Capitulo 24

4.6K 336 48
                                    

-Nicolas, pare isso não é certo.

-Por que Carol? Por que não?

-Eu não sei se estou preparada para me envolver com outro homem, a morte do meu noivo é muito recente e...

-Você ainda gosta dele, não é?
-Se eu dissesse que meu sentimento morreu junto com ele, estaria mentindo.

-Tudo bem, não me importo, eu estou louco por você e vou esperar o tempo que for necessário para te ter comigo, você pode não ver o que eu vejo, mas você é uma garota incrível, tão nova e tão cheia de responsabilidades, cheia de traumas, mas ainda assim com um sorriso encantador, você é perfeita para mim, mesmo com seus defeitos.

Aquilo em deixou sem fala, eu só conseguia olhar nos olhos dele e sentir aquele mar de emoções me levar de novo, eu queria me apaixonar por esse belo homem, mas algo em mim me dizia que isso é errado, que eu deveria ficar triste por mais tempo, e era errado também forçar Nicolas a ficar comigo, ele acha que esta se apaixonando por mim, mas eu não consigo me imaginar namorando novamente, tendo que ser conduzida pra lá e pra cá, imagine eu me casando? Meu marido me dando banho, e na lua de mel? Como eu fara sexo se não sinto nada da cintura pra baixo? Eu definitivamente não posso entrar em relacionamentos, meu destino é ficar sozinha com meu filho.

O resto da tarde correu d certa forma tranquila, ele não voltou a falar sobre nós, o que é ótimo, meu filho acordou, nós brincamos, comemos, foi maravilhoso, mas eu ainda não me sentia confortável sendo conduzida, sinto falta da minha independência.

No final, quando o sol estava para se por, Nicolas me abraçou, me pegando totalmente de surpresa.

-Carol, eu sei que você sofre ainda, e que eu não serei capaz de apagar suas cicatrizes, mas, por favor, me de uma chance de te fazer feliz.

Eu deveria ter respondido "eu não posso, não sirvo pra você, nem pra ninguém", mas ao invés disso fiquei ali abraçada a ele como uma boba sem fala, e depois de uns dois minutos, finalmente o soltei.

-Eu acho melhor irmos pra casa, obrigada pelo piquenique. Foi maravilhoso.

Deu pra ver que ele ficou abalado com minha resposta, mas concordou, arrumou as coisas, me pegou no colo fazendo meu coração pular, me sentou no banco, colocou Bruno no meu colo, amarrou meu cinto e fomos embora, dessa vez o silencio reinou, porque eu não liguei o radio, ele também não, eu não disse nada, ele também não.

Chegamos ao prédio, ele me colocou na cadeira e a empurrou ate o elevador, levou o carrinho do Bruno para dentro e deixou que eu mesma fosse sozinha, o que me deixou feliz, era bom ter um pouco de independência novamente, parece ate que ele lia pensamentos.

-Bom, eu vou nessa, preciso ir pra casa, valeu por aceitar meu convite, foi divertido.

-Imagina Nicolas, o prazer foi todo meu, volte sempre.

Ele deu um sorriso, que não chegou aos olhos, demonstrando sua tristeza, se despediu e saiu.

Claro que eu senti uma vontade imensa de beijar ele de novo, mas não podia, eu não podia estragar a vida dele como fiz com a do Bruno, eu sou mãe, tenho que me concentrar nisso, e o que é mais difícil, sou cadeirante, é quase impossível, não tenho tempo para namorar, nem me apaixonar, nem nada do gênero.

Mas Nicolas seria a escolha perfeita se eu pudesse tê-lo.

Claro que essa noite sonhei com ele, quase não dormi, e além dos sonhos, Bruno ainda me acordou varias vezes querendo mamar, e era algo muito demorado, ate eu me levantar da cama e sentar na cadeira (sozinha) ele já estava fazendo um escândalo enorme.

Surpresas da vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora