Capitulo 23

4.9K 317 9
                                    

Com todos os acontecimentos na minha vida, não me preocupei com meu estado de saúde, agora que o bebe nasceu, minha mãe exigiu que eu fizesse milhões de exames para ter certeza que não havia mais tumores, e realmente não haviam, fui considerada um milagre por sobreviver ao câncer sem quimio nem radio, mas não me sentia um milagre, me senti apenas escaldada, Deus sabia o que eu iria enfrentar e teve pena de mim, por isso me deu a cura e me deu também meu filho, que de certa forma, é minha salvação, sem ele eu já teria cometido loucuras, hoje é dia 10 de outubro, ou seja, completa um mes que ele nasceu, ou seja, ele já pode voltar pra casa, estou tão feliz que mal me contenho.

Minha mãe me obrigou a ficar aqui com Camilla enquanto ela ia busca-lo, estou ansiosa, nervosa.

As sessões de terapia eram sempre interessantes e ao mesmo tempo constrangedoras, afinal Nicolas não parava de me encarar, e isso me encabulava um pouco, voltei a sonhar com ele algumas vezes, mas não nos falamos muito além do necessário. Parecia até que ele tinha medo de mim “claro ne Carol você é uma cadeirante”.

-Graças a Deus você chegou, já estava quase indo atrás de você, nem que para isso eu fosse rolando!

-Calma meu amor, é que eu passei no mercado para comprar mais algumas coisas pro meu netinho.

Bruno estava ali, bem quietinho deitado no colo da minha mãe, ela o colocou nos meus braços e ele abriu aqueles olhinhos azuis, lindos , eu senti uma felicidade tão grande naquele momento por saber que meu lindo bebe estava finalmente morando comigo, que eu poderia amamentar, dar banho, trocar...

Claro que será difícil se tratando de uma mãe como eu, mas a força de vontade que tenho é tão grande que eu nem penso em não conseguir.

Essa primeira semana com Bruno aqui em casa foi maravilhosa, porem extremamente cansativa, eu me atrapalhei varias vezes na hora do banho, trocar al fraldas era algo complicado, e dar de mama também, mas com o tempo e com ajuda de minha mãe fui me acostumando.

Meu pai veio ver o neto e trouxe meu lindo Luquinhas para vê-lo, os dois logo se adoraram, tenho certeza que serão bons amigos, pelo menos ele terá meu pai para ensina-lo a jogar bola.

Eu pude perceber que minha mãe e meu pai estão aos poucos se reaproximando, e fico muito feliz, tudo que eu mais queria no momento era ver esses dois cabeças duros finalmente juntos.

Eu estava tranquilamente vendo tv com meu lindo filho em meus braços quando a campainha tocou, minha mãe havia levado Camilla para comprar a roupa da apresentação de ballet, então tive que ir eu mesma ate a porta, achei estranho o porteiro não interfonar e quando abri dei de cara com um Nicolas maravilhosamente lindo, de bermuda e regada, ele deu aquele sorriso derretedor e eu me senti toda mole.

-Nicolas, você por aqui.

-Eu estava passando e resolvi vir te fazer um convite.

-Convite pra que?

-Um pique nique no parque , o que acha? Eu, você e esse garotão ai?

-Ah eu não sei, minha mãe saiu e eu não posso eixar a casa sozinha, nem sair sem avisar e...

-Tudo bem filha, já estamos de volta, pode ir se quiser. Olá novamente Nicolas.

-Dona Ana, é um prazer revê-la.

Minha mãe praticamente surgiu das cinzas naquela hora, me deixando sem alternativa, eu não tinha mais desculpas então pedi que me ajudasse a arrumar minhas coisas e as de Bruno.

Nicolas conduziu minha cadeira ate o estacionamento, onde seu pequeno corsa vermelho nops esperava, eu pensei que fosse ser algo embaraçoso, mas não, ele me pegou nos braços, me sentou delicadamente no banco do passageiro, colocou minha cadeira no porta malas, e Bruno estava em meus braços. Ele apertou meus cintos de segurança também.

-Prontos?

-Claro.

Durante o trajeto o silencio era desconfortável, então resolvi ligar o radio, estava tocando uma musica que eu conhecia e amava, era do Jorge e Mateus, Calma. Não sei porque, mas quando Nicolas cantava o refrão, me olhava, e era como se quisesse exatamente dizer aquelas palavras a mim.

“Calma, a sua insegurança não te leva a nada, eu quero ser seu homem e te fazer amada, amar ,amar você até você se amar, e me amar”

Nicolas sem duvidas era um homem espetacular, lindo, inteligente, bondoso, e não me tratava com diferença por causa da minha deficiência, ele era perfeito comigo, mesmo eu tendo tantas falhas.

Ele parou no estacionamento do parque, que a proposito era imenso, e bem longe, ficava no Jaraguá.

Eu já havia ido lá algumas vezes quando criança, mas fazia tempo, aquele sim era um local bonito, com arvores, lago, brinquedos, tudo que nos deixasse inteirados com a natureza.

Escolhemos um lugar um pouco mais afastado e ele estendeu a toalha, em seguida me tirou da cadeira e me colocou sentada no chão, Bruno dormia no carrinho.

Ele abriu a cesta, tirando dela diversos sanduiches ,bolos, sucos, tudo uma delicia, dava agua na boca só de olhar.

-Obrigada por nos trazer aqui, foi muita gentileza sua.

-Imagina Carol, o prazer é todo meu, eu amava esse lugar quando era criança e achei que você precisasse sair um pouco, adoro sua companhia.

-Eu também adoro a sua é só que...Eu não gosto de ser um encosto na vida de ninguém, por isso não saio muito, pra minha mãe não ter que ficar me carregando pra lá e pra cá, eu sou uma invalida e isso é horrível.

-Não importa Carol, você continua sendo linda, a garota mais linda que já vi, e além do mais você é bem magrinha, então não custa nada te carregar.

Ele caia na risada, eu dei um soco de mentira em seu braço.

-Mas falando serio, eu gosto de estar com você, você me faz bem, e seu filho também, tudo que aconteceu com você não me faz ter pena e sim admiração por você ser tão forte, eu não aguentaria passar por tudo isso.

-Obrigada, de verdade.

Foi só o que eu consegui dizer porque aqueles olhos verdes pareciam penetrar minha alma, eu juro que senti meu corpo inteiro vibrar, ate minhas pernas que a muito não sentia nada, foi algo tão intenso, senti como se pudesse andar novamente, e quando ele me abraçou, seu simples toque desencadeou uma serie de emoções em mim, aqueles lábios se aproximaram dos meus e eu fechei os olhos para recebe-los, e então ele veio, um beijo doce e com ternura, lento, delicioso.

Depois de Bruno eu nunca me interessei por ninguém, fiquei tão ferida que me fechei, e ate mesmo antes dele, sempre fui uma garota reservada, não tinha tido nenhum namorado, e agora aqui estou eu, beijando um garoto que mal conheço, e o pior, estou gostando, estou sentindo como se pudesse voar, igual quando saltei de paraquedas, meu Deus esse garoto vai me levar a loucura, e eu estou adorando isso...

Nota da autora:

Bom galera, para que saibam mais ou menos como devem ser os personagens da hitoria, resolvi compara-los com alguns atores, a nossa querida Carol, pode ser representada pela belissima Taylor Swift. Nosso galã falecido Bruno, pode ser repentado pelo gato do Guilherme Leicam.

E o nosso Deus grego Nicolas pode ser reprentado pelo maravilhoso pedaço de mal caminho Brant Daugherty.

Surpresas da vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora