da minha mãe são mulheres, Nicolas é realmente muito bonito, loiro, pele branquinha, olhos verdes, sobrancelhas grossas, e ele me olhou de uma forma, não parecia existir dó em seu olhar, apenas... Admiração, eu acho.

-Claro que não, pode ficar.

Foi só o que consegui responder.

-Obrigado.

Ele respondeu.

-Bom, então vamos começar... Então Carol, como vai sua vida?

-Olha doutor, o senhor sabe bem como vai minha vida, tudo que já passei e já sofri, e agora estou tentando recomeçar a viver, hoje é meu aniversario de 17 anos e decidi que não quero mais me lamentar, é hora de reerguer a cabeça e ver que no fundo tudo tem um proposito.

-Meus parabéns querida, te desejo tudo de bom.

-Obrigada doutor.

-Parabéns dona Caroline.

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