Há um passo da verdade

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Pov Hermione

Severo ainda não havia acordado, e passaria aquela noite na enfermaria, em observação. Madame Pomfrey me garantiu que ele estava fora de perigo.

Eu estava no salão comunal da Grifinória, todos já estavam dormindo, enquanto eu estava sentada na poltrona vermelha observando o chamuscar da lareira.

Retirei de meu bolso o colar com a lembrança que tanto procurei.

Como o destino gosta de brincar conosco, quando procuramos algo, não o encontramos, e quando paramos de procura-lo, ele surge como se quisesse ser encontrado.

Tantas tentativas frustradas a procura daquela lembrança e agora ela estava em minhas mãos.

Mas confesso que eu não sabia o que fazer. Por um lado eu estava ansiosa a ir à sala da diretora e despejar aquele líquido na penseira e mergulhar-me naquelas lembranças. Mas por outro lado havia feito uma promessa a Severo de esquecer aquelas lembranças.

- Hermione. O que faz aqui ainda? – Harry disse enquanto descia as escadas.

- Eu... nada. Apenas refletindo.

Ele então fixou seus olhos na lembrança de Snape em minhas mãos.

- Snape deixou você ver?

- É claro que não. Após seu mal estar na aula, o levei a enfermaria e para cuidar de seus ferimentos, madame Pomfrey retirou de seu pescoço e deixou comigo.

- E o que está esperando para ir ver o que tem ai? - Gina que parecia ter escutado, disse enquanto descia as escadas do dormitório para o salão comunal.

- Não posso. Fiz uma promessa a ele em não buscar mais suas lembranças.

- Mas você não a buscou! – Gina me encorajou. – Ela foi até você. É sua chance Mione em descobrir quem é sua rival.

Gina e Harry sabiam sobre meus sentimentos por Severo. Harry há pouco tempo, após saber de sua inocência, mas Gina sempre soube.

- Mas Gina, ele pode odiá-la se descobrir que ela viu sem permissão. – Harry disse. - E além disso, ela se arriscará por nada. Quem vê as lembranças dele não consegue ter acesso as lembranças da amada dele.

- E como tem tanta certeza Harry? - Gina o desafiou.

- Porque eu vi as lembranças meu amor, e não consegui ver quem ele ama. Há uma espécie de porta que, pelo que me parece apenas a mulher que ele ama consegue abri-la.

- Eu ainda não sei o que fazer. – Confessei a eles enquanto refletia no que Harry acabara de dizer. – Mas, vou dar uma volta e pensar. E também deixa-los a sós não é? – Ambos ficaram rubros. - Pensam que não sei que se encontram sempre aqui? – Sorri a eles e saí do salão comunal em direção aos corredores do castelo.

Desci até o primeiro andar, indo à enfermaria novamente. Pela hora Madame Pomfrey não estaria lá.

O vi deitado na maca ainda desacordado, mas com um semblante sereno.

Aproximei-me e acariciei seu rosto.

- Eu o amo tanto. Que não sei se consigo me segurar para descobrir seus segredos.

Fiquei mais alguns segundos o observando, beijei sua testa e antes de sair, ao olhar para ele disse:

- Me perdoe!

Fui em direção ao segundo andar, mais precisamente a sala da diretora.

Parada em frente à gárgula disse a última senha que sabia, e a mesma para minha sorte, funcionou.

Agora estava eu há um passo da verdade. Em frente da penseira segurava em minhas mãos o frasco aberto, agora era apenas derramá-lo.

Mesmo que nos separeOnde histórias criam vida. Descubra agora